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Não há pandemia que freie o trem chinês no coração da Europa

A cidade alemã, ponto de chegada da Nova Rota da Seda na Europa central, luta para atrair capital em um clima de crescente tensão política com Pequim

Trens de carga chineses no Terminal Intermodal de Duisburgo, em janeiro.
Trens de carga chineses no Terminal Intermodal de Duisburgo, em janeiro.Jasper Bastian

Trens chineses chegam carregados a Duisburgo. No grande porto no interior da Europa param agora mais composições procedentes da China do que antes da pandemia. “As exportações chinesas se recuperaram muito rapidamente. Agora recebemos entre 45 e 60 trens por semana”, explica Martin Murrack, diretor de Finanças da Prefeitura dessa cidade da Alemanha. Este é um número recorde em comparação com os 35 de vezes anteriores. Enquanto as relações diplomáticas entre a Europa e a China estão tensas como resultado da gestão de uma epidemia que acabou afetando todo o mundo, as relações comerciais estão em excelente estado de saúde. A Nova Rota da Seda contornou a pandemia ao chegar de trem à Europa.

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A realpolitik é sentida com particular intensidade nesta cidade do oeste da Alemanha. Aqui, os chineses são uma espécie de Mr. Marshall a quem as autoridades se esforçam para seduzir. O maná asiático é concebido como vital para a reconversão desta antiga cidade mineira de 500.000 habitantes, que não consegue decolar e que de certa forma representa o dilema de outras do continente, ávidas por investimentos chineses, mas com receio do impacto político na proteção de direitos e na opinião pública que acompanha a expansão asiática.

Duisburgo é a porta de entrada para a Europa dos trens da Nova Rota da Seda, pela qual chegam as mercadorias chinesas. É o centro de distribuição. Daqui a mercadoria é transferida para outros trens, navios ou caminhões, que depois percorre a Europa. Itália, França, Reino Unido e os países escandinavos são alguns dos destinos finais dos produtos.

Noah Barkin, pesquisador do German Marshall Fund em Berlim, acha que na Alemanha “há uma grande disparidade entre o debate político, que se tornou mais crítico em relação à China, e a realidade das relações econômicas”. Essa disparidade é acentuada por uma pandemia que paralisou as economias europeias e as levou a afundar na recessão. “A Alemanha vê a China como uma saída para a recessão. A China foi o primeiro país afetado [pela Covid] e também o primeiro a superá-la. As empresas alemãs têm muito interesse em retomar o comércio com a China”, argumenta.

Quando irrompeu a pandemia, os trens procedentes de Wuhan —um dos cinco lugares de origem dos comboios e marco zero da Covid— pararam por um par de semanas, mas logo retomaram suas rotas. “Minha impressão é que os chineses estão produzindo mais por causa do vírus, para compensar o tempo perdido”, explica Daniel Thomas, da empresa Duisburg Intermodal Terminal (DIT), que opera no porto. A Alemanha, prossegue, agora está recebendo mais suprimentos médicos, como um carregamento recente para o Reino Unido de máscaras e roupas de proteção para os profissionais da área da saúde. Em contrapartida, chegam menos eletrodomésticos pequenos e, em geral, bens de consumo, dada a maior prudência dos consumidores europeus.

O volume de carga transportada por ferrovia ainda é muito menor do que por via marítima, mas a recuperação geral das importações com origem na China é evidente. Os últimos dados do escritório de estatísticas alemão indicam que em junho a maior parte das importações que chegaram ao país veio do gigante asiático, com alta de 20,2% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 5,7% em comparação aos primeiros seis meses de 2019. Além disso, as exportações da Alemanha para a China cresceram 15,4% em junho em relação ao mesmo mês do ano passado, o que significa que o comércio com aquele país já desempenha um papel importante na recuperação da economia alemã após a pandemia.

A interdependência econômica entre China e Alemanha é brutal. Em 2019 a China foi o parceiro comercial mais importante da Alemanha pelo quarto ano consecutivo. No ano passado, o comércio bilateral atingiu pouco mais de 206 bilhões de euros (1,3 trilhão de reais), à frente dos Estados Unidos e da Holanda. Dados da Federação da Indústria Alemã (BDI) indicam ainda que há 5.200 empresas alemãs na China. A chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, viajou uma dúzia de vezes em visita oficial à China e tem dedicado um lugar central às relações com o gigante asiático na atual presidência alemã da UE, que começou em 1º de julho e termina no final de ano. A grande cúpula UE-China, inicialmente marcada para setembro em Leipzig, foi adiada, por enquanto, à espera de que a evolução do vírus permita um encontro físico.

