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Facebook contrata o brasileiro Hugo Barra para cuidar da Oculus

Ex-executivo da Xiaomi e do Google será o responsável pelo programa de realidade virtual da empresa

Hugo Barra, em 2014.
Hugo Barra, em 2014.© Lucy Nicholson / Reuters (REUTERS)

No domingo passado, dia 22, o brasileiro Hugo Barra, um dos mais relevantes executivos do Vale do Silício, anunciou sua volta. Após três anos e meio na Xiaomi, empresa chinesa da qual era o embaixador internacional, ele acaba de anunciar sua contratação pelo Facebook para dirigir a divisão Oculus, de realidade virtual.

Mark Zuckerberg, executivo-chefe e fundador da rede social, foi o primeiro a comemorar a nova empreitada de Barra. Para isso, usou uma imagem dos respectivos avatares juntos na sala, mais conhecida como aquário, onde Zuckerberg trabalha. Entretanto, ainda não estão juntos. A imagem é um aceno ao que querem construir e já apareceu na conferência anual da Oculus. “Fico animado com o fato de que Hugo Barra irá liderar nossos esforços na Oculus. Embora atualmente ele esteja na China, Hugo e eu estamos juntos na realidade virtual. Isto parece que faz sentido. Conheço Hugo há muito tempo, quando começou a construir o Android. Nos últimos anos trabalhou na Xiaomi em Pequim, onde conseguiu que aparelhos inovadores chegassem a milhões de pessoas. Hugo compartilha a convicção de que a realidade virtual será a próxima grande plataforma. Graças a ele seremos mais criativos do que nunca”, comemorou Zuckerberg em seu mural.

Os avatares de Barra e Zuckerberg.
Os avatares de Barra e Zuckerberg.

Para o Facebook, a realidade virtual é a plataforma chave para o futuro. Em seus planos, a empresa se vê como o ecossistema onde seus perfis se interconectarão deixando, deixando atrás as barreiras do espaço físico. O orçamento para tornar isso realidade é de três bilhões de dólares (9,5 bilhões de reais) nos próximos 10 anos.

Barra não é alheio a este fenômeno. Enquanto esteve na Xiaomi, apresentou seu modelo de capacete, além de uma aposta convicta no Daydream, a versão da sua empresa anterior, o Google.

O executivo mineiro é um grande conhecedor da América Latina

Durante o último Congresso Mundial de Celulares de Barcelona, a presença de Barra pela Xiaomi foi uma das mais destacadas, na estreia da marca mais idolatrada da China no evento catalão. Neste ano, a Xiaomi não estará presente na feira.

Barra, nascido em Belo Horizonte em 1976, é um grande conhecedor da América Latina. Fala espanhol fluente, com sotaque colombiano, e estudou no MIT de Boston, onde, junto com seus companheiros de projeto, fundou a Lobby 7. Essa startup foi adquirida pela Nuance, dedicada ao reconhecimento de voz. Daí ele passou para o Google, onde foi o encarregado de uma efêmera rede social, o Buzz, e depois se integrou ao projeto Android, onde começou a brilhar. Em agosto de 2013 deixou o Google em meio a uma polêmica, mas com todo o carinho do setor e dos consumidores mais entusiastas. Sua inesperada saída teve certo aspecto pessoal, já que sua então namorada, Amanda Rosenberg, modelo do Google Glass, mantinha uma relação secreta com Sergey Brin, cofundador do Google. Poucos meses depois, Brin se divorciou de Anne Wojcicki, hoje executiva-chefe da 23 and me, uma startup dedicada à análise genética. A contratação de Barra pelo Facebook, inimigo mais feroz do Google, sela a vingança do brasileiro.

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