Eleições EUA 2020: Assim contamos os resultados e as repercussão da vitória de Joe Biden, minuto a minuto

O democrata Joe Biden derrotou o presidente Donald Trump em um pleito com votação popular histórica. Republicano não aceita o resultado, confirmado no sábado, e contesta os números na Justiça. Governo Bolsonaro se silencia sobre derrota de Trump

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, apresenta suas medidas contra a covid-19 em pronunciamento nesta segunda.
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, apresenta suas medidas contra a covid-19 em pronunciamento nesta segunda.Carolyn Kaster (AP)

Joe Biden venceu as eleições dos EUA 2020 e é o 46º presidente eleito do país, com Kamala Harris como vice-presidenta ―a primeira mulher da história a ocupar o segundo posto mais importante da Casa Branca. O presidente Donald Trump não aceita a derrota, confirmada no sábado, 7 de novembro,e deu início às ações para contestar os resultados das urnas. Até a terça-feira, os Governos de Brasil, China e Rússia ainda não haviam parabenizado o democrata por sua vitória no pleito. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, o fez nesta segunda-feira, engrossando a lista de autoridades que já reconheceram a legitimidade do democrata conquistada nas urnas.

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Assim contamos as eleições EUA 2020, minuto a minuto, em tempo real:

Brasil registra 480 novas mortes por covid-19 em 24 horas

O Brasil registrou nesta segunda-feira 480 novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas e 25.882 novos contágios, segundo o boletim do Ministério da Saúde. Cabe destacar que os dados são inferiores aos da semana passada porque nos finais de semana os laboratórios de diagnóstico realizem menos análises. Desde o início da pandemia já morreram 203.580 pessoas, de acordo com as cifras registradas pela pasta, e um total de 8.131.612 já foram infectadas.

Desse total, o Ministério da Saúde considera que 7.207.483 pessoas estão recuperadas e outras 720.549 estão em acompanhamento. 

Eleições EUA 2020: siga as últimas notícias

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Covas cresce e Boulos fica numericamente à frente de Russomanno em São Paulo

Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira mostra o prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), disparando na corrida eleitoral em São Paulo. O tucano chegou a 32% das intenções de voto -ele tinha 26% no levantamento anterior realizado no final de outubro.

Já o candidato do Republicanos, Celso Russomanno, despencou para 12% da preferência do eleitorado, queda de oito pontos percentuais com relação à pesquisa anterior. Agora, pela primeira vez, Guilherme Boulos (PSOL) está numericamente à frente do rival, com 13% das intenções do eleitorado, mesmo resultado do último levantamento.

Márcio França (PSB) oscilou negativamente de 11% para 10%, mas segue tecnicamente empatado com Boulos e Russomanno. O petista Jilmar Tatto manteve os mesmos 6% da pesquisa anterior. O candidato Arthur do Val (Patriota) oscilou positivimante dentro da margem de erro, e foi de 3% para 5%.

Brancos e nulos somam 11%, e indecisos são 5%. A margem de erro é de três pontos percentuais, e o levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral com o número SP 017164/2020.

 

Líder republicano no Senado também se nega a aceitar derrota

O líder republicano no senado, Mitch McConnell, endossou a atitude de Donald Trump de não reconhecer a vitória do presidente eleito, Joe Biden, e da futura vicepresidenta, Kamala Harris. Senador por Kentucky, ele argumentou que Trump está “100% dentro de seus direitos” ao pedir a impugnação dos resultados.

Até agora apenas três senadores republicanos parabenizaram o democrata: Susan Collins, senadora republicana pelo Maine; o senador de Utah e ex-candidato presidencial Mitt Romney, e a senadora pelo Alaska Lisa Murkowski.

Brasil registra 162.628 mortes por covid-19, enquanto os EUA somam mais de 238.000 óbitos

O Brasil registra nesta segunda-feira 162.628 mortes por covid-19 e 5.675.032 casos, de acordo com o Ministério da Saúde, que notificou 231 óbitos e 10.917 novos casos em 24 horas. 

