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Enfermeira mexicana é a primeira pessoa a receber a vacina contra a covid-19 na América Latina

País começou a imunização dos profissionais da saúde nesta quinta-feira com as primeiras 3.000 doses do fármaco da Pfizer

María Irene Ramírez recebe a injeção com a primeira dose da vacina no Hospital Geral na Cidade do México.
María Irene Ramírez recebe a injeção com a primeira dose da vacina no Hospital Geral na Cidade do México.EDGARD GARRIDO (Reuters)
Carmen Morán Breña
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Actor Ian McKellen looks on as he receives the Pfizer-BioNTech COVID-19 vaccine from GP Dr Phil Bennett-Richards at the Arts Research Centre, Queen Mary University Hospital, in London, Britain December 16, 2020.  Jeff Moore/Handout via REUTERS  ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. NO RESALES. NO ARCHIVES. MANDATORY CREDIT.
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Três profissionais do setor de saúde receberam a vacina da Pfizer contra a covid-19 na manhã desta quinta-feira de modo simultâneo e transmitido ao vivo do Palácio Nacional, na Cidade do México, no Estado do México e no de Querétaro. A primeira foi a enfermeira María Irene Ramírez, de 59 anos, do Hospital Rubén Leñero, “nervosa mas feliz”, que recebeu a imunização como “o melhor presente de 2020”. O vice-ministro da Saúde, Hugo López Gatell, atuou como repórter no local de vacinação da capital, no contato com o Palácio Nacional, onde o presidente e os ministros da Saúde, Marinha, Defesa e Relações Exteriores observaram na televisão a injeção das doses contra a pandemia. A primeira vacina no México, também o primeiro país da América Latina nesta corrida pela imunização, foi saudada com aplausos. “Está doendo?”, Gatell perguntou à enfermeira. “Um pouco”, disse a mulher, que expressou o seu agradecimento por esta dose de segurança “para prosseguir com mais entusiasmo contra o inimigo invisível. “Estamos com medo, mas alguém tem que fazer isso e eu estou disposta.”

O México recebeu esta semana as primeiras 3.000 doses da vacina da Pfizer, que requer uma segunda dose dentro de 21 dias. Até o final de janeiro, segundo o chanceler Marcelo Ebrard, terão chegado mais 1,4 milhão e até 34 milhões até o final do ano que vem. Os primeiros beneficiários serão os profissionais de saúde, depois os idosos com mais de 65 anos, que serão seguidos por pessoas com doenças crônicas fatais em caso de covid-19, como diabetes e hipertensão, entre outras, e depois os professores dos Estados onde já existem estão reunidas as condições para o retorno às aulas. O anúncio foi feito pelo presidente Andrés Manuel López Obrador.

A “luz da esperança” com que se abre este dia natalino, nas palavras de Gatell, continuou em Querétaro, onde o diretor do IMSS, Zoé Robledo, apresentou a segunda pessoa a ser imunizada, María de Rosario López. “Emocionada, muito”, disse ela. E logo a seguir foi a vez do Estado do México, em uma manhã fria e nevoenta. Um “médico corajoso” arregaçou as mangas para a picada e ficou “muito grato pela possibilidade de continuar a cuidar de pacientes com covid-19”. Houve saudações entre o presidente López Obrador e as autoridades estaduais. “Estamos acima de qualquer diferença neste caso, é pela saúde do nosso povo.”

A vacina é gratuita e universal. E a da Pfizer não será a única. Estão previstas outras quatro, nas quais o México começa com vantagem por ter sido o território de teste das empresas farmacêuticas para suas imunizações, o que lhe garante melhor acesso à vacina. O chanceler lembrou os milhões de doses que o México adquiriu de diferentes empresas farmacêuticas, e todos se congratularam por ser o primeiro país da América Latina a recebê-las. Os primeiros vacinados nesta quinta-feira de manhã foram tratados como heróis pelo presidente, um elogio que estendeu a todos os profissionais de saúde na luta contra a pandemia. O México é o país do mundo que teve mais perdas humanas entre profissionais de saúde.

Nesta semana natalina o país permanece na incerteza sobre as consequências das festas e reuniões familiares sobre os contágios. Agora são três Estados na fase vermelha e mais um, Morelos, como também anunciou na quarta-feira o seu governador. Mas o ministro da Saúde, Jorge Alcocer, indicou na manhã desta quinta-feira que a situação em outros seis Estados está sendo acompanhada de perto: Sonora, Zacatecas, Guanajuato, Querétaro, Aguascalientes e Hidalgo.

“A coisa mais dolorosa este ano foi a pandemia”, disse López Obrador pela manhã em resposta às perguntas de encerramento do ano que os jornalistas lhe fizeram. “Isso deixou muita dor.” Até o momento, a covid-19 deixou 120.311 mortos no México.

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