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Brasil acompanha com “grande preocupação” a situação na Venezuela

Sem citar oposicionista preso, Brasília pede a 'todos os atores' manutenção da democracia

Protesto em Caracas pela prisão do prefeito.
Protesto em Caracas pela prisão do prefeito.A. C. (AP)

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota na noite desta sexta-feira para manifestar que acompanha “com grande preocupação a evolução da situação na Venezuela” e pediu que “todos os atores envolvidos” trabalhem pela manutenção da democracia no país.

O texto não menciona diretamente a prisão do prefeito oposicionista de Caracas, Antonio Ledezma, pelo serviço secreto venezuelano na quinta-feira. Mais cedo, a presidenta Dilma Rousseff havia se esquivado de comentar o tema ao entregar as credenciais diplomáticas à nova embaixadora da Venezuela no Brasil, Maria Lourdes Urbaneja Durante.

Questionada sobre a prisão de Ledezma, considerada arbitrária por oposicionistas e questionada pela ONG Humans Rights Watch, Dilma disse que não entraria em questões “internas” da Venezuela. “Não posso receber um embaixador baseado nas questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseado nas relações que estabelecem com o Brasil", disse a petista.

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Na nota, a diplomacia brasileira mais uma vez diz confiar nas gestões feitas pela comissão de chanceleres da Unasul, da qual o Brasil, Equador e Colômbia fazem parte. O grupo prepara viagem a Caracas. O Brasil diz ainda que está disposto a colaborar "sempre que solicitado" para o diálogo no país de Nicolas Maduro.

Aliado próximo da Venezuela, o governo brasileiro tem acompanhado de perto a evolução da crise no país, grande importador de produtos brasileiros e parte do Mercosul, e transmite suas avaliações a governos da região e aos EUA. No médio prazo, a principal preocupação em Brasília é que a escalada da tensão prejudique a realização das eleições legislativas previstas para este ano. O objetivo é ter ao menos uma disputa que reproduza a situação das eleições mais recente —votação segura e auditável ainda que em condições de campanha que ativistas, políticos e observadores independentes consideram sumamente injustas.

Cobrada pela oposição política sobre a Venezuela, Dilma tem, como nesta sexta-feira, evitado falar. No ano passado, no entanto, a presidenta sugeriu em entrevista que “pessoalmente” tem visão mais crítica sobre a situação na Venezuela do que o posicionamento público do governo brasileiro.

"Compreendo as posições das entidades de direitos humanos, e mesmo de nossa oposição. Compartilho, pessoalmente, algumas delas", disse a petista sobre a Venezuela em entrevista concedida à revista especializada "Política Externa".

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