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Na ONU, Maduro exige a suspensão de todas as sanções contra a Venezuela

Presidente participa da Assembleia Geral da ONU com um vídeo pré-gravado, para evitar ser detido caso entrasse nos EUA

Nicolás Maduro mientras interviene virtualmente ante la Asamblea General de Naciones Unidas
Nicolás Maduro em seu discurso virtual à Assembleia Geral das Nações Unidas, gravado em Caracas (Venezuela). Em vídeo, declarações do Presidente.Prensa Miraflores (EFE/Prensa Miraflores)
Yolanda Monge
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New York (United States), 21/09/2021.- Brazil's President Jair Bolsonaro (C) arrives to address the 76th Session of the UN General Assembly in New York City, USA, 21 September 2021. (Brasil, Estados Unidos, Nueva York) EFE/EPA/TIMOTHY A. CLARY / POOL
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, exigiu nesta quarta-feira à Assembleia Geral das Nações Unidas “a suspensão das sanções criminosas” contra o seu país. “Ratificamos nossa exigência de sejam suspensas todas as sanções criminosas contra a economia venezuelana e contra a sociedade venezuelana por parte dos Estados Unidos e dos governos da União Europeia”, reivindicou Maduro em um discurso pré-gravado e exibido em um telão.

Nicolás Maduro não foi pessoalmente à sede da ONU, em Nova York, por causa do receio de ser preso se pisasse em solo norte-americano, já que sobre ele pesam, desde março de 2020, acusações penais por terrorismo e narcotráfico. Além disso, as autoridades dos EUA oferecem uma recompensa de 15 milhões de dólares por sua captura. Março de 2020 havia sido também a data da última viagem internacional do presidente até sábado passado, 18 de setembro, quando de forma inesperada o líder bolivariano viajou até o México para participar da cúpula da CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

Com a ameaça da prisão pendendo sobre sua cabeça, Maduro repetiu um discurso pronunciado muitas outras vezes, no qual justificava sua “exigência” com base na “razão e moral que acompanham 30 milhões de venezuelanos e venezuelanas”. O mandatário solicitou repetidamente ao Governo dos EUA que desbloqueie o dinheiro da Venezuela retido no sistema bancário internacional devido às sanções.

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Do púlpito privilegiado que lhe concede o discurso da Assembleia Geral, Maduro aproveitou para recordar que seu país levou “em múltiplas ocasiões” a diversos organismos do sistema da ONU “a denúncia do ataque feroz, da campanha feroz” que ele diz existir contra Caracas. Para o sucessor de Hugo Chávez, essa campanha conta com “a cumplicidade das elites” que lideram os organismos europeus. “Quiseram instrumentalizar os organismos internacionais do direito internacional para justificar a campanha feroz e os ataques criminosos contra o povo da Venezuela”, salientou.

Maduro denunciou que “as contas financeiras são perseguidas, o ouro das reservas internacionais do Banco Central da Venezuela em Londres foi sequestrado e bloqueado, tivemos bilhões de dólares sequestrados e bloqueados em contas bancárias nos EUA, na Europa e em outros lugares”. Tudo isso, segundo o presidente, como parte de “uma agressão permanente e sistemática” através de sanções de todo tipo, que tachou de “cruéis”.

Chegado o momento, o venezuelano pediu “todo o apoio das Nações Unidas” para que o processo de diálogo iniciado em 13 de agosto com a oposição no México avance. Essa mesa de negociação foi instalada sob o patrocínio da Noruega, embora Washington acompanhe de perto seu desenrolar. A Venezuela rompeu relações com os Estados Unidos em 2019, argumentando que esse país impulsiona planos para desestabilizar ao Governo e forçar sua derrocada. Washington congelou todos os ativos do Governo venezuelano nos Estados Unidos e proibiu os norte-americanos e seus sócios internacionais de fazerem negócios com Caracas para pressionar Maduro a deixar o poder. Washington afirma que o líder venezuelano foi eleito em 2018 em um pleito fraudado.

A terceira rodada desse processo de diálogo terá lugar entre esta sexta e a próxima segunda. “Agradeço o apoio do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ao processo de diálogo do México e peço todo o apoio das Nações Unidas para que o processo de diálogo no México avance para novos acordos parciais e para um acordo global de fortalecimento da paz, da soberania e da prosperidade integral da Venezuela”, declarou Maduro.

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