12 fotosCasas, costumes e famílias que vivem na região do rio TrombetasOs quilombolas que lutam pela titulação da terra em que vivem há mais de 150 anos 29 mar. 2014 - 13:03BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaOs quilombolas se locomovem entre as casas e comunidades com barcos ou lancha rápida, como a da foto, que também é usada para transportar gás de cozinha, alimentos, gasolina e madeira para construção. Na imagem, o rio Trombetas no caminho entre Porto Trombetas e a comunidade quilombola do Abuí.B.B.Dois quilombolas conversam a caminho do barco que lhes aguarda, um deles com uma panela com comida nas mãos. É comum que as famílias se presenteiem com pratos, farinha ou peixe, não necessariamente em troca de outro alimento ou objeto.B.B.Raimundo do Carmo tem 48 anos e tem nove filhos. Vive da extração da copaíba. “Tenho que andar na mata uma hora e meia, mais ou menos, até encontrar a árvore da copaíba. Aí eu faço um furo até chegar na seiva, que é o óleo dela. Coloco um pote embaixo onde ele vai caindo”, explica, esclarecendo que na época dos pais, ao invés de furar a árvore e colocar um tampão para evitar o cupim, o método era derrubar com machado. Para comer e alimentar a família, caça “porco, cotia, queixada (javali)” matando com sua espingarda enferrujada e “levando nas costas” animais que podem chegar a 40 quilos.B.B.Interior de uma casa quilombola, com chão de madeira. Algumas famílias têm televisão e rádio, mas os eletrodomésticos, de modo geral, são escassos. Dois irmãos, Dhemerson (15) e Deiviti (9), assistem desenhos animados na hora do almoço, acompanhados pela vizinha Sabrina (10).B.B.Uma das bases da alimentação do quilombola é a farinha de mandioca. A massa da farinha ainda úmida é colocada no espremedor, uma espécie de entrelaçado de cipó chamado tipiti, para extrair o tucupi, o líquido amarelo usado na culinária típica para molhos de aves e peixes.B.B.A última parte do processo da farinha de mandioca é passar a massa pelo "forno", como os quilombolas chamam a panela de ferro que se encaixa no semi-círculo de barro onde colocam a lenha. Com uma espátula de madeira se mexe até que a farinha fique dura e seca, em flocos.B.B.Final de tarde em um lago do rio Trombetas. As distâncias entre as casas variam muito, mas o acesso quase sempre somente é possível de barco com motor ou pequenas canoas, usadas para a pesca.B.B.Uma menina descasca castanha-do-pará para preparar um bolo. Além da venda da castanha-do-pará, uma das fontes de renda do quilombola que no ano passado gerou 4,9 milhões de reais somente no município de Oriximiná, é feita a extração de óleo de copaíba, bastante usado na indústria cosmética.B.B.A família de Manuel Cordeiro, de 65 anos, conhecido como Seu Canela, quilombola descendente de escravos. Não quiseram tirar foto em frente à casa "porque ainda falta terminar" a construção de um dos cômodos. Para concluir a obra, Seu Canela teve que gastar 600 reais em madeira, que está pagando em pequenas prestações a um conhecido.B.B.O quilombola Domingos Humberto de Oliveira, de 73 anos, trabalha o ambé, um tipo de cipó que serve para tecer o paneiro, uma espécie de mochila cilíndrica usada pelos quilombolas para colher castanha, ao fundo à direita da imagem. Aos seus pés, ouriços abertos, de onde se tira a castanha-do-pará.B.B.Francisco Cordeiro Xavier, Seu Duí, de 73 anos, rodeado pelos netos e bisnetos. Sua esposa é parteira e atende as mulheres da comunidade Tapagem. Tiveram 11 filhos, 8 deles estão vivos. Não gostam da cidade porque "é tudo comprado" e acrescenta: "aqui a gente pega uma fruta e come".B.B.Crianças se apoiam na escada de uma casa quilombola para assistir televisão.B.B.