29 fotosAs escadas mais bonitas do mundoDa subida do Machu Picchu até um poço indiano de mil anos, escadas que mostram a beleza da arquiteturaAndrea Nogueira Calvar10 mai. 2016 - 15:57BRTWhatsappFacebookTwitterBlueskyLinkedinLink de cópiaAs chaminés industriais pendem sobre Terrassa, em Barcelona, como souvenires gigantes de seu passado operário. No princípio do século XX, foi aberto um bom número de fábricas de tijolo para atender o aumento da construção civil. Entre elas, estava a Bóbila Almirall, pertencente a Mariá Masanas Ribas. Sua singularidade é a escadaria externa que rodeia seu corpo tubular. Graças a ela e a seus 63 metros, entrou no Livro Guinness dos Recordes como a chaminé com escada em caracol mais alta do mundo.Toni ArchIniciada por Michelangelo entre 1524 e 1527 e concluída por Ammanatti e Vasari, a escadaria tripla da Biblioteca Laurenziana de Florença é uma das obras mais refinadas criadas pelo gênio renascentista. Um projeto profundamente emocional, ele rompe o equilíbrio do classicismo da Alta Renascença e nos submerge em um maneirismo caloroso e apaixonado. Possui degraus ovalados em seu trecho central, como se fossem cascos de tartaruga, que convidam a subir assim como a admirar sua magistral qualidade de escultura. A escadaria comunica o claustro com a galeria da biblioteca, também obra de Michelangelo. As colunas gêmeas, pilastras, tímpanos, frisos e molduras contribuem para criar tensão em um cenário extraordinário, belíssimo e intensamente florentino.Raimund Kutter/AGEEm 1616, o arquiteto Inigo Jones projetou um edifício para o rei Jaime I oferecer a sua esposa, a rainha Ana da Dinamarca, supostamente como um pedido de desculpas por insultá-la depois que ela matou acidentalmente um de seus cães de caça. A rainha não viveu para ver a obra terminada, assim como não conheceu a escadaria das tulipas, assim batizada por causa das flores desenhadas no corrimão de ferro forjado. Além de ser conhecida por sua elegância, a escada ficou famosa depois que um turista tirou uma foto do local, em 1966, na qual se vislumbravam várias figuras fantasmagóricas.Vidler Steve/AGEHá seis anos, o escritório MAD Architects, fundado pelo arquiteto chinês Ma Yangong em 2004, embarcou na construção de um auditório de ópera, um centro cultural e jardins para a cidade chinesa de Harbin. O vestíbulo é dominado por uma estrutura de madeira que dá acesso ao interior da sala, cujas paredes de madeira de freixo da Manchúria se destacam por sua claridade. Assim como toda a construção, que cobre uma superfície de 8.500 metros quadrados e parte das premissas construtivas do sinuoso e do fluido, essa estrutura tenta entrar em simbiose com a paisagem externa: uma série de pântanos às margens do rio Songhua. O projeto ganhou o prêmio internacional de arquitetura WAN 2016.Hufton CrowDizem que São João deixou suas pegadas no alto da ilhota de Gaztelugatxe, entre os vilarejos de Bermeo e Bakio, no País Basco. É preciso subir até sua ermida para tocar o sino três vezes e, assim, ter sorte. E, como toda recompensa exige um sacrifício, é preciso antes percorrer os mais de 240 degraus de pedra, mar e vento que conectam a ilha com a terra firme e que levam para o cume. A vista sobre o agitado mar Cantábrico, que escavou a pedra formando cavernas e pontes, é um espetáculo.Airmar RiA escadaria em espiral é um dos elementos centrais do edifício que o jornal Daily Express, de Londres, mandou construir em 1932 para ampliar sua redação. A estrutura inteira configura uma grande obra ‘art déco’. A fachada em preto, com bordas arredondadas, acolhe uma entrada considerada como uma joia desse estilo arquitetônico. Relevos em ouro e prata se combinam com corrimões que levam até a grande escada ovalada. O projeto é de Robert Atkinson.SuperStock/AGEA sede do Banco Nacional da Dinamarca teve que dar um giro de 180 graus antes de ser construída, já que por motivos de segurança a entrada teve