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Agente do FBI mata suspeito de assassinar seguidor de Trump em Portland

Michael Reinoehl, que foi alvejado ao sacar uma arma quando estava prestes a ser detido, afirmou em uma entrevista horas antes que agiu em legítima defesa ao matar um manifestante no fim de semana

O cadáver de Michael Reinoehl, no chão, depois de ser abatido por um agente do FBI. Em vídeo, as imagens do suspeito de assassinar Aaron J. Danielson, instantes depois do tiroteioVídeo: TED WARREN | REUTERS
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Un nuevo vídeo ha elevado las tensiones raciales en Estados Unidos. Las imágenes de un hombre afroamericano que es asfixiado por agentes de la policía en Rochester, Nueva York, han sido difundidas este miércoles por la familia de la víctima, que murió el 30 de marzo pasado. Daniel Prude, de 41 años, aparece desnudo, sentado en la calle y con las manos esposadas mientras los agentes le rodean, después se observa que uno de ellos le pone una capucha blanca en la cabeza y lo postra contra el asfalto durante dos minutos. Prude sobrevivió hasta que llegó una ambulancia, pero en el hospital se mantuvo vivo durante siete días conectado a equipo de soporte vital.
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Um agente federal dos Estados Unidos matou nesta quinta-feira o suspeito de ter assassinado um seguidor do presidente norte-americano, Donald Trump, durante um confronto no fim de semana em Portland (Oregon, Costa Oeste) no contexto dos protestos contra o racismo, segundo a imprensa do país. Citando fontes oficiais, os jornais The Washington Post e The New York Times informaram que o suspeito, identificado como Michael Forest Reinoehl, de 48 anos, morreu na localidade de Lacey, no Estado de Washington (noroeste dos EUA), quando um grupo de agentes federais tentava prendê-lo. O agente atirou em Reinoehl quando este “sacou uma pistola”, disse ao Post uma fonte do Departamento de Justiça, acrescentando que a operação teve a participação de agentes do FBI (polícia federal) e de oficiais de Justiça.

Reinoehl, de 48 anos, vinculado ao movimento de viés anarquista Antifa, era suspeito de ter matado com dois tiros Aaron J. Danielson, de 39, um seguidor de Trump e membro do movimento de ultradireita Patriot Prayer, que confrontou indivíduos que se manifestavam em Portland contra a injustiça racial. Pouco depois de o The New York Times publicar a notícia da morte de Reinoehl, Trump tuitou justamente sobre esse caso, mas aparentemente sem estar a par dos últimos acontecimentos, pois perguntou: “Por que a Polícia de Portland não PRENDE o assassino a sangue frio de Aaron ‘Jay’ Danielson?”.

Em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo site Vice News, Reinoehl parecia admitir que tinha matado Danielson, ao afirmar que “não tinha outra opção” e que agiu em legítima defesa, pois acreditava que ele e um amigo seriam apunhalados pelo seguidor de Trump. “Poderia ter ficado sentado e ver matarem meu amigo de outra raça. Mas não faria isso”, afirmou Reinoehl, que era branco. O ativista de esquerda, que se definiu como “100% antifa”, comparecia frequentemente aos protestos das últimas semanas em Portland, uma das cidades dos EUA que tiveram as mobilizações mais ativas e eventualmente violentas contra o racismo depois do homicídio do afro-americano George Floyd, em maio, em Minneapolis (Minnesota).

Reinoehl disse a um jornalista há algumas semanas que costumava atuar como “segurança” nos protestos, e no começo de julho foi detido por portar uma pistola carregada em uma manifestação, embora tenha sido posteriormente liberado. O ativista não chegou a ser formalmente acusado pelo homicídio de Danielson, e a Polícia de Portland informou nesta quinta-feira que continuava investigando o incidente. O fato ocorreu depois que uma caravana de simpatizantes de Trump e ultradireitistas do Patriot Prayer percorreram Portland, no fim de semana, e confrontaram manifestantes contra o racismo, aos quais alvejaram com balas de borracha e de tinta. O incidente estimulou o discurso de “lei e ordem” adotado por Trump, que descreveu os participantes nos protestos como “anarquistas” e “criminosos”, sem distinguir entre a maioria que se manifesta pacificamente e a minoria que participou de confrontos e distúrbios.

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