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Mulher de 90 anos é a primeira pessoa do Reino Unido a receber vacina contra covid-19 após testes

País começa a administrar o produto da Pfizer, e o ministro da Saúde espera que o imunizante de Oxford também seja autorizado nas próximas semanas

Margaret Keenan de 90 anos de idade, é a primeira paciente no Reino Unido a receber a vacina da Pfizer no programa de imunização do país
Margaret Keenan de 90 anos de idade, é a primeira paciente no Reino Unido a receber a vacina da Pfizer no programa de imunização do paísPOOL (Reuters)
Rafa de Miguel

Uma mulher de 90 anos se tornou nesta terça-feira a primeira pessoa do Reino Unido a receber de maneira oficial, e não em fase de testes, a vacina contra a covid-19 fabricada pelo laboratório farmacêutico Pfizer e a empresa de biotecnologia BioNTech, em um marco do programa de vacinação que começou nesta terça-feira no país.

Margaret Keenan, que foi vacinada no Hospital Universitário de Coventry, afirmou à BBC que se sentia “privilegiada” por ser a primeira vacinada fora dos programas de ensaios clínicos. A imunização dela se tornou parte de uma manobra preparada minuciosamente pelo Governo de Boris Johnson para convencer os britânicos mais céticos sobre a necessidade de se imunizar quando chegar a sua vez. Keenan, que vestia uma camiseta com os dizeres “Feliz Natal”, declarou: “Se posso injetar isso aos 90 anos, qualquer um pode”.

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Mais informações
Eearing a protective face coverings to combat the spread of the coronavirus, Matron May Parsons (R) is assessed by Victoria Parker (C) during training in the Covid-19 Vaccination Clinic at the University Hospital in Coventry, central England on December 4, 2020, prior to the NHS administering jabs to the most vulnerable early next week. - Britain insisted Friday its world-first approval of the Pfizer-BioNTech coronavirus vaccine met all safety standards, striving to tamp down any public unease after US and European officials queried the rapid process. (Photo by Steve Parsons / POOL / AFP)
Desafio britânico para distribuir vacina passa por evitar roubos e manter geladeiras a 70 graus negativos
FILE - This May 4, 2020, file photo provided by the University of Maryland School of Medicine, shows the first patient enrolled in Pfizer's COVID-19 coronavirus vaccine clinical trial at the University of Maryland School of Medicine in Baltimore.  Pfizer and BioNTech say they've won permission Wednesday, Dec. 2, 2020, for emergency use of their COVID-19 vaccine in Britain, the world’s first coronavirus shot that’s backed by rigorous science -- and a major step toward eventually ending the pandemic. (Courtesy of University of Maryland School of Medicine via AP, File)
Reino Unido aprova vacina da Pfizer e prevê começar a aplicar doses na semana que vem
An employee, wearing a protective face mask, checks boxes at Pfizer Manufacturing plant in Puurs, Belgium, on Thursday, Dec. 3, 2020. British officials on Wednesday authorized a COVID-19 vaccine for emergency use, greenlighting the world's first shot against the virus that's backed by rigorous science and taking a major step toward eventually ending the pandemic. (AP Photo/Virginia Mayo)
Pfizer reduz pela metade a produção de 100 milhões de vacinas prevista para este mês

Os tabloides conservadores do Reino Unido contribuíram para o entusiasmo ao batizar esta terça-feira como “Dia-V” (V de vacina, mas também o histórico V de vitória). O segundo paciente a receber a vacina foi, curiosamente, William Shakespeare, um homem de 81 anos da localidade de Warwichshire.

Os maiores de 80 anos e os profissionais da saúde e de cuidados a pessoas vulneráveis serão as primeiras pessoas a receberem a inoculação dentro da campanha de vacinação britânica. Problemas logísticos, como evitar roubos e manter congeladores a -70° C, impediram que o tratamento começasse nos asilos de idosos. Durante os primeiros dias, 50 hospitais distribuídos por todo o país (sete deles em Londres) começarão a administrar as injeções.

Keenan é aplaudida pela equipe médica do Hospital Universitário de Coventry após tomar a sua dose da vacina
Keenan é aplaudida pela equipe médica do Hospital Universitário de Coventry após tomar a sua dose da vacinaPOOL (REUTERS)

O Reino Unido se tornou na quarta-feira passada o primeiro país do mundo a autorizar o uso da vacina do consórcio Pfizer/BioNTech, depois que seus criadores anunciaram que ela tem uma eficácia de 95% contra a covid-19. O Governo de Johnson encarregou 40 milhões de doses, suficientes para imunizar 20 milhões de cidadãos (30% da população).

Em termos de vacinação em massa, a Rússia iniciou antes sua campanha. Moscou começou no sábado a sua inoculação nacional, que usa a vacina Sputnik V. As autoridades da capital russa estão priorizando o pessoal de saúde, ensino e proteção social , considerado dentro de grupos de alto risco. Nos próximos dias, conforme ordenado pelo presidente Vladimir Putin, parte das regiões russas e outros grupos populacionais se juntarão ao grupo. Na Rússia, quarto país do mundo com o maior número de casos (2,4 milhões), o vírus está se espalhando a uma taxa recorde nesta segunda onda. A vacinação é gratuita e voluntária para os cidadãos russos.

Trabalho pela frente

O Ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, mostrou-se “emocionado” nesta terça-feira com o começo da vacinação. Entretanto, explicou que ainda “há muito trabalho por fazer”. Hancock estima que até o final de março todos os grupos vulneráveis recebam a vacina, e espera que na próxima semana o país obtenha uma nova remessa de doses, segundo declarou à Sky News.

O titular da pasta calcula que a vacinação nos asilos poderá começar antes do Natal, e que “nas próximas semanas” se autorizará também o uso do imunizante de Oxford. “Teremos em conta a redução de casos e de mortes para começar a suspender restrições”, acrescentou.

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Pelo Twitter, o premiê Johnson também agradeceu aos cientistas que trabalharam na elaboração da vacina, aos voluntários que participaram dos ensaios e a todos os profissionais do sistema de saúde.


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