que ser orientada em direção à fachada sul e não para o norte, como foi originalmente projetado pelo arquiteto Arne Jacobsen. O hall principal é dominado por esta escadaria suspensa por barras de ferro forjado e vidro, uma obra-prima da arquitetura contemporânea na qual funcionalidade, leveza, escala e uso de materiais se unem para provocar uma emoção autêntica em quem a observa. Sua construção data de meados dos anos sessenta. Cada um dos elementos que a compõem é pintado de uma cor diferente, ressaltando sua função: vermelho para os cabos de sustentação, cinza para os 90 degraus e branco para a estrutura. Na base, estão seis poltronas cisne, mobiliário também assinado pelo genial Arne Jacobsen.Jacobsen ForhalA igreja de Bom Jesus de Braga, em Portugal, é um santuário aonde milhares de pessoas peregrinam a cada ano. Para chegar até ela é preciso subir as monumentais escadas que se cruzam, superando um desnível de mais de 100 metros. Essa escadaria, que data do século XVIII, se divide em seções, cada uma dedicada a um sentido segundo a simbologia de diferentes fontes de água. A boa notícia é que não é preciso subir por elas, pois existe um funicular que facilita o acesso até a igreja. Além do templo, no topo também há um belo jardim.John Harper/GettyEsta escada em espiral dos Museus Vaticanos foi construída em 1932 por Giuseppe Momo. Acima da estrutura, uma roseta octogonal de vidro permite a entrada da luz natural. Sua dupla hélice com duas rampas faz com que pareça mais longa. Os Museus Vaticanos também abriram outra escadaria famosa, mas fechada ao público, que costuma ser confundida com esta. Trata-se da criação de Donato Bramante, que viveu entre os séculos XV e XVI, e na qual Momo se inspirou.Miguel Angel Garcia/GettyQuatro fachadas, cada uma com sua escadaria central, formam uma das maravilhas do mundo, a pirâmide de Kukulkán, na cidade mexicana de Chichen Itzá. Esta construção maia do século XII representa um calendário agrícola. Ao lado de uma das escadas está representada a serpente emplumada, o deus Kukulkán. Nos equinócios de primavera e de outono, o sol brinca com as escadarias, desenhando o contorno do réptil e simulando sua movimentação. Atualmente, a subida ao topo está proibida para preservar o monumento.Thom Lang/GettyA beleza destas escadas conquistou fama mundial quando virou cenário da saga Harry Potter (a autora, J. K. Rowling, morou no Porto, dando aulas de inglês, antes de se tornar uma estrela da literatura juvenil). Classificada como monumento de interesse público, a escadaria fica no interior da livraria Lello. Há dois anos, o local passou a cobrar 3 euros (12 reais) de entrada, já que seus donos não conseguiam mais dar conta da grande quantidade de turistas.G&M Therin-WeiseDiferentes associações dedicadas à preservação da memória histórica da Itália se uniram sob este edifício idealizado pelo escritório Baukuh. Um prisma de 17 metros de altura forma a estrutura. A fachada é coberta por rostos humanos em azulejos que contrastam com o interior moderno. Um elemento chama a atenção no espaço: uma gigantesca escadaria amarela que conecta o hall multidisciplinar com os escritórios e a biblioteca, que formam o coração do prédio. A Casa della Memoria foi inaugurada em 24 de abril de 2015, quando Milão comemorou 70 anos do fim do fascismo.Stefano Graziani“O Tigre e a Tartaruga” é uma estrutura ao ar livre que pode ser visitada na cidade de Duisburg, no oeste da Alemanha. Seu nome faz alusão à relação entre o movimento e o repouso evocados por suas formas de montanha russa. Seus autores, Heike Mutter e Ulrich Genth, realizaram esta peça em aço para recordar o passado industrial da região. À noite, dezenas de luzes LED que percorrem a estrutura se acendem. O visitante pode passar por ela para admirar a paisagem, com o rio Reno ao fundo, de uma altura de 45 metros.Werner J. HannappelEnquanto uma pessoa sobe por esta escada não correrá o