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Comissão que investiga ataque ao Capitólio dos EUA questiona papel de Trump no episódio

Comitê da Câmara, com maioria democrata, solicita documentação a sete órgãos federais. Pediu inclui material de inteligência como os do FBI e do Pentágono

Donald Trump en mitin en la Casa Blanca
O ex-presidente Donald Trump em um comício perto da Casa Branca, em 6 de janeiro de 2021.MICHAEL REYNOLDS (EFE)
Antonia Laborde
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presidente del comité de investigación del ataque al Capitolio, Bennie Thompson, y la republicana Liz Cheney
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US Capitol police block a street during an investigation of a possible bomb threat near the US Capitol and Library of Congress in Washington, DC, on August 19, 2021. - Police said Thursday a suspicious vehicle was being investigated for possible explosives and that people were told to leave the area. "The USCP is responding to a suspicious vehicle near the Library of Congress," the US Capitol Police said on its Twitter feed.  "This is an active bomb threat investigation." The Federal Bureau of Investigation says it has also joined the probe. (Photo by Nicholas Kamm / AFP)
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O comitê da Câmara de Representantes (deputados) que investiga a invasão do Capitólio em 6 de janeiro solicitou nesta quarta-feira os registros detalhados dos movimentos e reuniões do então presidente Donald Trump naquele dia. O grupo, uma espécie de CPI de maioria democrata, solicitou uma série de documentos a sete órgãos federais para apurar o ataque ao Congresso perpetrado por uma turba de seguidores do republicano com o objetivo de bloquear a nomeação de Joe Biden como presidente. Os membros da comissão também pediram informações sobre a organização e financiamento de comícios de Trump onde foi mencionada a possibilidade de bloquear ou retardar a transferência de poder ao democrata.

“Nossa Constituição prevê uma transferência pacífica de poder, e esta investigação busca avaliar as ameaças a esse processo, identificar as lições aprendidas e recomendar leis, políticas, procedimentos, regras ou regulamentos necessários para proteger a nossa República no futuro”, afirmou nesta quarta-feira o deputado democrata Bennie Thompson, presidente do comitê seletivo (ou seja, com menos atribuições de uma comissão que fosse competente para investigar e legislar).

Nas cartas que enviou aos órgãos federais para solicitar informação, Thompson alegou que a investigação vai além do que ocorreu no dia da invasão. O comitê pediu os registros das “comunicações dentro da Casa Branca e entre esta e as agências do Poder Executivo durante o período anterior a 6 de janeiro e naquele dia”, além de material que revele “o conhecimento do ex-presidente sobre os resultados das eleições e o que comunicou ao povo norte-americano sobre as eleições”. O líder da minoria na Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, criticou as ações da comissão, acusando-a de fazer um trabalho “mais político” em detrimento de um inquérito independente.

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Os membros da comissão solicitaram aos Arquivos Nacionais todos os documentos da Casa Branca fornecidos a Trump e ao seu chefe de gabinete, Mark Meadows, que fizessem alusão a “uma eleição roubada, roubo da eleição ou eleição ‘forjada’”. Também pediram dados ao FBI, ao Pentágono, aos Departamentos de Segurança Nacional, Interior e Justiça, entre outros órgãos federais. Os legisladores procuram material “relacionado com a inteligência recolhida antes de 6 de janeiro sobre acontecimentos que poderiam ocorrer naquele dia”.

A comissão cogita também pedir às empresas de telecomunicações e redes sociais que conservem os registros de “várias centenas de pessoas”, incluídos alguns parlamentares. Thompson observou que o grupo pretende examinar todo o material que for necessário para explicar o que aconteceu no dia do ataque. Essa CPI está composta por 11 democratas e 2 republicanos. Os congressistas democratas tentaram formar uma comissão independente —com maior poder de ação e composta pelo mesmo número de democratas e republicanos—, mas os republicanos bloquearam a iniciativa no Senado.

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