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Sete pesquisas úteis para a Terra realizadas no espaço

O que se desenvolveu nos 15 anos com astronautas na Estação Espacial Internacional

Estação Espacial Internacional vista durante o voo Soyuz TMA-20, em imagem feita pela expedição 27.
Estação Espacial Internacional vista durante o voo Soyuz TMA-20, em imagem feita pela expedição 27.NASA (Reuters)

Desde 20 de novembro de 1998 a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) orbita a 420 quilômetros de distância da Terra a uma velocidade de 8 quilômetros por segundo. Esse centro de pesquisa espacial recebeu mais de 200 astronautas em 17 anos de vida. Em 2 de novembro de 2000 chegaram os primeiros ocupantes e, a partir daí, as pesquisas e os avanços levados a cabo lá em cima tiveram múltiplas aplicações à vida na Terra. Estes são alguns exemplos de como a pesquisa no espaço pode contribuir para resolver problemas mundiais.

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Potabilizar água

Tanto na Estação Espacial Internacional como em uma pequena aldeia na África subsaariana, conseguir água potável é vital para a sobrevivência. Usando a tecnologia desenvolvida pela estação espacial, as áreas da Terra mais afetadas por esse problema podem conseguir acesso a máquinas de filtrar água e sistemas de purificação. A Corporação de Segurança da Água, empresa que colabora com a NASA, instalou em alguns países sistemas de purificação usando a tecnologia de processamento de água da NASA.

Detecção do câncer de mama

O Robô Autônomo de Imagem Guiada (IGAR, na sigla em inglês) é um instrumento cirúrgico inspirado em braços robóticos projetados pela agência espacial do Canadá na Estação Espacial Internacional. Está em ensaios clínicos para ser usado em pacientes com câncer de mama. O IGAR funciona dentro de uma máquina de ressonância magnética para ajudar a identificar com precisão o tamanho e a localização do tumor. Graças a ele, os cirurgiões também serão capazes de realizar movimentos muito precisos durante as biópsias.

Atendimento médico em qualquer lugar

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Para os astronautas da Estação Espacial Internacional, encontrar um médico na sala é algo complicado. Estão em órbita a cerca de 420 quilômetros sobre a Terra e precisam de um meio de conseguir atendimento médico se tiverem algum problema de saúde. Esse inconveniente foi abordado em um estudo de Diagnóstico Avançado de Ultrassom em Microgravidade. Essa pesquisa estabeleceu protocolos para realizar procedimentos complexos à distância de forma rápida, com a orientação de especialistas. Os cuidados médicos poderiam assim ser mais acessíveis em regiões remotas graças ao uso de unidades de ultrassom, de telemedicina e de técnicas de orientação à distância, como as empregadas para as pessoas que vivem na estação espacial.

O braço robótico que opera tumores

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O delicado toque que eliminou com sucesso um tumor em forma de ovo do cérebro de Paige Nickason, uma paciente norte-americana operada em 2008, veio da mão de um braço robótico. A tecnologia que desenvolveu o neuroArm, primeiro robô do mundo capaz de realizar essa cirurgia, nasceu da Canadarm, Canadarm2 e Dextre — da Agência Espacial Canadense —, uma família de robôs espaciais que realiza o trabalho pesado e a manutenção a bordo da Estação Espacial Internacional. Desde a cirurgia dessa paciente o neuroArm foi utilizado em 35 doentes que também tinham tumores aparentemente inoperáveis.

Entender os mecanismos da osteoporose

Embora muita gente nunca vá vivenciar a vida no espaço, os benefícios de estudar a perda de osso e músculo a bordo da estação espacial têm potencial para intervir na vida de algumas pessoas na Terra. Os cientistas da estação realizaram um estudo com ratos para compreender os mecanismos da osteoporose. Essa pesquisa tornou possível a criação do Prolia, um produto farmacêutico para tratar pessoas com essa doença.

Controlar os desastres naturais

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O ISERV (Pesquisa Ambiental e Sistema de Visualização) é um sistema de imagens que estava a bordo da estação e fez fotografias da Terra para uso em países em desenvolvimento afetados por desastres naturais. Essas imagens podem ajudar com respostas rápidas às inundações, os incêndios, as erupções vulcânicas, o desmatamento, a proliferação de algas nocivas e outros tipos de eventos relacionados com a natureza. A cada 24 horas a estação percorre mais de 90% das zonas povoadas da Terra, e esse sistema recolhia até 1.000 imagens por dia. Embora já tenha concluído com êxito a sua missão, a estação espacial continua sendo uma plataforma importante para a observação da Terra em tempos de desastre.

Descrever o comportamento dos fluidos

Os Experimentos de Fluxo Capilar a bordo da estação espacial estudam o movimento de um líquido sobre diferentes superfícies, como os que fluem ao longo de uma toalha de papel. Essas pesquisas resultaram em modelos que descrevem o comportamento de fluidos em condições de microgravidade, que deram lugar a um novo dispositivo de exames médicos na Terra. Esse novo instrumento poderia melhorar o diagnóstico de HIV e Aids nas regiões mais remotas do planeta, em parte graças aos conhecimentos adquiridos a partir dos experimentos espaciais.

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