Facebook quer ser o motor da Internet
Mark Zuckerberg revela a essência do futuro: vídeo em 360 graus, mensagem entre empresas e usuários e conteúdo educativo
“Hoje vamos fazer algo diferente. Vamos pensar no mundo nos próximos 10 anos”, começou Mark Zuckerberg. Vídeo em 360 graus, educação, conectividade e comunicação: essas são as chaves do Facebook para o futuro. O gênio das redes sociais olhou para trás na apresentação, que acaba de realizar, de sua conferência anual. “À medida que viajo pelo mundo vejo as pessoas com medo, pensando em erguer muros, barreiras, parando a emigração e cortando o acesso à rede ou à liberdade de expressão. Temos que ser corajosos para escolher a esperança acima do medo. Temos de ser otimistas para mudar o mundo. O otimismo está por trás de cada passo que damos”, enfatizou. “Nosso trabalho é mais importante que nunca.”
Com seu uniforme habitual e grande entusiasmo, Mark Zuckerberg apareceu em Fort Mason, uma antiga base militar, com mais de 2.000 desenvolvedores que pagam 1.500 dólares (5.260 reais) para assistir à conferência F8. A apresentação se concentrou em seu serviço, que quer ser plataforma. A obsessão de Zuckerberg é que seja usado para tudo. Para isso necessita da ajuda da mídia, para que publique em sua plataforma, e também de vídeos ao vivo. Precisa, ainda, do auxílio dos desenvolvedores, para que façam programas. E dos criativos, para que produzam conteúdo em realidade virtual. Também das empresas, para que usem seu Messenger como fórmula de atendimento ao cliente.
Começou com a realidade virtual e o vídeo em 360 graus. “Todos temos o desejo de nos conectar com os demais, de que nos entendam. Quando era bebê meus pais escreveram a data em que dei meus primeiros passos. Quando foi a vez do meu sobrinho, minha irmã gravou em vídeo pelo celular e compartilhou. Este ano, quando minha filha Max der seus primeiros passos, espero poder gravar em 360 para compartilhar da maneira mais realista possível”, disse, para dar ênfase à sua aposta nesse formato. Surround 360 será sua câmera para gravar em alta definição com esse formato. Deixou claro que não vão ser fabricantes, mas, sim, aceleradores da adoção.
O passo seguinte foi o Messenger, mais bem-sucedido nos Estados Unidos do que no mundo de língua espanhola, onde o WhatsApp é o rei. “A mensageria é o que mais me dá esperança. Nos EUA no ano passado o Messenger foi o app mais usado, só atrás, bem, hã, do Facebook”, disse, em tom de brincadeira e segurando o riso. Somando WhatsApp e Messenger são enviadas diariamente mais de 60 bilhões de mensagens em todo o mundo.
Somando WhatsApp e Messenger são enviadas diariamente mais de 60 bilhões de mensagens em todo o mundo
“Não conheço ninguém que goste de falar de um negócio por telefone. Tampouco instalar um aplicativo toda vez que tem de usar algo. Por isso convertemos o Messenger em uma plataforma para que os negócios se comuniquem com os usuários”, explicou. Deu a CNN como exemplo. A rede de notícias vai mandar um resumo diário por esse meio.
O Live, seu vídeo ao vivo, teve seu momento de gloria ao revelar que alguns famosos vão usá-lo para contar sua vida, notícias e detalhes mais chegados ao público. Será lançado com a Mevo, uma câmera do tamanho de uma noz que transmitirá em tempo real.
O Free Basics, seu plano de acesso gratuito a uma série de sites, já alcança 25 milhões de pessoas em 37 países. Há quase 1,6 bilhão de pessoas no Facebook. Mais de 1 bilhão se conectam através do celular. No entanto, ainda faltam 4,1 bilhões de pessoas que não estão na Internet.
Com o 1Doc3, da Colômbia, criou uma plataforma para que aqueles que nunca tinham ido ao médico possam falar com um desses profissionais por esse portal. O ponto de atenção às minorias esteve na acessibilidade. Na semana passada contaram como os cegos poderão receber descrições de imagens em texto. Por fim, chegou a vez da Inteligência Artificial. Sua visão foi peculiar: “Há grandes avanços, mas quase todos os serviços usam os mesmos padrões. É preciso pensar de modo diferente”.
A realidade virtual, com o Oculus à frente, foi um dos anúncios que iluminaram o seu olhar. “Mais de dois milhões de horas de vídeo já foram vistos nessa plataforma”, revelou. “Pela primeira vez na sala de casa se pode ter uma experiência de alta qualidade.” No momento mostrou o que acredita ser o futuro com óculos como os que se usam agora para ver. Durante dois dias o Facebook irá dar detalhes sobre como tornar realidade esses planos para os próximos 10 anos.
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