“Gosto muito de Juan, apesar do que fez. Porque é um repressor, e por isso está preso”
Até recuperar sua identidade, Victoria Donda viveu acreditando que era dois anos mais nova do que é, porque seus apropriadores a registraram como se tivesse nascido em 1979. “É como ter vivido dois anos em coma, despertar e sentir que esse tempo desapareceu.” Reconhece também as dificuldades para estabelecer vínculos fluidos com sua família de sangue. “Minha avó Leontina vive no Canadá, tem Alzheimer, mas cheguei a conhecê-la.” Com sua irmã, Eva Daniela, as distâncias foram, durante muito tempo, ideológicas. Essa relação está se recompondo. Contatada para esta reportagem, Eva, que foi criada por seu tio, o repressor Adolfo Donda Tigel, preferiu não falar, priorizando sua relação com Viki.
Victoria Analía Donda Pérez, sobrinha do então diretor de inteligência da Escola Superior de Mecânica da Marinha (ESMA), que organizou a entrega da menina.