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Conservador Lasso disputará presidência do Equador contra Andrés Arauz e deixa candidato indígena fora da disputa

O Conselho Nacional Eleitoral atribuiu 1.830.045 votos a Guillermo Lasso contra 1.797.445 obtidos por Yaku Pérez, que denuncia uma “fraude” e anuncia que contestará os resultados

O candidato Guillermo Lasso saúda seus simpatizantes em 12 de fevereiro, em Quito.
O candidato Guillermo Lasso saúda seus simpatizantes em 12 de fevereiro, em Quito.STRINGER (Reuters)
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Ecuadorean presidential candidate Andres Arauz addresses supporters during his closing campaign rally ahead of the February 7 presidential vote, in Quito, Ecuador February 4, 2021.  REUTERS/Johanna Alarcon NO RESALES. NO ARCHIVES
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O Equador já tem resultados definitivos do primeiro turno das eleições presidenciais, mas os problemas relativos ao processo eleitoral não terminaram. O Conselho Nacional Eleitoral oficializou na madrugada deste domingo, duas semanas depois da jornada eleitoral de 7 de fevereiro, os dois vencedores que disputarão o segundo turno. Andrés Arauz, candidato da aliança União pela Esperança, apoiado por Rafael Correa, disputará a presidência do país andino no dia 11 de abril contra o político conservador do CREO-PSC, Guillermo Lasso. Arauz obteve o apoio de mais de três milhões de eleitores e Lasso 1,8 milhão. Por fim, o líder indígena do Pachakutik, Yaku Pérez, que disputava o segundo lugar com o candidato do CREO, ficou de fora por apenas 32.600 votos, em um pleito no qual mais de 11 milhões de equatorianos foram às urnas.

O CNE atribuiu 1.830.045 votos a Guillermo Lasso contra os 1.797.445 obtidos por Pérez, que anunciou que pedirá a impugnação dos resultados que o deixaram fora da corrida presidencial junto ao Tribunal Contencioso Eleitoral. O candidato indígena tem insistido que foi cometida uma “fraude”, uma reação já esperada, mas que reflete a tensão e as recriminações dos últimos 15 dias entre os que disputavam a ida ao segundo turno. Guillermo Lasso, o segundo mais votado, fez um pronunciamento semelhante alertando sobre a “intervenção de autoridades alheias” e sobre a retirada parcial da guarda policial na sede do CNE. O domingo amanheceu no Equador com queixas e preocupação dos dois vencedores e do próprio órgão eleitoral sobre os pedidos da Procuradoria e da Controladoria para auditar imediatamente o sistema informático utilizado para processar os resultados.

Horas antes da sessão plenária do CNE em que deveriam ser analisadas e resolvidas as impugnações dos movimentos políticos, antes de anunciar os resultados, a Controladoria enviou um comunicado solicitando autorização para ter acesso aos equipamentos informáticos para verificar a transparência do processo e elaborar um relatório dentro de 20 dias. Esse pedido, segundo o comunicado assinado pelo controlador-geral, Pablo Celi, foi motivado por “várias denúncias de cidadãos”, sem dar mais detalhes, e deveria ser feito “antes do segundo turno das eleições”.

Paralelamente, a procuradora-geral do Estado, Diana Salazar, fez uma solicitação semelhante que deveria ser executado neste domingo, às 7h30 da manhã (9h30 em Brasília), apenas cinco horas depois da proclamação dos resultados do primeiro turno. Neste caso, a Procuradoria ordena a retirada do banco de dados do servidor que se encontra nas instalações do CNE no âmbito do inquérito sobre a transparência das eleições. Sua intenção, segundo a solicitação, é recolher informações sobre os usuários que tiveram acesso ao sistema e corroborar a retidão da anotação dos resultados nas atas da província de Guayas, território em que aconteceu uma reviravolta no último momento, invertendo a vantagem inicial que o candidato indígena tinha sobre o político do CREO.

A presidenta do CNE, Diana Atamaint, rejeitou as solicitações da Procuradoria e da Controladoria, citando no Twitter o artigo 16 do Código da Democracia, que proíbe a interferência direta ou indireta de qualquer autoridade “estranha à organização eleitoral” em relação ao próprio processo ou do órgão que regula as eleições.

Os advogados da candidatura de Andrés Arauz, da União pela Esperança, compareceram ao Tribunal Contencioso Eleitoral, em Quito, no início da manhã deste domingo para apresentar as respectivas denúncias contra a Procuradoria e a Controladoria por envolvimento no processo eleitoral e Arauz concedeu uma entrevista coletiva na qual qualificou de “ameaça” à realização do segundo turno as solicitações de auditoria do sistema informático. “Se querem rever a transparência, não precisam retirar os equipamentos”, disse o candidato que aglutina a opção correísta. “Não se pode permitir uma manipulação da Justiça e do sistema eleitoral para que se justifique uma extensão do Governo de Lenín Moreno”, denunciou. Em sua opinião, as manobras dos dois órgãos de controle provocariam um atraso na realização do segundo turno, apesar de a Controladoria ter estimado que o processo de auditoria não deverá durar mais de 20 dias e a Procuradoria fixou um prazo de 10 dias para apresentar seu laudo pericial.


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