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Os números da economia são munição contra Rousseff na campanha

Segundo Aécio Neves, do PSDB, o desempenho do PIB faz questionar se Dilma merece mais quatro anos de mandato

C. J.

Pouco depois da divulgação dos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o candidato do PSDB, Aécio Neves, divulgou uma nota em sua conta do Facebook comentando o resultado, enaltecendo a responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff sobre o assunto. "Dilma conseguiu o que poucos imaginavam, mas a oposição há muito vinha alertando: jogou o país numa recessão, algo que não acontecia desde a crise mundial de 2009", afirmou. "Com um desempenho assim, a pergunta que fica é: por que dar a ela mais quatro anos de mandato?", questionou.

A nota do tucano diz que a crise brasileira é disseminada: exceto a agropecuária (0,2%), a produção de todos os setores recuou no trimestre, descreve ele. "De novo a indústria teve os piores resultados. Investimentos caíram 5,3%, ou seja, o futuro também é incerto."

Fica claro que a palavra "recessão" entrará de vez na campanha eleitoral, algo que Rousseff deve torear apresentando os números de emprego, por exemplo. Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram criados 588.671 empregos no primeiro semestre deste ano, e 5,5 milhões desde 2011, ou seja, desde o início do Governo Rousseff. Em julho, porém, foram criados apenas 11.796 postos de trabalho, um dos menores índices dos últimos anos.

Durante o debate realizado nesta terça-feira, a presidenta foi questionada sobre o desempenho da economia. Rousseff atribuiu os problemas a uma grave crise internacional. Disse que o PT busca alternativas para fugir da crise. "Nós recusamos as velhas receitas: o trabalhador pagava a conta. [o país] aumentava tarifas e impostos", afirmou. "Nós, ao mesmo tempo em que mantivemos o nível de emprego, criamos 5 milhões de empregos, mantivemos a inflação sob controle. Ela está na mesma situação que nos últimos nove anos", disse.

A memória inflacionária, porém, é persistente no Brasil, e por mais que os índices oficiais mostrem, na média, a inflação dentro do teto da meta, a percepção é de que o custo de vida continua subindo.

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