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EUA pedem a libertação “imediata” da líder oposicionista nicaraguense Cristiana Chamorro

Departamento de Estado norte-americano considera que o regime de Daniel Ortega detém a candidata presidencial sob “acusações falsas”

casa de Cristiana Chamorro
Policiais em frente à casa de Cristiana Chamorro, presa desde quarta-feira pelo regime de Daniel Ortega.Carlos Herrera
Yolanda Monge

Os Estados Unidos pediram na sexta-feira ao Governo da Nicarágua que “liberte imediatamente” a líder oposicionista Cristiana Chamorro, que desde quarta está sob vigilância policial e prisão domiciliar. Segundo o Departamento de Estado, o regime de Daniel Ortega detém a líder de oposição sob “acusações falsas”, o que significa “um abuso de seus direitos” e representa “um ataque aos valores democráticos”, assim como uma tentativa clara de frustrar “eleições livres e justas”.

“O regime de Ortega deve libertar imediatamente a líder oposicionista Cristiana Chamorro”, pediu o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em um comunicado. Para Washington, a prisão de Chamorro ocorre em meio “aos ataques contínuos contra os candidatos presidenciais favoráveis à democracia e contra a imprensa independente”.

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AME2796. MANAGUA (NICARAGUA), 02/06/2021.- Autoridades inician el allanamiento este miércoles, en la vivienda de la aspirante opositora a la Presidencia, Cristiana María Chamorro Barrios, en Managua. Una jueza nicaragüense giró este miércoles una orden de allanamiento y detención en contra de la aspirante opositora a la Presidencia Cristiana María Chamorro Barrios, quien fue acusada en la víspera por el Ministerio Público por los delitos de gestión abusiva, falsedad ideológica, ambos en concurso real con lavado de dinero, bienes y activos. EFE/JORGE TORRES
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Cristiana Chamorro tornou pública sua pretensão de concorrer à presidência em janeiro, mas “o regime de Ortega está decidido a proibir Chamorro de participar das eleições de novembro”, segundo Price. Chamorro, de 67 anos, pretende ser a resposta a um eleitorado órfão de uma figura capaz de unir uma oposição dividida em relação às eleições gerais, nas quais Ortega pretende se reeleger pela terceira vez consecutiva.

Além de Chamorro, o Departamento de Estado norte-americano também pediu a libertação dos dois colegas da Fundação Violeta Barrios de Chamorro para a Reconciliação e a Democracia presos pelo regime. Suas detenções por acusações falsas são “um ataque aos valores democráticos”, afirma a diplomacia dos EUA.

O Governo de Manágua, em vez de realizar reformas eleitorais antes da data limite de maio estabelecida pela Organização de Estados Americanos (OEA), colocou em andamento “ainda mais restrições e reduziu a transparência eleitoral”, como denuncia o Departamento de Estado. Sobre isso, Washington lembra que Ortega “cancelou sem fundamento” em maio o status legal de dois partidos políticos da oposição com o objetivo final de impedir uma eventual candidatura de Cristiana Chamorro.

A diplomacia norte-americana conclui seu pedido a Ortega dizendo que “as atuais condições de repressão e exclusão não são consistentes com eleições confiáveis”. “A região e a comunidade internacional devem estar junto ao povo nicaraguense para apoiar seu direito a eleger de modo livre seu Governo”, finaliza o Departamento de Estado.

Jornalista de profissão ―atual vice-presidenta do jornal La Prensa―, Chamorro pretende seguir os passos de sua mãe, a ex-presidenta Violeta Chamorro, que em 1990 ganhou as eleições, ao contrário do que diziam as pesquisas, superando a Frente Sandinista de Daniel Ortega. O pai de Cristiana Chamorro, o jornalista Pedro Joaquín Chamorro, foi assassinado a tiros em 1978 pela ditadura de Anastasio Somoza. A candidatura de Cristiana Chamorro entusiasmou os nicaraguenses, a julgar pelas repetidas pesquisas que a colocam como a favorita entre o restante dos pré-candidatos de oposição (21% segundo os resultados da CID-Gallup publicados dias antes de sua prisão).

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