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Assim é o Ello por dentro, a rede social na qual você quer entrar

Conheça o interior da nova rede social livre de propagandas

Ello por dentro: você precisa de um convite para entrar na rede social.
Ello por dentro: você precisa de um convite para entrar na rede social.

É possível que nos últimos dias você tenha topado na internet com o nome de uma nova rede social, Ello.co, acompanhado de frases do tipo “Facebook, sua mamata vai acabar”, “A rede social alternativa sem publicidade e que não vai vender seus dados”, entre outras. Ainda que não se saiba muito bem a razão de sua popularidade repentina, nas últimas horas os “early adopters” estão protagonizando uma corrida para conseguir um convite que lembra o que aconteceu com o Diaspora, Wave, Yo e muitos outros serviços. Na terça-feira o Ello alcançou 4.000 pedidos de registro por hora, segundo seus fundadores. Ao final do dia, 31.000 pessoas por hora estarão tentando entrar.

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O Facebook adotou recentemente uma política de nomes reais que obriga os usuários a registrarem-se com seu nome legal. No caso de algumas ‘drags’ e transexuais isso causa um conflito com o nome com o qual se identificam, e ocorreram casos de contas suspensas por esse motivo. Ainda que o Facebook já tenha reativado algumas das contas afetadas, não mudou sua política. Isso poderia ser o detonador de uma migração de membros da comunidade LGBT para o Ello, rede que permite o registro com o nome que quiser.

Com a popularidade do Ello, chegaram as críticas, como a pergunta: como os investidores da empresa vão recuperar seu dinheiro se não existe publicidade nem a comercialização dos dados pessoais?

Como o crescimento segue restrito por conta do convite, para poder ver o que essa rede tem de especial, fixemos o necessário para conseguir um e poder contar como é por dentro a rede da semana.

Após abrir o convite que um amigo me enviou por e-mail, entrei na página de entrada. Mais simples, impossível: o ícone da rede, palavras com as quais se definem (“simples, bonita e livre de publicidade”) e outros três campos de texto para cadastrar seu usuário: e-mail, nome de usuário e senha. Em 10 segundos você já está dentro.

A tela seguinte é a inicial, feita de duas abas principais que separam o conteúdo. A primeira se chama “Friends”, uma ‘timeline’ no estilo do Twitter na qual aparecerão as atualizações dos usuários que forem seus amigos.

Tudo muito branco, com muito espaço e imagens enormes: o amigo que me convidou postou uma imagem de 2160 x 1440 pixels e 1,2 megas de tamanho, e estava publicada com toda a resolução. Parece evidente que o Ello foi pensado para pessoas com boas conexões e monitores grandes.

A primeira mensagem encontrada em “Friends” é do usuário @ello. Nela, explica-se com pompa do que se trata: “O Ello é uma rede social simples, bonita e sem publicidade, e seu projeto minimalista enfatiza o conteúdo de alta qualidade”. Uma declaração de intenções mais na linha do conteúdo seleto de um Medium do que uma rede popular como o Facebook.

A outra aba da página inicial se chama Noise (“barulho”) e é feita para os usuários que você segue mas não tem como amigos. No começo, você só está na conta do próprio @ello, que seleciona conteúdo interessante de todos os usuários. As postagens são mostradas em mosaico e, ao contrário do Twitter, lembra alguns formatos do Tumblr ou um painel do Pinterest. As postagens são menores do que na aba Friends, ainda que tudo continue sendo bonito, limpo e cuidado. O usuário @ello selecionou gifs animados artísticos e imagens de desenhos para marcar a linha da rede.

Ao clicar nelas, as postagens aumentam e são vistas em todo seu esplendor, como na aba Friends.

É muito simples postar conteúdo próprio. Na parte superior da janela uma caixa de diálogo o convida permanentemente a “Dizer oi” (“Say Hello”), ao clicá-la a caixa aumenta e a interface permite que você escreva, suba arquivos e faça postagens.

Como teste, subi uma imagem em alta resolução. O processo é imediato e a imagem era vista perfeitamente, sem dar a impressão de ter sido comprimida.

Até aqui é a parte de conteúdo. No cabeçalho existe também um “Sobre nós”, onde explicam sua filosofia, e entre outras coisas prometem que o serviço nunca admitirá publicidade e será gratuito sempre (ainda que ofereçam algumas características de pagamento):

Existe também a aba “Features”, uma lista das características que já têm e as que irão implementar com o tempo. Nessas, as mais chamativas são a integração de vários serviços e as aplicações para Android e iOS.

Na falta de mais usuários cadastrados e que exista mais conteúdo para navegar, isso é o Ello. A sensação que fica após navegar um pouco é que dá o que promete: é uma rede simples, bonita e não tem publicidade. E ainda assim, surge a dúvida: Por que preciso de uma mistura de Twitter e Tumblr, se já tenho Twitter e Tumblr?

Talvez seja um julgamento apressado, mas além de admirar como são bem executadas sua interface e o projeto, não me vem nenhuma razão para navegar, postar ou voltar a entrar. Seguramente isso poderia ser dito no surgimento de qualquer rede que apareceu na era pós Facebook (oi, Pinterest), mas no momento vejo o Ello.co como um precioso exercício de estilo. Que não é pouco, mas que não preciso.

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