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Trump vence na Flórida e em Ohio e disputa com Biden se torna mais apertada do que prevista

Contagem avança lentamente em Michigan e Pensilvânia, dois dos Estados mais decisivos

Apoiador de Donald Trump em Miami, na Flórida, nesta terça-feira (3).
Apoiador de Donald Trump em Miami, na Flórida, nesta terça-feira (3).CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH (EFE)
Pablo Guimón

A apuração dos votos avança nas eleições dos Estados Unidos e os dois candidatos, o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, com travam uma batalha acirrada em Estados decisivos. Já se sabe, porém, que Trump venceu na Flórida e em Ohio, dois dos territórios mais importantes e disputados. Na Flórida, com 96% das urnas apuradas, Trump se impôs com 51,3% dos votos. Em Ohio, com 90% das urnas apuradas, o republicano conseguiu 53,3% da preferência.

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A contagem avança lentamente em outros Estados disputados, como Michigan e Pensilvânia. Na Carolina do Norte, outro Estado que seria um reduto para os democratas, a votação é ainda mais apertada: com 95% das urnas apuradas, Trump lidera com 50,1% e pouco mais de 70.000 votos de vantagem. Os dois candidatos também avançaram em alguns Estados previsíveis. Trump prevalece no Alabama, Mississippi e Oklahoma, e Biden vence Massachusetts e Delaware. Biden também vai levando a melhor no Arizona, tradicional feudo republicano, com 52,5% dos votos e 79% das urnas apuradas.

Mais de 100 milhões de eleitores, um número sem precedentes, votaram antecipadamente para decidir quem será o presidente de um país atingido pela pandemia, atolado em uma recessão econômica e enfrentando desafios colossais. Chegou ao fim uma campanha marcada por barulho e fúria, transformada por um vírus que deixou 231.000 mortos no país e cuja gestão será prioridade do novo presidente.

Trump e Biden votaram antecipadamente. A primeira-dama, Melania Trump, fez isso pela manhã, perto de Mar-a-Lago, na Flórida, onde o casal presidencial tem sua residência. Contagiada há um mês pela covid-19, a esposa do presidente foi a única pessoa na seção eleitoral que não usava máscara.

A paisagem da jornada eleitoral reflete a excepcionalidade deste encontro com as urnas. Muitas cidades, como Nova York, Filadélfia e Washington, amanheceram com tapumes de madeira para proteger as vitrines dos comércios, prevendo que a noite degenere em distúrbios, vandalismo e violência. Por outro lado, alguns dos Estados que monopolizam todos os holofotes por causa das projeções apertadas, como Michigan e Pensilvânia, bateram novos recordes no registro de novos casos de covid-19.

Ainda na manhã desta terça, após lançar suspeitas de fraude durante toda a campanha, o presidente Trump afirmou em uma entrevista à Fox News que declarará a vitória “quando a houver, se houver”, mas anteviu que ganhará “por uma margem maior que quatro anos atrás”. Nos últimos dias, houve diversos relatos de que o presidente estaria disposto a se proclamar vencedor se o início da apuração o colocasse à frente. As pesquisas indicam que o voto antecipado, em número recorde por causa da preocupação dos eleitores com a pandemia, é majoritariamente democrata, o que poderia se traduzir em uma vantagem republicana no conjunto das cédulas emitidas nesta terça-feira, mas que não corresponderia necessariamente ao sentido da apuração total, que pode levar dias para ser concluída.

“Acredito que teremos uma vitória”, afirmou Trump, visivelmente cansado após um frenético sprint final que o levou a fazer 17 comícios em três dias. “Acredito que as pesquisas, você sabe, são pesquisas de supressão. E acho que ganharemos. Mas só quando ganharmos. Sabe, não há razão para brincar.”

Biden esteve na Filadélfia e visitou, no mesmo Estado da Pensilvânia, sua cidade natal, Scranton. “Quero restaurar a decência e a honra na Casa Branca”, afirmou. Antes, acompanhado da sua esposa e de dois netos, visitou o túmulo de seu filho Beau em Wilmington, Delaware, cidade onde o candidato reside e onde acompanharia a apuração na madrugada desta quarta.

“Mantenham a calma e votem”, recomendou na manhã de terça Christopher Krebs, responsável pela segurança da infra-estrutura eleitoral. “E, depois de hoje, mantenham a calma e deixem que apurem.” Também se referiu a possíveis ingerências da Rússia no processo, algo que, segundo a inteligência norte-americana, vem ocorrendo nos últimos meses, mas sem resultados significativos. “Ainda não estamos fora de perigo”, advertiu Krebs.

Houve longas filas de eleitores em cidades como Filadélfia e Milwaukee, dos Estados-pêndulos da Pensilvânia e Wisconsin, respectivamente. Em outros territórios disputados, como Carolina do Norte, as altas cifras de voto por correio deixaram esta terça-feira imagens de seções eleitorais quase vazias. Também foram registradas filas em Nova York e Las Vegas, enquanto a afluência nas primeiras horas em cidades como Miami (Flórida) e Atlanta (Geórgia) era mais moderada.

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