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Ao menos duas pessoas assassinaram a turista italiana em Jericoacoara

Gaia Molinari tinha 29 anos e morava no Brasil há alguns meses trabalhando em albergues

A italiana Gaia Molinari em uma imagem de Facebook de 2013.
A italiana Gaia Molinari em uma imagem de Facebook de 2013.

O caso do estrangulamento da turista italiana Gaia Molinari, de 29 anos, cuja visita ao paraíso nordestino de Jericoacoara (no Ceará) se transformou em um inferno no Dia de Natal, sofreu uma reviravolta nesta segunda-feira depois da prisão da amiga carioca com quem tinha viajado para essa região de proteção ambiental, Mirian França, de 31 anos.

França, que tinha conhecido a falecida no dia 16 de dezembro em Fortaleza e viajado com ela para Jericoacoara no dia 21, incorreu em “incontáveis contradições” durante seus dois depoimentos à polícia e foi decretada sua prisão temporária (de até 30 dias). Segundo informou a Polícia Civil do Ceará ao EL PAÍS, ela foi presa como “principal suspeita”, apesar de as mesmas fontes afirmarem taxativamente que o assassinato foi cometido “pelo menos por mais uma pessoa”, de identidade ainda desconhecida. “França sabe mais”, afirma a polícia, e por isso ela será submetida a um terceiro interrogatório nas próximas horas.

A presa, que é farmacêutica, tinha previsto abandonar Jericoacoara na noite do dia 24 junto com Molinari (que nunca chegou à estação rodoviária, apesar de ainda estar viva), e foi localizada pela Polícia no dia 26 (quase 24 horas depois da descoberta do corpo), em Canoa Quebrada, outro lugar turístico bastante distante da região arborizada de Serrote, próxima à célebre praia de Jericoacoara, onde a italiana perdeu a vida.

Natural de Piacenza e estabelecida em Paris, Molinari morava há alguns meses em São Paulo e percorria o país trabalhando em albergues em troca de hospedagem.

A polícia trabalha com duas linhas principais de investigação: a de crime passional e outra, que ainda não foi revelada “para não prejudicar a investigação”. O roubo está totalmente descartado. A autópsia confirmou a morte por asfixia, apesar de a vítima (que foi descoberta de biquíni, ao lado de sua mochila) antes ter sido selvagemente golpeada no rosto. Ainda se aguarda, no entanto, que o exame toxicológico ratifique a possibilidade de ela ter sido drogada anteriormente (como suspeita a polícia) e de uma prova que verifique ou descarte a violência sexual. O corpo não apresentava rigor mortis, o que permite supor que não se passaram muitas horas entre o momento do falecimento e a descoberta do corpo por um casal de turistas, no dia 25 ao meio-dia. Um oficial da Polícia italiana, que colabora na investigação, chegou a Fortaleza.

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