risco de topar com outra que desça, já que a estrutura conta com uma hélice dupla. Mas, mesmo que não se encontrem, os visitantes podem se ver através das pequenas janelas que há entre ambas, o que cria a ilusão de estar em uma mesma escadaria. Suspeita-se que este projeto, assim como grande parte do castelo de Chambord (do século XVI), onde está localizado, em plena rota do vale do Loire, pode ter sido obra de Leonardo da Vinci. Ou pelo menos o rei Francisco I a encomendou se inspirando no trabalho do mestre italiano.Getty ImagesJunto ao rio Elba ergue-se o castelo alemão de Hartnefels, do século XVI, usado por Fernando I como residência em temporadas de caça, como mostra uma pintura do Museu do Prado feita por Lucas Cranach. Pode-se notar o estilo renascentista desta escada em espiral semiaberta. Trata-se de uma criação de Korad Krebs. Pensava-se no início que seria impossível realizá-la, pois não conta com um apoio central.Beate Münter/GettyA Galeria Nacional de Arte Antiga da Itália é, por si só, uma obra de arte. Situada no palácio Barberini de Roma, guarda em seu interior duas escadas feitas por dois mestres. A da imagem, de Francesco Borromini, é de tipo helicoidal, criando uma sensação de maior profundidade. Ambas levam ao andar nobre. O palácio aparece no filme A Princesa e o Plebeu (1953) como o lugar onde se hospeda a princesa Ana, interpretada por Audrey Hepburn.Danilo Donadoni/AGEUma viagem sem fim é o que oferecem estas escadas, uma obra de arte criada por Olafur Eliasson. Estão instaladas no pátio do edifício de escritórios da KPMG em Munique e, como se pode ver, não têm nada mais do que a si mesmas. Trata-se de duas escadas de caracol que se entrelaçam, criando um anel em forma de dupla hélice. Os degraus possuem alturas diferentes para equilibrar as curvaturas do projeto.O escritório de arquitetos Zecc transformou uma antiga torre de água em mirante. Uma escada se eleva a 45 metros de altura para oferecer uma vista panorâmica através de quatro janelas. Os degraus mudam de linha e robustez à medida que a pessoa sobe, combinando rampas diferentes: a primeira é uma escada de aço já existente que circula seguindo a parede; a segunda, de criação recente em madeira comprimida, faz um ziguezague pela barriga da torre. Na cúpula se encontra o último trecho, que leva até o observatório.www.zecc.nlA Trilha Inca que chega até Machu Picchu atravessa vales e selvas, deixando um rastro de blocos de pedra que em alguns setores formam escadas flutuantes. O caminho integra um sistema de 30.000 quilômetros de veredas que formam a rede do Tawantisuyu, partindo do sul da Colômbia rumo ao centro do Chile, passando por Equador, Peru, Bolívia e Argentina. Diz-se que a rede era tão eficaz que um habitante de Cusco podia comer um peixe fisgado horas antes, enquanto os espanhóis teriam demorado semanas para levá-lo a cavalo.David Madison/GettyA estrada de Trollstigen é literalmente o caminho dos trolls. Este espaço natural situado na Noruega e protegido pela Unesco pode ser percorrido através de uma rota turística de 106 quilômetros de montanhas tão espetaculares como a de Trollveggen, uma espécie de escarpa de terra. Num de seus trechos mais intrincados, Reiulf Ramstad criou uma plataforma flutuante com escadas. O caminho fica fechado no inverno devido às nevadas.DiephotodesignerA natureza selvagem que rodeia o rio Verde, no Equador, dá força ao fluxo de água que forma o Pailón del Diablo, uma cachoeira de 100 metros de altura. O enclave, a 30 minutos da cidade de Baños, conta com uma vereda com pontes suspensas que avança entre a vegetação até chegar à cascata. A parte mais impressionante é esta escada entalhada na pedra que leva até as águas, cuja temperatura gira em torno dos 23 graus.Bernd Bieder/AGEA marca Longchamp encomendou a criação da sua loja no bairro nova-iorquino do Soho ao arquiteto inglês Thomas Heatherwick, que concebeu uma escada que parece imitar