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O elefante mais solitário do mundo chega a santuário e é recebido por Cher

A cantora liderou uma campanha para retirar o animal de um zoológico no Paquistão e levá-lo para viver em liberdade junto a outros elefantes

Cher posa junto ao abrigo no qual Kaavan foi transportado durante a sua viagem ao Camboja
Cher posa junto ao abrigo no qual Kaavan foi transportado durante a sua viagem ao CambojaAFP

O elefante Kaavan, conhecido como o mais solitário do mundo depois de viver 35 anos isolado em um zoológico no Paquistão, chegou nesta semana a um santuário no Camboja, onde passará o resto de sua vida. É o final feliz de uma história ―até agora triste― estrelada pelo paquiderme, mas com uma atora coadjuvante de destaque: a cantora Cher, que liderou uma campanha pela causa do animal e fez questão de recebê-lo no aeroporto da cidade de Siem Reap, no noroeste do país asiático.

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Kaavan, com 37 anos de idade, percorreu sedado os quase 4.000 quilômetros que separam o aeroporto de Islamabad, capital do Paquistão, de Siem Reap, a cidade cambojana mais próxima do santuário Kulen Prom Tep, onde viverá com centenas de elefantes e outros animais selvagens.

A atriz e cantora americana esperou o paquiderme com as autoridades locais. “Há muito tempo contamos os dias e sonhamos com este momento. Finalmente ver Kaavan fora do zoológico será uma memória que sempre permanecerá conosco”, disse Cher em comunicado. “O Camboja tem o prazer de receber Kaavan. Ele não será mais o elefante mais solitário do mundo”, disse o vice-ministro do Meio Ambiente do país, Neth Pheaktra. Cher passou os últimos dias na capital do Paquistão com membros de sua organização de direitos dos animais, Free the Wild, antes de voar para o Camboja.

O destino de Kaavan estava indefinido há anos. Em 2016, o Parlamento do Paquistão recomendou que o elefante, um presente oficial dado pelo governo do Sri Lanka em 1985, fosse solto em um santuário devido à sua saúde precária. Mas as boas intenções deram em nada e grupos de ativistas pelos direitos dos animais lançaram campanhas a favor da libertação do paquiderme ― que finalmente acabaram em sucesso.

Quarentena antes da socialização

No início, Kaavan ainda viverá sozinho, em quarentena, mas terá permissão para se juntar a outros animais na selva da reserva natural, onde vivem cerca de 600 elefantes asiáticos, quando estiver pronto para se socializar.

O elefante recebeu uma festa de despedida ao deixar seu zoológico no Paquistão
O elefante recebeu uma festa de despedida ao deixar seu zoológico no PaquistãoAFP

O animal recebeu o título informal de “elefante mais solitário do mundo” de vários grupos de animais que, dirigidos por Cher, vinham exigindo há anos um lar melhor do que o decrépito zoológico do Paquistão onde vivia sozinho desde que sua única companhia próxima, outro elefante chamado Saheli, morreu devido a uma gangrena.

A solidão e as duras condições prejudicaram sua saúde e ele sofria de desnutrição e problemas mentais, embora a administração do zoológico sempre negue que o animal tenha sido maltratado. No entanto, especialistas internacionais observaram que Kaavan, o único elefante asiático no zoológico, exibia um comportamento estereotipado: ele costumava virar a cabeça e a tromba para o mesmo lado por horas.

Kaavan junto de um integrante de uma das organizações de defesa dos direitos dos animais que conseguiram sua transferência
Kaavan junto de um integrante de uma das organizações de defesa dos direitos dos animais que conseguiram sua transferênciaSAIYNA BASHIR (REUTERS)

Espera-se que essas enfermidades melhorem quando ele for integrado à reserva. Localizada no norte do Camboja, perto da fronteira com a Tailândia, Kulen Prom Tep é uma das reservas naturais de maior biodiversidade do Camboja e sobreviveu ao desmatamento que o país sofreu nas últimas décadas.

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A expectativa de vida de um elefante asiático ultrapassa os 50 anos, embora, de acordo com um estudo da revista Science em 2008, aqueles que vivem cativeiro tendem a ter vidas mais curtas.

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