Já os Estados Unidos, pais mais afetado pelo novo coronavírus, somam 238.248 óbitos e mais de 10,1 milhões de infecções. Nesta segunda-feira, o presidente eleito, Joe Biden, anunciou os nomes que integrarão o conselho consultivo que vai atuar na contenção da covid-19 no país. O grupo será chefiado por três cientistas (David Kessler, Vivek Murthy e Dr. Marcella Nunez-Smith) e terá uma brasileira: a pesquisadora Luciana Borio, especialista em biodefesa que vive nos EUA desde a década de oitenta e atuou em outros órgão do Governo norte-americano. 

“Usar máscara não é uma declaração política”, afirma Biden

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, fez hoje um apelo aos americanos para que usem máscaras contra a covid-19, alertando que os país ainda terá que enfrentar momentos duros na luta contra a pandemia. Biden falou de Wilmington (no Delaware, onde está sua casa), pela primeira vez desde que se dirigiu ao país no sábado passado para fazer seu discurso de vitória.

"Estamos enfrentando um inverno muito sombrio", disse o veterano político, que subiu ao pódio com uma máscara e a tirou apenas para falar. "Eu te imploro. Use uma máscara. Faça isso por você. Para seu vizinho ", continuou Biden, e depois declarou que" uma máscara não é uma declaração política, mas é uma boa forma de começar a unir o país”. Os EUA registram cerca de 240 mil mortos pela covid-19 desde o início da pandemia.

Trump anuncia troca do secretário de Defesa do país

O presidente Donald Trump anunciou via Twitter que demitiu o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper. Na mesma rede social, ele deu as boas-vindas ao seu substituto interino, Christopher C. Miller, diretor do Centro Nacional contra o Terrorismo. Trump ainda tem pouco mais de 70 dias na Casa Branca e continua agindo como se não estivesse em vias de deixar o poder, remodelando o Gabinete. A frase que ele usou para comunicar a saída do chefe do Pentágono foi a seguinte: "Mark Esper foi liquidado”.

 

Secretário-geral da ONU parabeniza Biden e Harris

O português Antonio Guterres cumprimentou o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua vice, Kamala Harris, pela vitória. Por meio de seu porta-voz, Guterres parabenizou os americanos e enfatizou "a relação fundamental entre os Estados Unidos e a ONU para enfrentar os muitos problemas que enfrentamos em todo o mundo".

Fim da batalha contra a covid-19 está a meses de distância, diz Biden sobre anúncio da vacina da Pfizer

Em nota sobre o anúncio do laboratório Pfizer de que sua vacina contra a covid-19 é “90% eficaz”, o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, parabenizou os envolvidos, mas lembrou que batalha contra o coronavírus está longe de acabar. 

"Ontem à noite, meus conselheiros de saúde pública foram informados desta excelente notícia. Parabenizo as mulheres e os homens brilhantes que ajudaram a produzir esse avanço e nos dar esse motivo de esperança", escreveu Biden. "Ao mesmo tempo, é importante entender que o fim da batalha contra a covid-19 ainda está a meses de distância. Esta notícia segue um cronograma previamente anunciado por funcionários da indústria que prevêem a aprovação da vacina até o final de novembro. Mesmo que isso seja alcançado, e alguns americanos sejam vacinados ainda este ano, levará muitos mais meses até que haja uma vacinação generalizada neste país", declarou. 

Governo de transição nos EUA anuncia equipe para combater a covid-19. Brasileira está entre os membros

A equipe de transição de Joe Biden e Kamala Harris anunciou nesta segunda os nomes que integrarão o conselho consultivo que vai atuar na contenção da covid-19 nos Estados Unidos. O grupo será chefiado por três cientistas (David Kessler, Vivek Murthy e Dr. Marcella Nunez-Smith) e terá uma brasileira: a pesquisadora Luciana Borio, especialista em biodefesa que vive nos EUA desde a década de oitenta e atuou em outros órgão do Governo norte-americano. 

“Lidar com a pandemia de coronavírus é uma das batalhas mais importantes que nosso Governo enfrentará e serei informado pela ciência e por especialistas”, afirmou o presidente eleito Biden no comunicado que anunciou a equipe. “O conselho consultivo ajudará a moldar minha abordagem para gerenciar o aumento nas infecções relatadas; garantir que as vacinas sejam seguras, eficazes e distribuídas de forma eficiente, equitativa e gratuita; e proteger as populações em risco.”