uma correnteza ao unir os diferentes níveis. Levou seis meses para ser construída e pesa 55 toneladas. A balaustrada transparente foi feita com tecnologia aeroespacial. Inaugurada em 2006, recebeu uma menção honrosa do Instituto Americano de Arquitetura.Nikolas KoenigbNo Soho de Manhattan se pode visitar a loja que o arquiteto holandês Rem Koolhaas criou para a marca Prada, inaugurada em 2001 na antiga entrada do museu Salomon R. Guggenheim. A fachada de tijolo e pedra esconde uma grande onda de madeira que conecta o térreo ao subsolo. Em um lateral dessa torrente desce uma pequena escada, duplicada exatamente à sua frente. A própria onda tem degraus extensíveis, que servem de aparador para objetos à venda ou para receber apresentações. A escadaria em frente também tem diferentes funções, como zona de estar ou bancada de exposição. Um prodígio de escala e emprego dos materiais.Duas escadas em caracol entrelaçadas formam esta capela nupcial de um complexo hoteleiro de Hiroshima. Os dois braços da escadaria simbolizam a união matrimonial, o abraço entre os amantes. “As duas partes que antes percorriam caminhos separados se unem na parte superior”, explica o arquiteto Hiroshi Nakamura em seu site. No alto, a 15 metros de altura, descortina-se uma vista panorâmica para o mar interior do Japão, ou mar de Seto.Akira SuzakiA torre de Mangia domina a praça do Campo, em Siena. Antigo campanário da cidade, leva o nome do seu primeiro sineiro, no século XIV: Giovanni di Balduccio, apelidado de Mangia ou Mangiaguadagni, pela velocidade com a que gastava o dinheiro. Mede 87 metros, 102 até o pararraios. Para contemplar as melhores vistas de Siena é preciso pagar um ingresso de 10 euros (40 reais) e subir por suas escadas interiores. O desenho é obra dos irmãos Francisco e Minuccio Arezzo Rinaldo, sob a direção de Agostino di Giovanni.Javier Larrea/AGEA pouco mais de 80 quilômetros de Viena, junto ao rio Danúbio, encontra-se a localidade de Melk, com sua majestosa abadia. Esta construção, que pertence à ordem beneditina, serviu de inspiração a Umberto Eco em sua obra ‘O Nome da Rosa’. Seu interior guarda peças únicas, como uma impressionante biblioteca, a igreja e esta escada caracol com riquíssima ornamentação, desenhada pelo arquiteto Jakob Prandtaauer. Conduz diretamente à biblioteca e à Sala do Imperador.Wolfgang Kaehler/GettyOs venezianos ornamentavam cuidadosamente as fachadas de seus palácios, especialmente os que davam para o canal, como amostra de seu status social. A escadaria do Palácio Contarini, conhecida como escada do Bovolo, é uma exceção, já que se encontra num pátio traseiro. Esta escadaria é tão significativa que a família passou a ser conhecida como Contarini do Bovolo. Foi construída no século XV com uma combinação de estilos: renascentista (o que se pode ver nos capitéis), veneziano-bizantino (na forma e no material usado, a pedra da Ístria, habitual nas construções da ilha) e, finalmente, o gótico.Christian Goupi/AGEO convento de São Domingo de Bonaval, fundado no século XIII, acolhe hoje o Museu do Povo Galego e o Panteão de Galegos Ilustres, onde jazem os restos da poetisa Rosalía de Castro, entre outros. A obra principal é do mestre Domingo de Andrade, assim como a escadaria do seu interior – uma peça helicoidal com três ramais independentes, que conduzem a diferentes andares num baile sinuoso.Bo Zaunders/GettyA Quinta da Regaleira é um jardim de conto de fadas localizado na cidade portuguesa de Sintra. Criada pelo nobre Antonio Carvalho Monteiro no começo do século XX, esconde desde o Palácio da Pena até um poço de pedra com forma de espiral, também chamado de torre invertida. O poço se liga a vários túneis subterrâneos, com saída tanto para a capela quanto para o palácio. Diz-se que os nove giros da torre simbolizam o inferno de Dante, e que Monteiro, pertencente à maçonaria, utilizava o poço para rituais de iniciação.Daniel Viñé Garcia/Getty