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A família real britânica dá o último adeus ao príncipe Philip

Castelo de Windsor foi palco de uma cerimônia solene, mas íntima, restrita pelas medidas de distanciamento social

A rainha Elizabeth II, na Capela de São Jorge, durante o funeral do Duque de Edimburgo, neste sábado.
A rainha Elizabeth II, na Capela de São Jorge, durante o funeral do Duque de Edimburgo, neste sábado.JONATHAN BRADY (AFP)
Rafa de Miguel

Às 16h deste sábado (11 horas da manhã em Brasília), os oito membros da Guarda dos Granadeiros que carregavam o caixão com os restos mortais do príncipe Philip, duque de Edimburgo, fizeram uma pausa no primeiro patamar da escada central da Capela de St. George. O Reino Unido guardava nesse momento um minuto de silêncio nacional. O céu de Windsor, de um azul tão intenso como não se viu nos últimos meses, realçava a imobilidade de todas as figuras agrupadas em semicírculo, nos jardins que circundam a capela. O príncipe Charles, herdeiro do trono, liderava um cortejo mínimo de oito homens da Casa de Windsor e uma mulher, a princesa Anne, que também incluía seus filhos, os príncipes William e Harry. Duas salvas de canhão marcaram o início e o fim do luto de silêncio. Às portas do recinto religioso estavam o deão de Windsor, David Conner, e o arcebispo de Canterbury, Justin Welby.

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Minutos antes, Conner havia recebido por outra entrada a rainha Elizabeth II, que havia chegado a bordo do bentley real minutos antes do cortejo fúnebre. Pela primeira vez em seus quase 70 anos como príncipe consorte, o duque de Edimburgo pôde desfilar à frente de sua mulher, e nem dois passos atrás, como nunca deixou de fazer. No último trecho, porém, o carro oficial avançou para que a monarca pudesse chegar à capela, onde já a aguardavam os demais membros da família real.

Poucas vezes uma imagem revelou em toda a sua magnitude a solidão que a rainha terá de enfrentar a partir de agora. Em luto rigoroso, com a máscara obrigatória pelas normas estabelecidas pela pandemia, Elizabeth II entrou sozinha, e sozinha esteve à frente do serviço religioso. “É algo muito, muito profundo, na vida de qualquer pessoa e na de toda a nação. Para aqueles que creem, peço que rezem por ela. Aos não crentes, que simpatizem em seus corações, ofereçam suas condolências e confiem em que possa encontrar as forças necessárias no que será, sem dúvida, um momento de angústia”, havia dito o arcebispo de Canterbury à BBC horas antes da cerimônia religiosa.

Foi o próprio duque de Edimburgo quem escolheu, nos mínimos detalhes, a música, os representantes militares e as leituras religiosas que desejava para um funeral que não foi de Estado, mas esteve revestido ao máximo de dignidade e solenidade. Inclusive o lamento entoado pelo gaiteiro principal do Regimento Real da Escócia, que deixava lentamente a capela em uma imagem de despedida de grande simbolismo.

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O Governo britânico havia pedido aos cidadãos que não fossem a Windsor, para evitar concentrações que violassem as regras de distanciamento social. Mesmo assim, centenas de curiosos perambularam por seus arredores durante toda a manhã.

Um a um, os 30 membros da família real que compareceram ao serviço religioso, convenientemente separados uns dos outros e cada um com sua respectiva máscara, saíram lentamente da capela ao término de uma cerimônia curta e simples, que serviu para alertar os britânicos que a morte do príncipe consorte dá início ao fim de uma longa e estável era que começou logo após a Segunda Guerra, com o reinado de Elizabeth II.

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