Governo de São Paulo anuncia primeira fábrica de vacinas contra a covid-19 da América Latina

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta segunda-feira a construção da primeira fábrica de vacinas contra a covid-19 da América Latina. A estrutura, que ficará no Instituto Butantan, começou as obras no último dia 2 de novembro e tem previsão de conclusão para setembro de 2021. O investimento esperado é de 142 milhões de reais vindos do setor privado. "A fábrica vai atender as necessidades futuras do Brasil e de países próximos", garantiu Doria.

Independente da fábrica, ressalta o Governo, o Instituto Butantan já tem condições de produzir a vacina. A entidade receberá, até o dia 20 de novembro, 120.000 doses da Coronavac, vacina desenvolvida em parceria com a empresa chinesa Sinovac, que farão parte do primeiro lote de 6 milhões de doses. No entanto, elas só serão aplicadas quando for finalizada a última fase de testes e a vacina estiver aprovada pela Anvisa. "Em breve teremos condições de apresentar os resultados de eficácia que faltam da última fase", prometeu João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência do Estado. Dimas Covas, diretor do Butantan, disse que o acordo com a Sinovac prevê a produção de 100 milhões de doses até maio de 2021, a depender de colaboração do Governo federal.

A situação da pandemia no Estado não foi atualizada porque, segundo o Governo, as informações não foram processadas pelo Ministério da Saúde e, por isso, não foram encaminhadas à Secretaria estadual. Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde, disse que solicitou hoje ao MS a solução dos alegados problemas técnicos para seguir o acompanhamento diário do Estado.

Ainda na mesma coletiva, José Medina, coordenador do Centro de Contingência, garantiu que uma segunda onda de casos ainda não preocupa o Governo de São Paulo. Segundo Medina, o aumento de casos visto no hemisfério norte tem relação direta com o clima no fim do ano nestes países. "De qualquer forma, o aumento de casos de uma segunda onda não vai saturar o sistema de saúde da forma como ele está organizado agora. Estamos alertas a esse cenário, mas não o consideramos nos próximos meses", completou.

Presidente do México insiste em esperar o resultado final nos EUA

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, defendeu sua decisão de não se manifestar sobre a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos: “A posição do Governo que represento é de se esperar. Queremos esperar que as autoridades responsáveis ​​pelo processo eleitoral decidam sobre o vencedor da presidência”, afirmou. O mexicano, assim como Jair Bolsonaro, é uma das exceções entre líderes de todo o mundo que parabenizaram o candidato democrata logo após sua vitória ser reconhecida. 

No sábado, López Obrador justificou o atraso em sua própria experiência política. Ele lembrou as eleições mexicanas de 2006, quando o ex-presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero parabenizou Felipe Calderón logo após o encerramento da apuração, apesar de o atual presidente mexicano já ter iniciado uma campanha para denunciar uma suposta fraude.

Trump comemora o avanço da vacina da Pfizer: "Ótima notícia!"

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplaudiu o anúncio da Pfizer e da Biontech sobre a eficácia da vacina que ambas as empresas estão desenvolvendo contra o covid-19. “Que notícias ótimas!” afirmou, fazendo referência também à alta nas Bolsas de Valores do mundo —influenciada, na verdade, pela vitória do democrata Joe Biden nas eleições, fato que o republica ainda se recusa a admitir. "Mercados de ações subindo, a vacina chegando em breve", disse Trump em sua conta no Twitter. 

Bolsonaro vai cumprimentar Biden na hora certa, diz Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira que o presidente Jair Bolsonaro irá cumprimentar o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, “na hora certa”, e que deve esperar o final de processo de judicialização do resultado que o atual presidente, Donald Trump, promete promover. 

“Eu julgo que o presidente está aguardando terminar esse imbróglio aí de discussão se tem voto falso, se não tem voto falso, para dar o posicionamento dele. Eu acho que... É óbvio que o presidente na hora certa vai transmitir os cumprimentos do Brasil a quem for eleito”, disse Mourão ao ser questionado sobre a demora de Bolsonaro em se pronunciar sobre a eleição presidencial norte-americana.

