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Primeiras mortes por Covid-19 nos EUA ocorreram semanas antes do que se pensava

Legista de condado do Vale do Silício confirma coronavírus em uma pessoa que morreu em 6 de fevereiro, 23 dias antes da primeira vítima oficial. Madri corrige número de mortos para quase 14.000

Pablo Ximénez de Sandoval
Sara Cody, secretária de Saúde do condado de Santa Clara, Califórnia, em entrevista coletiva em março.
Sara Cody, secretária de Saúde do condado de Santa Clara, Califórnia, em entrevista coletiva em março.Dai Sugano (AP)
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A Covid-19 já estava matando pessoas nos Estados Unidos pelo menos três semanas antes de ser anunciada oficialmente a primeira morte pelo novo coronavírus no país. O escritório do legista do condado de Santa Clara (no Vale do Silício, Califórnia) revelou terça-feira que considera vítimas da Covid-19 três pessoas que morreram nos dias 6 e 17 de fevereiro e 6 de março. Até agora, considerava-se que o primeiro morto pela doença nos Estados Unidos tinha sido um homem nos arredores de Seattle em 29 de fevereiro.

O Vale do Silício foi um dos primeiros lugares onde o coronavírus foi detectado nos Estados Unidos. No final de fevereiro, quando o novo vírus era um problema apenas na cidade chinesa de Wuhan, no Irã e na Itália, foram confirmadas nessa área da Califórnia os dois primeiros casos de transmissão local no país. Naquele momento, havia 63 pessoas diagnosticadas nos EUA. Todas elas haviam viajado para a China, conviviam com alguém que tinha feito isso ou eram passageiros repatriados do primeiro cruzeiro onde foi detectado o vírus. A descoberta de dois pacientes que não tiveram nenhum contato conhecido com os focos de risco confirma que o vírus já estava circulando no país havia semanas.

Apesar de ter registrado os primeiros casos de contágio local, o legista do Vale do Silício só confirmou em 9 de março o primeiro óbito no condado. Tratava-se de uma mulher de mais de 60 anos sem histórico conhecido de contato com a China. Uma semana depois, toda a baía de San Francisco adotou a primeira medida de confinamento obrigatório nos Estados Unidos.

Os casos revelados terça-feira mudam a linha de tempo da propagação do vírus na Califórnia. “São indivíduos que morreram em sua casa em um período no qual havia muito poucos testes disponíveis. Naquele momento, os critérios para exames de diagnóstico do CDC [Centro de Controle de Doenças dos EUA] estavam restritos a pessoas com histórico conhecido de viagem e que foram ao médico com sintomas específicos”, assinalou a administração do condado em um comunicado. “Podemos antecipar que serão identificadas mais mortes por Covid-19 à medida que o legista for investigando cuidadosamente as mortes no condado.”

Até segunda-feira, o condado da Santa Clara registrava 1.922 casos e 83 mortes. Em toda a Califórnia, cerca de 36.000 casos foram confirmados e mais de 1.300 pessoas morreram. São números muito baixos que mostram que a Califórnia está achatando a curva em comparação com países de população e superfície semelhantes, como a Espanha, ou com outros Estados dos EUA onde o vírus foi detectado depois, como o de Nova York, que se tornou o epicentro da tragédia no país.

A correção dos dados parece um fenômeno mundia. Nesa quarta-feira, Madri quase duplicou seu número registrado de mortos. Pelo menos 13.911 pessoas morreram em hospitais, residências ou asilos na capital espanhola, após testes positivos para coronavírus ou apresentarem sintomas de contágio, segundo dados coletados em dois documentos da cidade. Esse saldo mostra 6.334 mortes a mais do que as 7.577 relatadas até então ao Governo central.

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