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Espanha bate recorde de mortes acumuladas em uma semana na segunda onda, com 1.346 óbitos

Ministério da Saúde reporta 15.318 novas infecções por covid-19 e, ainda que a incidência acumulada de casos registre queda, número de mortos segue elevado no país europeu

Médico atende a um paciente em uma UTI do Hospital Nuestra Señora de La Candelaria, em Tenerife, na Espanha.
Médico atende a um paciente em uma UTI do Hospital Nuestra Señora de La Candelaria, em Tenerife, na Espanha.Ramón de la Rocha (EFE)

A segunda onda da pandemia do novo coronavírus continua assolando a Espanha. A notificação de novos casos não cessa: o Ministério da Saúde reportou nesta quarta-feira 15.318 novas infecções. Ainda que a incidência acumulada de casos de covid-19 em 14 dias tenha reduzido um pouco, este raio de luz em plena onda epidêmica ainda não se reflete no último elo da corrente: as mortes. De fato, após a terça-feira registrar o maior número de falecidos notificados em um dia nesta segunda onda (435 mortes), a Espanha volta a bater o recorde de mortes acumuladas, com 1.346 pessoas falecidas nos últimos sete dias (351 reportadas nas últimas 24 horas).

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Um local em que ainda não se visualiza uma clara melhoria dos dados é o âmbito hospitalar. As internações caem timidamente (há 600 pessoas a menos hospitalizadas por covid-19), mas persiste a pressão assistencial: 15,5% dos leitos hospitalares – 19.403 – estão ocupados por pacientes com infecção por coronavírus, ainda que esta porcentagem seja bem heterogênea entre as comunidades autônomas e muito mais elevada quando se trata de vagas de UTI: quase um terço dos leitos de pessoas em estado grave (3.120 doentes) estão ocupados por pessoas com covid-19. Segundo os registros do ministério da Saúde, desde o começo da pandemia, 180.594 pessoas precisaram ser hospitalizadas por covid-19. Na UTI foram internadas 15.153.

Os especialistas dizem para não baixar a guarda ,apesar da ligeira melhora na incidência de alguns territórios. “Os casos baixam, mas continuamos com alta pressão hospitalar em muitas comunidades e não se deve relaxar de maneira nenhuma por conta disso. Devemos ficar atentos, além disso, à diminuição das temperaturas que se espera em breve”, alerta Guadalupe Fontán, enfermeira especialista em saúde pública.

A incidência de casos caiu em quase todas as comunidades autônomas, com exceção das Astúrias, Canárias, Cantábria, Castela e Leão e a Comunidade Valenciana. O caso mais preocupante, entretanto, é o das Astúrias, cuja incidência cresceu quase 22% em apenas uma semana. Com uma taxa de 648 casos por 100.000 habitantes, o Governo regional voltou a prorrogar o fechamento perimetral de Avilés, Gijón e Oviedo, vigente desde 24 de outubro, e prevê confinar também o perímetro dos municípios de Langreo, Laviana e San Martín del Rey Aurelio, que somam 70.000 habitantes.

Outra região autônoma com os contágios disparados é Castela e Leão, que chega a 800 casos por 100.000 habitantes e tem um quarto de seus leitos de hospital e 43% de suas vagas em UTI ocupadas por pacientes com covid-19. O Executivo regional mantém sob rígida vigilância a cidade de Burgos, que duplica a incidência média da comunidade. De fato, o Conselho de Governo da Junta de Castela e Leão concordou nesta quarta-feira em fechar, a partir de sexta e até dia 3 de dezembro, as atividades de lazer, cultura e esporte na cidade. A Prefeitura alertou sobre o risco de colapso de seu hospital.

“O ritmo é de estabilidade à queda, mas a situação é muito preocupante porque temos taxas de incidência muito altas. Temos muito a melhorar e isso ocorre no começo do inverno (do hemisfério norte) quando os vírus respiratórios encontram um habitat favorável à infecção”, disse o ministro da Saúde, Salvador Illa, após a reunião do Conselho Interterritorial com as comunidades. Há 11 comunidades com incidência acumulada acima dos 500 casos por 100.000 habitantes.

Uma delas é o País Basco, ainda que mantenha uma tendência decrescente. A diretora de Saúde, Gotzone Sagardui, afirmou nesta quarta-feira que a região “entrou em uma fase de queda de contágios”, mas a incidência continua sendo muito elevada e “não se pode baixar a guarda”, disse. De fato, Sagardui considera que é “cedo” para levantar as restrições sociais da comunidade: “Não devemos relaxar de modo nenhum e as medidas devem ser mantidas”. “Caminhamos bem, mas estamos mal”, afirmou seu vice, Iñaki Berraondo.


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