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Nome de Lilibet abre nova guerra em Buckingham. A rainha foi consultada por Harry e Meghan?

Assessores da monarca alegam que o príncipe Harry não pediu autorização da avó para batizar sua filha dessa forma, mas o casal diz que jamais agiria sem a autorização da soberana

Meghan Markle y Enrique de Inglaterra
A rainha Elizabeth II observa Meghan Markle e o príncipe Harry no balcão do palácio de Buckingham, em julho de 2018.Matt Dunham (AP)
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Um bebê intensificou as desavenças entre a instituição da família real britânica e os duques de Sussex, que no domingo passado anunciaram o nascimento da sua segunda filha, batizada com dois nomes muito familiares: Lilibet Diana. O segundo é uma óbvia homenagem à falecida princesa Diana de Gales, mãe de Harry, e o primeiro é um apelido da rainha Elizabeth II, bisavó da menina. Lilibet é como a chamavam seus pais e sua irmã na infância, como se referem a ela seus mais íntimos e, sobretudo, seu recém-falecido marido, o príncipe Philip. Entretanto, desde o começo surgiu certa controvérsia sobre esse nome, por estar tão intimamente ligado à soberana —uma polêmica que foi crescendo os últimos dias e levou a um enfrentamento direto entre as duas partes, a família real e os duques de Sussex, e nada menos que na BBC.

A disputa está servida porque, ao longo destes dias, muitos tinham posto em dúvida se a rainha havia sido consultada previamente por seu neto —que atualmente vive na Califórnia e com quem a relação é relativamente fria— para batizar sua filha com esse apelido tão pessoal. Uma fonte direta do palácio decidiu revelar ao canal público que não, os duques nunca consultaram a rainha sobre o nome da menina, como já especulavam os tabloides em ambos os lados do Atlântico, embora noticiassem que houve um contato prévio com a soberana por parte de Harry e Markle. De fato, alguns chegaram a afirmar que o príncipe tinha comentado com sua avó anos atrás sobre seu desejo de, se tivesse uma filha, chamá-la de Lilibet. O palácio nega inclusive essa premissa.

Entretanto, um porta-voz direto dos duques de Sussex agora refutou essa versão. Não se trata de uma fonte apenas próxima e não identificada, e sim de uma pessoa formalmente vinculada ao casal. Esse porta-voz diz que Harry e Markle conversaram com a rainha antes do nascimento do bebê para lhe consultar sobre o nome e sobretudo insiste em que, se Elizabeth II não tivesse dado seu apoio, os duques nunca teriam chegado a usar esse nome.

O porta-voz quer deixar muito clara a importância da soberana para Harry e sua família. “O duque conversou com sua família antes do anúncio; de fato, sua avó foi a primeira pessoa a quem ligou [quando sua filha nasceu]”, diz esse porta-voz à BBC. “Durante a conversa, ele compartilhou seu desejo de chamar a sua filha Lilibet em homenagem a ela. Se ela não se mostrasse alentadora a esse respeito, eles nunca teriam usado esse nome.”

A BBC não identifica esse porta-voz, mas outros veículos, como o Daily Mail, dizem que se trata de um dos amigos mais íntimos dos duques de Sussex, Omid Scobie. A notícia da negação de Buckingham à BBC desagradou tanto aos duques que apenas uma hora depois o porta-voz entrou em contato com o canal britânico para dar sua versão. Entretanto, depois dessa aparição, o palácio parou de guardar silêncio e vem reafirmando a versão anterior: a rainha não foi consultada.

Ao longo dos últimos dias —a menina nasceu na sexta-feira, mas os duques só fizeram o anúncio no domingo—, tanto a mídia britânica quanto a norte-americana, agora no raio de ação dos protagonistas, publicaram notícias contrastantes sobre a autorização do nome, se a rainha tinha ou não dado seu aval, se tinham lhe pedido uma resposta formal, ou se a conversa havia sido mais informal... Entretanto, agora entram em jogo porta-vozes tanto do palácio como dos duques, por isso o diz-que-diz sobe de nível.

A imprensa, sobretudo nos EUA, vem publicando notícias edulcoradas sobre o nascimento da pequena, de fontes sempre próximas aos duques. Na verdade, muitos têm declarações próprias de pessoas próximas a eles, tanto na questão do nome do bebê como em outros aspectos. Revistas como a People vão além, declarando que Harry e Meghan apresentaram a pequena à soberana britânica através de uma videochamada pouco depois de voltarem da maternidade, na cidade de Santa Barbara, para a casa da família na localidade californiana de Montecito. “Estavam muito emocionados e não queriam deixar de compartilhar sua chegada”, disseram essas fontes, que também vazaram detalhes como a reação do pequeno Archie, irmão mais velho da menina, e que a rainha convidou Harry para almoçar no palácio quando for a Londres em julho, para comemorar o que teria sido o 60º aniversário da sua mãe, a princesa Diana.

A única coisa clara é que a relação entre os Sussex e a família real é complicada e nada clara. A insólita saída dos duques da família real, há pouco mais de um ano, ficou ainda mais coberta de lama nos últimos meses por causa de várias declarações públicas da parte deles, incluindo a polêmica entrevista a Oprah Winfrey onde relatavam ter ido embora “em grande parte por causa do racismo”, ou suas declarações em uma série da Apple TV+ onde Harry falou de seus vícios, das dificuldades a respeito de sua saúde mental e de como sua família olhou para o outro lado quando ele expressou seus problemas.

A comunicação entre as duas partes tampouco é fluente. Na verdade, os duques anunciaram o nascimento da pequena no domingo às 17h (hora de Londres), e até as 20h os perfis sociais tanto da rainha como do príncipe Charles e dos duques de Cambridge, William e Kate, não haviam publicado reações. Foi preciso que transcorressem três horas. Também se passaram dois dias até que um membro da família real se manifestasse publicamente. “São notícias muito felizes”, disse Charles, avô de Lilibet Diana, ao concluir um discurso em uma visita oficial a uma fábrica. Outros, por enquanto, guardam silêncio.

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