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Obama reaparece para apoiar Biden: “Peço a vocês que se lembrem de como este país pode ser”

Em sua primeira participação ao vivo nesta reta final da campanha, ex-presidente critica Trump duramente em um comício na Filadélfia

O ex-presidente Barack Obama em comício nesta quarta-feira em Filadélfia.
O ex-presidente Barack Obama em comício nesta quarta-feira em Filadélfia.ALEX EDELMAN (AFP)
Pablo Guimón
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Mike McCarter, nativo de Oregon de 72 años, residente de La Pine, admira la reputación políticamente conservadora de Idaho. McCarter es el principal peticionario de Move Oregon’s Border, una organización sin fines de lucro que quiere transferir los condados del sur y este de Oregón a Idaho. La organización cree que los condados rurales de Oregon tendrían mejor representación en la Legislatura liderada por los republicanos de Idaho que en la Legislatura liderada por los demócratas en Salem. Move Oregon's Border simplemente quiere ajustar las fronteras estatales existentes y que sea el río la frontera natural. Como instructor de armas de fuego, McCarter es miembro de la Asociación Nacional del Rifle y copresidente del comité de La Pine Friends of NRA.
Jesus é meu Deus, Trump é meu presidente e eu quero ser de Idaho

Barack Obama voltou à campanha para pedir voto para seu ex-vice, o candidato democrata Joe Biden, e para isso não poupou duros ataques a Donald Trump. “Suas ações têm consequências. Incentiva as pessoas a serem cruéis e racistas, rasga o tecido da nossa sociedade, afeta a forma como nossos filhos veem as coisas. O comportamento importa, o caráter importa. Devemos devolver os valores ao centro da nossa vida pública”, afirmou o último presidente democrata na tarde desta quarta-feira em Filadélfia.

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“Os Estados Unidos são um lugar bom e decente, mas simplesmente vemos tantas sandices e tanto ruído que às vezes é difícil de lembrar”, argumentou Obama. “Peço a vocês que se lembrem de como este país pode ser.”

Obama protagonizou um comício em formato de drive-in, em que o público fica dentro dos seus carros e ouve o discurso pelo rádio. É uma forma de prevenir contágios de covid-19, em meio a uma pandemia que, ao invés de recuar, já registra um claro repique nos Estados Unidos. O som das buzinas substituiu os aplausos, mas não tirou a emoção e a intensidade de um discurso em que Obama conclamou os norte-americanos a votarem “na eleição mais importante das nossas vidas”. “O que fizermos dentro de 13 dias importará durante décadas”, disse.

O ex-presidente atacou seu sucessor na Casa Branca por todos os lados: pela forma e pelo conteúdo, da economia nacional às suas próprias finanças, da política externa ao meio ambiente, passando, com especial ênfase, por sua gestão da pandemia. “Literalmente, deixamos para vocês na Casa Branca um manual para pandemias que lhes teria mostrado como reagir antes que o vírus alcançasse nossas costas. Provavelmente o usaram, não sei, para calçar uma mesa manca”, cutucou.

“Isto aqui não é um reality show, é a realidade”, acrescentou Obama, referindo-se ao passado televisivo de Trump. “E outros estão tendo que conviver com as consequências de como você se mostrou incapaz de levar seu trabalho a sério.”

Entre as críticas a Trump, Obama elogiou também o seu ex-colega de mandatos, de quem destacou a “decência” e “empatia”. “A presidência não muda como você é, revela como você é”, argumentou. “Biden logo aprendeu a tratar a todos com respeito, e é amigo da gente trabalhadora. Com Joe e Kamala [Harris, candidata a vice] no leme, vocês não vão ter que ficar pensando nas loucuras que eles dizem diariamente. Vão poder viver suas vidas sabendo que o presidente não vai retuitar teorias conspiratórias sobre tramas secretas que dirigem o mundo”, acrescentou.

Esta foi primeira de uma série de cinco aparições de Obama previstas para a reta final da campanha. Para a estreia, escolheu um Estado crucial para os interesses do seu partido. Com cidades democratas, zonas rurais republicanas e bairros residenciais que podem se decantar por um ou outro partido, a Pensilvânia é uma dessas casinhas na rota pela qual Joe Biden espera chegar à Casa Branca.

Obama não tinha participado até agora em nenhum evento ao vivo da campanha de Biden, apesar de ser um de seus principais ativos eleitorais. Frequentemente, quando fala com seus seguidores, o candidato democrata faz questão de destacar sua estreita relação com o ex-presidente ou alguns dos feitos que protagonizaram juntos durante sua Administração. Enquanto Trump se dedicou a atacar insistentemente seu antecessor nos últimos quatro anos, e a destruir tudo o que pôde do seu legado, Obama vinha sendo, até agora, muito mais contido em suas críticas ao republicano.

Só havia quebrado o silêncio em duas ocasiões: primeiro, na campanha para as eleições legislativas de 2018, e depois, em agosto deste ano, durante a Convenção Nacional Democrata que consagrou Biden, e onde Obama fez um poderoso discurso, também em Filadélfia, cidade onde foi redigida e assinada a Constituição dos Estados Unidos.

A volta de Obama ocorreu um dia antes de Trump e Biden se enfrentarem cara a cara no segundo e último debate presidencial desta campanha, em Nashville (Tennessee). Depois do rude espetáculo do primeiro debate (o seguinte foi cancelado porque Trump estava com covid-19), desta vez decidiu-se que o microfone dos candidatos ficará desligado quando o rival estiver falando.

Na véspera do discurso de Obama em Filadélfia, Trump havia feito um comício em Erie, no deteriorado norte industrial da Pensilvânia. O republicano deve fazer outras visitas ao Estado antes da eleição de 3 de novembro. “Se ganharmos a Pensilvânia”, disse o presidente em Erie, “ganharemos tudo”. Trump, que aparece atrás de Biden nas pesquisas dos Estados considerados decisivos, viajava nesta quarta à Carolina do Norte, outro território em disputa. Biden, por sua vez, passa estes dias se preparando para o debate na sua residência de Wilmington (Delaware).


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