_
_
_
_
_

Coreia do Norte lança dois mísseis balísticos da sua costa leste

É a segunda vez em uma semana que o regime de Kim Jong-un testa armas, enquanto os EUA concluem a revisão da sua política para Pyongyang

Televisores de uma loja na Coreia do Sul mostram o lançamento de mísseis da Coreia do Norte, nesta quarta-feira.
Televisores de uma loja na Coreia do Sul mostram o lançamento de mísseis da Coreia do Norte, nesta quarta-feira.Lee Jin-man (AP)
Macarena Vidal Liy

A Coreia do Norte disparou nesta quinta-feira dois mísseis balísticos da sua costa leste em direção ao mar, os primeiros desde o início do mandato de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, segundo os governos do Japão e Coreia do Sul. O Conselho de Segurança sul-coreano fez uma sessão de emergência para analisar os dados do lançamento, sobre o qual manifestou sua “grave preocupação”.

Mais informações
In this photo provided by the North Korean government, North Korean leader Kim Jong Un attends at a meeting of Central Committee of Worker’s Party of Korea in Pyongyang, North Korean, Monday, Feb. 8, 2021. Independent journalists were not given access to cover the event depicted in this image distributed by the North Korean government. The content of this image is as provided and cannot be independently verified. (Korean Central News Agency/Korea News Service via AP)
‘Hackers’ norte-coreanos roubaram instituições financeiras na Internet para financiar mísseis
Smoke rises in the North Korean border town of Kaesong, seen from Paju, South Korea, Tuesday, June 16, 2020. South Korea says that North Korea has exploded an inter-Korean liaison office building just north of the tense Korean border. (Yonhap via AP)
Coreia do Norte explode escritório de relações com Coreia do Sul
In this Sunday, July 26, 2020, photo released by the North Korean government, North Korean leader Kim Jong Un, sitting, is surrounded by senior military officials holding “Paektusan” commemorative pistols they received from Kim during a ceremony in Pyongyang, North Korea. Independent journalists were not given access to cover the event depicted in this image distributed by the North Korean government. The content of this image is as provided and cannot be independently verified. Korean language watermark on image as provided by source reads: "KCNA" which is the abbreviation for Korean Central News Agency. (Korean Central News Agency/Korea News Service via AP)
Coreia do Norte afirma que desertor que viajou ao sul e voltou é seu primeiro caso de coronavírus

Os testes ocorreram às 7h06 e 7h25 (hora local; 19h06 e 19h25 de quarta-feira em Brasília), segundo os militares sul-coreanos. Eles informaram que os mísseis, disparados da província de Hamgyong do Sul, alcançaram uma altura de 60 quilômetros e percorreram aproximadamente 450 quilômetros, sem que tenham caído em suas águas territoriais.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, disse por sua vez: “Examinamos toda a informação disponível e tratamos de confirmar a segurança marítima e aérea do nosso território”.

Foi o segundo teste norte-coreano revelado nos últimos dois dias. Na quarta-feira, a Coreia do Sul e os Estados Unidos confirmaram que, no último fim de semana, o regime de Kim Jong-Un havia disparado dois mísseis de cruzeiro na costa oeste do país, na direção do mar. Pyongyang não confirmou esses disparos, cuja importância Washington e Seul minimizaram, numa aparente tentativa de manter abertas as vias de comunicação com a Coreia do Norte.

Apoie a produção de notícias como esta. Assine o EL PAÍS por 30 dias por 1 US$

Clique aqui

As resoluções do Conselho de Segurança da ONU contra o programa nuclear da Coreia do Norte proíbem os testes de mísseis balísticos, desenhados em principio para transportar ogivas atômicas. Não impedem, porém, os ensaios com mísseis de cruzeiro, menos potentes e mais lentos.

As atividades militares norte-coreanas ocorrem depois que, na última semana, Pyongyang inflamou a retórica contra seu vizinho do Sul e os Estados Unidos, que neste mês realizam manobras militares virtuais conjuntas. Kim Yo-jong, irmã e braço-direito de Kim Jong-un, havia advertido que, se Washington tomasse atitudes que o Norte interpretasse como hostis, correria o risco de “perder o sono nos próximos quatro anos”―tempo aproximado que resta do mandato de Biden. Os testes desta quinta-feira são os primeiros com mísseis balísticos norte-coreanos desde março do ano passado.

Desde sua posse, o governo Biden promove uma profunda revisão de sua política para a Coreia do Norte, que está prestes a ser concluída. Na semana que vem, os assessores de Segurança Nacional do Japão e Coreia do Sul se dirigirão a Washington para coordenar suas posições, depois que os secretários norte-americanos de Defesa, Lloyd Austin, e de Estado, Antony Blinken, completaram na semana passada uma viagem por Tóquio e Seul, a primeira ida ao exterior em seu mandato.

Em nota, o Comando do Pacífico norte-americano considerou que o lançamento reforça “a ameaça” representada pelo programa armamentista norte-coreano.

Durante o mandato de Donald Trump, Kim Jong-un se reuniu em três ocasiões com o presidente norte-americano para discutir a desnuclearização da península coreana. O primeiro encontro da história entre um líder norte-coreano e um chefe de Estado dos EUA aconteceu em 2018 em Singapura, após uma intensa série de testes nucleares e de mísseis por parte do Norte no ano anterior, e terminou com uma vaga declaração de intenções. O segundo, marcado para Hanói em fevereiro de 2019, acabou num retumbante fracasso, que não chegou a ser emendado pela terceira reunião, ocorrida daquele ano na fronteira entre as duas Coreias. Desde então, a Casa Branca reconheceu que Pyongyang não respondeu a suas tentativas de restabelecer o diálogo.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_