_
_
_
_
_

Trump afirma que deixará a Casa Branca se Colégio Eleitoral confirmar Biden

Republicano, porém, ainda se nega a assumir derrota, insiste em denunciar fraude nas urnas e diz que até 20 de janeiro “muita coisa vai acontecer”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua entrevista coletiva na Casa Branca.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua entrevista coletiva na Casa Branca.Patrick Semansky (AP)
María Antonia Sánchez-Vallejo

Ainda relutante em admitir sua derrota e teimando em denunciar uma suposta fraude nas eleições presidenciais de 3 de novembro, que resultaram na vitória ao democrata Joe Biden, o presidente Donald Trump deu nesta quinta-feira mais um passo em direção à saída da Casa Branca. Em declarações a jornalistas durante o feriado de Ação de Graças, o republicano anunciou que deixará o Salão Oval se o Colégio Eleitoral, encarregado de certificar a vitória do ganhador das eleições, votar a favor do seu rival democrata. É o mais perto que o magnata chegou até agora de admitir não sua derrota, mas o triunfo de Biden.

Apoie nosso jornalismo. Assine o EL PAÍS clicando aqui

Mais informações
President-elect Joe Biden and Vice President-elect Kamala Harris introduce their nominees and appointees to key national security and foreign policy posts at The Queen theater, Tuesday, Nov. 24, 2020, in Wilmington, Del. (AP Photo/Carolyn Kaster)
Biden lança um Governo para enterrar a era Trump: “Os EUA estão de volta, prontos para liderar o mundo”
President Donald Trump arrives to speak at a news conference in the briefing room at the White House in Washington, Friday, Nov. 20, 2020. (AP Photo/Susan Walsh)
Trump dá sinal verde para o início da transição de poder nos Estados Unidos
(COMBO) This combination of pictures created on November 23, 2020 shows US Ambassador to Liberia Linda Thomas-Greenfield in New York City, US Democratic presidential candidate and former Vice President Joe Biden in Wilmington, Delaware, Avril Haines, former deputy national security advisor and former deputy director of the Central Intelligence Agency, in Washington, DC, Deputy Secretary of Homeland Security Alejandro Mayorkas in New York City, US Deputy Secretary of State Antony Blinken in Washington, DC and former US Secretary of State John Kerry in Paris. - US President-elect Joe Biden annonced on November 23, 2020 the nomination of former US Ambassador Linda Thomas-Greenfield to serve as United Nations Ambassador, the nomination of former deputy national security advisor and former deputy director of the Central Intelligence Agency Avril Haines to serve as Director of National Intelligence,
the nomination of veteran diplomat Antony Blinken as his secretary of state secretary of state, the nomination of former US Department of Homeland Security Deputy Secretary Alejandro Mayorkas to serve as Secretary of Homeland Security and the nomination of former US Secretary of State John Kerry to serve as Special Presidential Envoy for Climate. (Photos by various sources / AFP)
Gabinete de Biden tem latino para imigração, multilateralista em política externa e Kerry para o clima

A primeira concessão havia ocorrido na segunda-feira, quando Trump determinou ao Serviço Geral da Administração (GSA, na sigla em inglês) que forneça à equipe de transição de Biden o que for necessário (de recursos federais a relatórios de inteligência) para iniciar a troca de comando. Mas na quinta-feira Trump insistiu que será difícil que admita sua derrota, “dadas as circunstâncias”, além de evitar dizer se estará presente na posse de Biden em 20 de janeiro. “Deixarei a Casa Branca, sem dúvida, e isso vocês sabem”, afirmou aos jornalistas que lhe perguntaram o que fará se o Colégio Eleitoral confirmar Biden. “Mas se fizerem isso, cometerão um erro”, argumentou. “Acredito, porém, que muita coisa vai acontecer até 20 de janeiro. Um monte de coisas. Descobriu-se uma fraude maciça. Somos como um país do Terceiro Mundo”, insistiu o republicano, sem oferecer qualquer prova das irregularidades que denuncia.

Os delegados que compõem o Colégio Eleitoral se reunirão em 14 de dezembro para certificar a vitória de Biden, que superou Trump por mais de seis milhões de votos na soma da população e reuniu 306 votos eleitorais —36 a mais do que seria necessário—, contra 232 do republicano. A relutância do magnata em facilitar a transferência de poder e a guerra judicial travada para impugnar o resultado em vários Estados vinham impedindo até agora um trâmite historicamente bem azeitado.

Também esta quinta-feira, Trump anunciou que viajará à Geórgia na semana que vem para apoiar os candidatos republicanos no segundo turno para as eleições do Senado no Estado, em 6 de janeiro. O resultado pode determinar o controle do Senado federal, e por isso ele parece não dar a batalha por perdida. Mas, diferentemente de anos anteriores, quando no Dia de Ação de Graças costumava visitar de surpresa soldados norte-americanas no exterior, neste ano o mandatário se limitou a realizar uma teleconferência com comandantes militares da Casa Branca, com a subsequente entrevista coletiva, após passar o resto do dia jogando golfe.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_