8 fotosA rotina de uma escola ocupadaDezenas de alunos se organizam para manter a disciplina no acampamento em um colégio estadual na Zona Norte do RioMaría MartínRio de Janeiro - 08 abr. 2016 - 20:24BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinBlueskyLink de cópiaO alunos do colégio Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, no Rio, ocuparam a escola no último dia 21 de março. Eles dividiram as responsabilidades em cinco comissões: Alimentação, Comunicação, Atividades, Estrutura e Segurança. Fora os plantões, os horários são rígidos: eles acordam às 6h30 da manhã e vão dormir às 23h.Mauro PimentelOs dormitórios foram improvisados em salas de aula, separando o dos meninos de o das meninas. Durante o dia, alguns alunos ajudam outros a estudar.Mauro PimentelAo ocuparem a escola, os alunos acharam material didático nunca usado. No segundo andar do auditório havia centenas de livros lacrados. “Em 2014, no meu primeiro ano na escola, só recebi os livros de Português, Filosofia e Arte, e no ano passado fiquei o curso inteiro sem livro de Matemática. Eu achei esses livros, que supostamente não tínhamos, jogados em salas da escola durante a ocupação”, relata Joana Correia, de 18 anos.Mauro PimentelPais, ex-alunos, professores e até comerciantes do bairro colaboram com doações de comida e produtos de limpeza para os alunos. A comissão de Alimentação cuida do café de manhã, o almoço e o jantar de todos os ocupantes. Quem descumprir as normas, estabelecidas mediante assembléias diárias, é punido com uma hora de atraso no almoço e corte nas atividades lúdicas.Mauro PimentelA convivência durante a ocupação estreitou os laços entre os estudantes. A maioria se dá bem, mas os adolescentes começam a ver as dificuldades de lidar com as responsabilidades e viver em comunidade.Mauro PimentelEntre as responsabilidades da comissão de estrutura está a de manter limpa a escola. Dezenas de sacos foram preenchidos com lixo abandonado nos fundos da escola. Os alunos já estão montando uma pequena horta ali.Mauro PimentelEntre as atividades lúdicas, além de aulas de dança, os alunos reúnem-se para conversar sobre suas diferenças. Uma psicóloga os visitou: as três semanas de confinamento estão criando tensões entre os adolescentes. A profissional os escuta, os ensina a respirar, a ouvir aos outros e os aconselha: “As crises de identidade implodem o movimento. E é isso que aqueles que estão lá fora estão esperando que aconteça".Mauro PimentelA escola está perfeitamente limpa e organizada e os alunos criaram até uma biblioteca com doações.Mauro Pimentel