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Rafael Correa confirma sua candidatura à vice-presidência do Equador em 2021

Ex-presidente será companheiro de chapa de Andrés Arauz, candidato desconhecido na primeira linha da política

Rafael Correa, durante uma entrevista ao EL PAÍS em 2019.
Rafael Correa, durante uma entrevista ao EL PAÍS em 2019.Héctor Guerrero
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Diz que não queria, mas que aceitou, não porque fosse seu desejo, mas porque o país precisa dele. Rafael Correa confirmou nesta terça-feira que disputará as próximas eleições presidenciais do Equador em 2021. Anunciou sua decisão ao apresentar oficialmente quem o acompanhará na cédula eleitoral: Andrés Arauz, ex-ministro de seu Governo, até agora desconhecido na primeira linha da política, que concorrerá como candidato a presidente pela Frente União pela Esperança (UNES).

A UNES é a aliança que servirá de base para as forças políticas próximas do correísmo depois da cisão interna na Aliança PAIS entre estas e os seguidores do atual presidente do Equador, Lenín Moreno. “Jamais busquei algo para mim. Isso não foi entendido pelo ódio nem pela mediocridade de meus inimigos e, para me destruir, não se importaram em destruir nossa terra sagrada. Mas por causa desse desafio, aceito esta candidatura”, confirmou Correa por meio de uma conexão virtual desde um pequeno escritório. O ex-presidente reside oficialmente na Bélgica desde 2017, quando deixou o Governo equatoriano, e não voltou ao país desde então, pois tem uma ordem de prisão contra si e uma pena de prisão de oito anos por subornos ainda pendente do esgotamento da via dos recursos judiciais.

Apesar da condenação, apesar de a lei equatoriana proibir a reeleição depois de dois mandatos e apesar de ter deixado o palácio de Carondelet [sede do Governo equatoriano] afirmando que não tinha intenção de voltar, Correa justificou seu retorno às urnas para defender as “vítimas” de “um Governo negligente”, em alusão ao Executivo de Lenín Moreno. “Meu projeto de vida é minha pátria, vê-la fora do subdesenvolvimento”, disse como prelúdio de seu anúncio e da apresentação daquele que garantiu que “será o presidente mais jovem”. Andrés Arauz, de 35 anos, foi ministro coordenador de Conhecimento e Talento Humano no final do período correísta. E, segundo o ex-mandatário, é uma “cara nova” como exige o país, ao qual “ninguém lhe deu nada por ter um nome ancestral ou por pertencer aos grupos de poder”.

Além de imitar a chapa com a qual Cristina Kirchner voltou ao poder na Argentina, Correa e seu número um revalidarão suas indicações nas eleições primárias da UNES nesta quinta-feira, 20 de agosto, depois de terem superado as “armadilhas, armadilhas e mais armadilhas” que o ex-mandatário afirma ter enfrentado para formalizar sua participação nas eleições presidenciais. O partido que lhe serviu de base política ―e com o qual colocou seus candidatos nas últimas eleições provinciais e municipais de 2019― foi suspenso pelo Conselho Nacional Eleitoral acusado de não obter as assinaturas de filiados necessárias ao registro.

Embora o processo para a eliminação da Força Compromisso Social ainda esteja em andamento, o tribunal eleitoral anulou a medida cautelar que impôs sua suspensão e, com isso, restabeleceu o caminho para a participação política. O partido faz parte da aliança UNES, com a qual Correa pretende ir às urnas. O próximo obstáculo que a candidatura do ex-presidente terá de superar para chegar de fato à eleição de 2021 será o registro formal da mesma.

O regulamento interno exige que cada candidato registre sua candidatura de forma presencial, o que obrigaria Correa a voltar ao Equador e, eventualmente, enfrentar a Justiça. Seu aspirante a presidente esclareceu na cerimônia de apresentação que a chapa conta com mecanismos para consegui-lo. “Temos assinatura eletrônica, videoconferência, cartórios, consulados. Com essas ferramentas inscreveremos Rafael Correa como vice-presidente”, disse Arauz.

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