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EUA matam dois membros do Estado Islâmico em operação de represália no Afeganistão

Segundo a Casa Branca, um dos alvos era responsável pelo planejamento de ações do ISIS-K, braço local do grupo jihadista que reivindicou a autoria das explosões em Cabul

Um talibã em meio a restos de roupas ensanguentadas depois do atentado na entrada do aeroporto de Cabul na quinta-feira.
Um talibã em meio a restos de roupas ensanguentadas depois do atentado na entrada do aeroporto de Cabul na quinta-feira.WAKIL KOHSAR (AFP)
María Antonia Sánchez-Vallejo
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Os Estados Unidos lançaram na madrugada deste sábado sua primeira operação de punição contra alvos do braço local do Estado Islâmico no Afeganistão, o ISIS-K. O ataque, em represália pelo brutal atentado cometido na quinta-feira pelo grupo jihadista em Cabul, que matou dezenas de pessoas, foi lançado com um drone e teve como alvo uma base de operações do grupo terrorista no leste do Afeganistão, informou o Pentágono. Dois alvos de “alto nível” da organização foram mortos no ataque norte-americano e outra pessoa ficou ferida, de acordo com o general do Exército William “Hank” Taylor, entrevista coletiva. No início, o Pentágono relatou apenas a morte de um membro do grupo jihadista. O porta-voz do Pentágono, John Kirby, se recusou a especificar o papel dessas pessoas dentro da organização.

“Forças militares dos Estados Unidos realizaram uma operação antiterrorista contra um planejador do ISIS-K”, havia declarado mais cedo o capitão Bill Urban, porta-voz do Comando Central dos EUA. O ataque ocorreu na província de Nangarhar, a leste de Cabul. “Não há registro de vítimas civis”, acrescentou o porta-voz. Os EUA assinalaram que o ataque foi dirigido contra um membro do ISIS-K que planejava as atividades do grupo, mas não esclareceram imediatamente se ele havia sido o cérebro do atentado de quinta-feira.

A represália ocorreu 24 horas depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu caçar os autores do atentado de Cabul, que matou 13 militares americanos e feriu quase 20. “Não vamos perdoar nem esquecer. Perseguiremos os terroristas e os faremos pagar por isso”, disse Biden. Seu objetivo de vingar a morte dos soldados foi confirmado na sexta-feira pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki: “O presidente não quer que [os terroristas] voltem a pisar na face da Terra”.

Um funcionário americano, citado pela agência Reuters sob condição de anonimato, detalhou que o drone decolou do Oriente Médio e atacou o militante quando ele estava em um carro com outro membro do Estado Islâmico. Acredita-se que os dois tenham morrido, segundo essa fonte. Em Jalalabad, capital da província de Nangarhar, um ancião da comunidade, Malik Adib, disse que três pessoas morreram e quatro ficaram feridas no ataque aéreo da zero hora deste sábado. “Entre as vítimas há mulheres e crianças”, disse Adib à Reuters, sem dar informações sobre suas identidades.

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A resposta dos EUA ocorreu horas depois que o Pentágono alertou para a possibilidade de um novo atentado na área do aeroporto de Cabul. “Estamos preparados, na expectativa de futuros ataques”, disse o porta-voz dos militares americanos, John Kirby, a jornalistas. “Acompanhamos bem de perto essas ameaças, concretas, em tempo real. Nossas tropas estão em perigo”, acrescentou, referindo-se aos 5.800 soldados destacados no aeroporto para garantir as operações de retirada, que serão oficialmente encerradas na terça-feira. Em reunião com os membros do Conselho de Segurança Nacional, Biden foi informado sobre os planos em andamento para identificar os possíveis alvos do ISIS-K, assinalou Psaki.

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