10 fotosQuais acusações pesam contra os oito ministros de Michel Temer implicadosEliseu Padilha e Moreira Franco são os ministros mais próximos do presidente com inquéritos abertosAndré de OliveiraHeloísa MendonçaSão Paulo - 14 abr. 2017 - 18:36BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaTemer conversa nesta quarta com o ministro da Justiça, Osmar Serraglio. O presidente disse, sem mencionar a Lista Fachin, que “não podemos jamais paralisar o Governo. Nós temos que dar sequência ao Governo, nós temos que dar sequência à atividade legislativa, nós temos que dar sequência a atividade judiciária”. Dos oito pedidos de inquérito contra ministros do Governo Federal, dois tocam de perto o presidente. Homens fortes e mentores da administração, Moreira Franco e Eliseu Padilha são acusados de negociarem 4 milhões de reais com Marcelo Odebrecht para a campanha eleitoral de 2014. O próprio Temer também teria participado das negociações que envolveriam 10 milhões de reais ao todo. Apesar de citado na lista, o presidente não pode ser investigado por ter imunidade temporária (só pode ser investigado por atos durante a presidência). Temer tem repetido que só retirará do Governo quem se torne réu na Lava Jato, ou seja, se Edson Fachin, aceitar uma eventual futura denúncia de Rodrigo Janot contra alguém de seu gabinete.Eraldo Peres (AP)De acordo com o inquérito (4.462), Moreira Franco será investigado sob a suspeita de ter solicitado propina para ajudar a financiar a campanha eleitoral de 2014. Segundo os depoimentos dos delatores, o então ministro da Secretaria de Aviação Civil atuou em defesa de interesses da Odebrecht no lançamento do edital da segunda rodada de concessões aeroportuárias. Para isso, ele teria solicitado o valor de 4 milhões de reais do grupo, que foi entregue ao hoje ministro Eliseu Padilha. Moreira Franco diz que se defenderá nos autos.Elza Fiúza (Ag. Brasil)Eliseu Padilha (PMDB), ministro Chefe da Casa CivilAntonio Cruz (Ag. Brasil)Ministro e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab aparece em dois inquéritos (4.463 e 4.401). O primeiro deles investiga, com base no relato de delatores, pagamentos de vantagem indevida para agentes públicos em Obras Viárias de São Paulo. No segundo, o ministro é investigado sob a supsieta de ter recebido 20 milhões de reais de vantagens indevidas na condição de prefeito de São Paulo, cargo que ocupou de março de 2006 a janeiro de 2013, e depois como ministro das Cidades.Valter Campanato (Ag. Brasil)No inquérito (4.447), Blairo Maggi é investigado porque, de acordo com delatores, recebeu 12 milhões de reais por meio do setor de propina da Odebrecht. A empresa teria créditos em relação a obras públicas feitas e não pagas pela incapacidade do Governo do Mato Grosso, que era governado por ele. Isso motivou a formação de uma Comissão Especial para angariar repasses da União para que os pagamentos fossem feitos, e os governadores precisavam auxiliar nesta tarefa. O valor recebido teria sido pedido por um agente público do Estado, com o conhecimento dele para propiciar o recebimento deste recurso.Fabio Rodrigues Pozzebom (Ag. Brasil)De acordo com o inquérito (4.449), delatores afirmam que ele teria recebido, a pedido, vantagens indevidas não contabilizadas na sua campanha para governador do Pará em 2014. Ele teria recebido 1,5 milhão em três parcelas por meio do setor de propinas da Odebrecht. Seria uma contrapartida aos interesses da Odebrecht no Pará na área de saneamento básico.Wilson Dias (Ag. Brasil)De acordo com o inquérito (4.391), delatores afirmam que Bruno Araújo teria recebido diversos repasses entre 2010 e 2012 a pretexto de doação eleitoral no valor total de 600.000 reais. “Descrevendo como se deram os pagamentos, ainda se noticiou que, quando no exercício do cargo de deputado federal, agiu o parlamentar em defesa dos interesses da empresa no Congresso Nacional”, diz o inquérito. Araújo diz que não fez nada ilegal e que sua relação com a Odebrecht sempre foi institucional.Valter Campanato (Ag. Brasil)De acordo com o inquérito (4.428), como Chefe da Casa Civil do Governo de São Paulo na gestão Serra (2007 a 2011), Aloysio Nunes é acusado pelos delatores de receber 500.000 reais de caixa dois para a sua campanha ao Senado, em troca de auxiliar a Odebrecht em dificuldades que empreiteira estava tendo em negociações com a Dersa.Fabio Rodrigues Pozzebom (Ag. Brasil)De acordo com o inquérito (4.432), Marcos Pereira é suspeito de ter recebido da Odebrecht sete milhões de reais para o Partido Republicano Brasileiro (PRB), do qual era presidente. O repasse teria sido feito para garantir o apoio do PRB à chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. Segundo os delatores, Edinho Silva - que era tesoureiro da campanha de Dilma - teria sugerido a Marcelo Odebrecht o acionamento de líderes dos partidos PROS, PRB, PC do B e PDT a fim de propiciar o custeio dos partidos. "Objetivava-se, com isso, assegurar maior tempo de antena à coligação “Com a Força do Povo” e, de tal modo, gerar vantagem eleitoral à candidatura", diz o inquérito.José Cruz (Ag. Brasil)Um pedido de inquérito contra Roberto Freire foi rejeitado por Fachin. O Ministério Público pedia investigação já que o ministro era suspeito de ter recebido 200.000 reais de caixa dois na campanha à Câmara dos Deputados de 2010. Segundo delações de ex-executivos da Odebrecht, o repasse teria sido feito por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo. Fachin devolveu o pedido a Janot para nova avaliação.José Cruz (Ag. Brasil)