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Presidente interino do Peru renuncia em meio a protestos após dias no cargo

Manuel Merino deixou o cargo após uma semana de manifestações nas ruas de Lima, que deixaram ao menos dois mortos

Manuel Merino quando tomou posse como presidente.
Manuel Merino quando tomou posse como presidente.AGENCIA ANDINA (Europa Press)
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People wearing protective masks cast their votes in the general election during the outbreak of the coronavirus disease (COVID-19), in Santo Domingo, Dominican Republic July 5, 2020. REUTERS/Ricardo Rojas
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El presidente de Perú, Manuel Merino, posa junto a José Arista, ministro de Economía, tras el juramento del Gabinete, este 12 de noviembre.
Organizações internacionais se distanciam do Governo interino do Peru

O presidente do Peru, Manuel Merino, que assumiu a presidência da República após a destituição do ex-presidente Martín Vizcarra, renunciou neste domingo. Merino anunciou sua renúncia logo após o Congresso lhe dar um ultimato. Se não deixasse o cargo, em seis horas convocaria uma sessão para destitui-lo. A retirada de Merino ocorre após uma semana de fortes protestos nas ruas, dois manifestantes mortos e a renúncia de um terço do gabinete na noite passada. “Neste momento em que o país atravessa uma das maiores crises políticas, apresento minha renúncia à presidência da República”, declarou em mensagem transmitida pela televisão à nação. Assim que terminou, panelaços e buzinaços foram ouvidos em Lima.

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A crise política se agravou notavelmente neste sábado, quando dois manifestantes na casa dos 20 anos morreram e dezenas ficaram feridos, vítimas da repressão policial imposta a quem protestava pacificamente no centro de Lima contra o Governo de Manuel Merino. Ele é o segundo chefe de governo a cair do poder em menos de uma semana. O estopim para o movimento de destituição de Vizcarra foi uma denúncia do Ministério Público por corrupção.

A saída de Vizcarra no início da semana para ser temporariamente substituído por Merino foi uma manobra aprovada pelo Congresso, mas considerada ilegítima pela sociedade civil e que não obteve a aprovação de grande parte da comunidade internacional. Ele imediatamente desencadeou uma onda de mobilizações que já dura uma semana. Pelo menos 13 dos 18 ministros do governo Merino renunciaram ao longo da noite, de sábado para domingo.

O ultimato do Congresso é fruto de uma negociação política que se concluiu com o anúncio ao meio-dia, horário local, de que se o presidente interino Merino não deixasse o cargo até as seis da tarde, nessa hora se iniciaria um debate em plenário para destitui-lo. As bancadas parlamentares vão negociar nas próximas horas quem assume como novo presidente interino. O escolhido será um dos parlamentares que votaram na segunda-feira contra a destituição de Vizcarra.

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