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Tribunal britânico condena duas pessoas pela morte de 39 imigrantes vietnamitas em caminhão

Julgamento revelou um esquema ativo durante anos para introduzir pessoas no Reino Unido de modo ilegal

Rafa de Miguel
Peritos da polícia britânica examinam o caminhão em que viajavam os 39 mortos, em Londres.
Peritos da polícia britânica examinam o caminhão em que viajavam os 39 mortos, em Londres.BEN STANSALL (AFP)
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Nesta segunda-feira um tribunal de Londres declarou culpados dois homens, Gheorghe Nica (43 anos) e Eamonn Harrison (23), de homicídio culposo, pelas mortes em um caminhão de 39 imigrantes de origem vietnamita em outubro de 2019. O julgamento serviu para revelar um esquema ativo durante anos para introduzir pessoas ilegalmente no Reino Unido.

A operação era coordenada por Nica, originário da Romênia. Harrison, da Irlanda do Norte, era o motorista do veículo naquela noite. Para maximizar os lucros, colocaram no contêiner até o dobro de imigrantes que costumavam transportar, de acordo com declarações de policiais britânicos no julgamento. Cada um dos passageiros clandestinos pagava entre 11.000 e 14.000 euros (69.000 e 88.000 reais).

Nica mantinha uma sociedade com o líder do esquema, Ronan Hughes, (41 anos, britânico), que se declarou culpado antes do início do julgamento. Hughes alternava o transporte de produtos ilegais com o contrabando de álcool, tabaco e seres humanos. Ele até baixava os preços dos produtos convencionais para garantir o negócio e oferecer uma fachada de legalidade e respeitabilidade.

O tribunal rejeitou como implausíveis as desculpas dos réus, que sempre disseram que sabiam que transportavam mercadorias contrabandeadas, mas desconheciam que se tratava de seres humanos. Um total de 28 homens, oito mulheres e três crianças foram abandonados em um contêiner em um estacionamento de Essex. Alguns tentaram enviar mensagens de ajuda de dentro, como se soube dias depois. A temperatura interna atingiu 38,5 graus Celsius, e todos morreram por asfixia e hipertermia.

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