Até este momento mais de 100 chefes de Estado e de governo já cumprimentaram Biden pela eleição. Na lista estão a maioria dos presidentes da América do Sul —inclusive Nicolás Maduro, principal desafeto dos EUA na região— e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, um dos principais aliados de Trump.

As informações que vêm do Palácio do Planalto apontam que o presidente pretende esperar um anúncio oficial ou um discurso de Trump admitindo a derrota. (Reuters)

Chanceler alemã, Angela Merkel convida Biden a trabalhar "lado a lado" para enfrentar os desafios globais

A chanceler alemã, Angela Merkel, foi uma das primeiras líderes globais a reconhecer a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, ainda na tarde de sábado. Nesta segunda-feira, Merkel realizou uma entrevista coletiva na qual destacou a vontade de trabalhar "lado a lado" com seu "aliado mais importante" para enfrentar os desafios globais. A monumental crise causada pela pandemia de covid-19, o aquecimento do planeta, o terrorismo e o comércio global são os desafios aos quais se referiu a chanceler.

“Estados Unidos são e seguirão sendo nosso aliado mais importante, mas se espera de nós, com razão, que façamos mais esforços para assegurar nossa segurança e defender nossos convicções de mundo". A chanceler ainda elogiou a primeira vice-presidenta eleita nos EUA, Kamala Harris, chamando-a de "inspiração" e "exemplo das possibilidades dos Estados Unidos". Por Ana Carbajosa, de Berlim.

Foto: AP.

China considera que resultado de eleição dos EUA será determinado pelas leis locais

O Ministério das Relações Exteriores da China informou nesta segunda-feira que o país entende que o resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos será determinado de acordo com as leis locais. Wang Wenbin, porta-voz do ministério, fez o comentário em uma coletiva de imprensa de rotina quando questionado se o presidente chinês, Xi Jinping, parabenizará o presidente eleito dos EUA, Joe Biden. (Reuters)

Putin prestará cumprimentos a Biden quando houver resultado oficial, diz porta-voz

O presidente russo, Vladimir Putin, dará os parabéns ao presidente eleito dos EUA assim que os resultados oficiais das eleições presidenciais dos EUA forem divulgados, disse hoje seu porta-voz, Dmitri Peskov. "Consideramos apropriado aguardar as informações oficiais das eleições", disse ele em sua entrevista coletiva diária, antecipando perguntas de jornalistas sobre por que Putin ainda não prestou a cortesia a Joe Biden. (Efe)

Chanceler mexicano minimiza recusa em AMLO de reconhecer vitória de Biden

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, descartou conflito com Washington neste domingo após a recusa do presidente, Andrés Manuel López Obrador, de reconhecer a vitória eleitoral de Joe Biden sobre Donald Trump. “Quando o presidente ganhou a eleição, os comentários eram que o quão grande seria a briga com o Trump, e o mesmo acontece agora com Biden”, disse Ebrard em um evento virtual. O chefe do Ministério das Relações Exteriores fez essas declarações em meio a uma polêmica porque López Obrador se recusou a reconhecer Biden como presidente eleito "até que todas as questões jurídicas sejam resolvidas".

Além do líder mexicano, o presidente Jair Bolsonaro também tem mantido silêncio sobre a derrota de Trump. (Efe)

Alvo de sanções, Maduro diz estar disposto a retomar diálogo 'decente' com EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou neste domingo que trabalhará para retomar diálogos "decentes" e "sinceros" com os Estados Unidos, país com o qual seu governo mantém relações tensas, assim que Joe Biden assumir a presidência dos Estados Unidos.

No sábado, Maduro já havia dito estra disposto a dialogar depois de parabenizar Biden por sua vitória eleitoral —também aplaudida pelo líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, que mantém uma luta pelo poder com o presidente. Alvo de sanções americanas que buscam forçar sua saída, Maduro rompeu relações diplomáticas com Washington em janeiro de 2019, depois que o Governo de Donald Trump reconheceu Guaidó, o chefe do Parlamento, como presidente. “Donald Trump deixou um campo minado entre o Governo dos Estados Unidos e a Venezuela [...], ele deixou um campo atolado. Eu sei, nós sabemos”, disse Maduro. (AFP)

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