Vínculos com Wuhan

Talvez no restante da Europa Duisburgo seja pouco conhecida ou apenas evoque a sujeira e o cinza associados ao carvão, mas na China é o contrário: é sinônimo da Alemanha de sucesso e oportunidades de negócios. A visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Duisburgo, em 2014, colocou para muitos de seus compatriotas a cidade alemã no mapa. Johannes Pflug, comissário para as relações do Governo de Duisburgo com a China, explica que naqueles anos os chineses haviam estudado vários países, mas finalmente perceberam que a cidade era o lugar ideal por estar muito bem conectado com o resto do continente. A cidade era concebida como uma espécie de encruzilhada rodoviária, aérea, ferroviária e fluvial. A Holanda fica a apenas meia hora de distância, a Bélgica a uma hora, e a França, a duas e meia.

Johannes Pflug, comissário para as Relações do Governo de Duisburgo com a China, na Prefeitura da cidade.
Johannes Pflug, comissário para as Relações do Governo de Duisburgo com a China, na Prefeitura da cidade. Jasper Bastian

Duisburgo é cidade-irmã de Wuhan, o foco inicial da pandemia, desde 1982. É a relação de irmandade mais antiga entre uma cidade chinesa e uma alemã. A prefeitura tem até uma grande sala dedicada a Wuhan, onde estão em exibição os enfeites e presentes das delegações oficiais chinesas. As empresas de Duisburgo vão à China uma vez por ano. E 60 delegações chinesas visitam a cidade alemã todos os anos.

Até 2013, Pflug, de 73 anos, era o porta-voz do Comitê de Relações Exteriores do Partido Social-Democrata no Bundestag. Ele conta que na época o embaixador chinês lhe disse: “Tenho uma surpresa. Você já ouviu falar da Rota da Seda? Queremos fazer de Duisburgo o ponto de chegada”. Pflug continua: “Nós viajamos a Chongqing e lá nos fizeram uma apresentação do projeto e no final da linha de trem estava Duisburgo. Achamos que se haviam enganado, que queriam dizer Düsseldorf, mas não”. Em 28 de março de 2014, chegava o primeiro trem oficial de Chongqing. Agora, os trens partem de Xi’an, Wuhan, Yiwu e Shilong com um único destino: Duisburgo.

O trem leva cerca de 16 dias para chegar, dependendo do ponto de partida na China. O navio, muito mais barato, demora entre 30 e 40 dias. Da China vêm produtos eletrônicos, roupas, brinquedos, enfeites de Natal ... quase de tudo. E ainda motocicletas e bicicletas elétricas, cada vez mais procuradas na Europa. Mas o continente também exporta. Entre outras mercadorias, autopeças, vinho, cerveja e produtos químicos. A Alemanha exporta máquinas têxteis para fabricação de roupas na China, que depois retornam à Europa, traçando um desses círculos típicos da dinâmica globalizante. Os avanços tecnológicos na forma de contêineres refrigerados a 16 graus centígrados permitiram expandir o catálogo de trocas para produtos perecíveis.

No porto veem-se numerosos contêineres, muitos deles com registro chinês. O movimento contínuo de guindastes gigantes é a imagem viva de uma grande fábrica a céu aberto na qual se abre caminho para uma linha ferroviária por onde chegam os trens da China. “A imagem de Pequim não piorou com a crise [da saúde]. As pessoas não deixam de querer produtos chineses. O apetite para fazer negócios com a China não mudou”, explica Murrack. “Pode haver uma massa de pessoas que critique o modo como a China administrou a pandemia, mas aqui não há mudanças em nossas relações.” Este político municipal também considera que algumas acusações são infundadas: “Criticaram o confinamento decretado pelo Governo de Pequim, mas depois na Europa fizemos mais ou menos o mesmo”.

Murrack está ciente de que a estreita cooperação com a China, por mais necessária que seja, não está isenta de críticas, mas enfatiza: “Aqui é diferente, porque não vendemos nada aos chineses. O porto é 100% propriedade pública. Um terço é da cidade e dois terços do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, onde Duisburgo está localizada. Não queremos vender a infraestrutura”. Ele faz alusão à experiência do porto de Pireu, em Atenas, cuja participação acionária majoritária foi adquirida pela China, que assumiu a gestão na sequência da crise financeira de 2008.

Reconversão industrial

Duisburgo está localizada na bacia do Ruhr. Foi uma das cidades do oeste da Alemanha que prosperou com a mineração e definhou com a chegada da reconversão industrial. O desemprego disparou e com ele os problemas sociais e um certo estigma, que ainda persiste na região. Substituir o carvão e o aço pela logística, em parceria com os chineses, é uma decisão estratégica que Duisburgo está disposta a explorar ao máximo, sem complexos. As empresas de logística nos ajudaram muito em renda e empregos. Não precisam ser postos qualificados”, lembra Murrack em seu gabinete na Prefeitura.

Contêineres no Terminal Intermodal de Duisburgo, em janeiro passado.
Contêineres no Terminal Intermodal de Duisburgo, em janeiro passado. Jasper Bastian

O grande terminal logístico emprega 6.000 trabalhadores em meio à nuvem de empresas associadas à grande infraestrutura portuária. Mesmo assim, o desemprego está próximo de 12%, uma cifra bem acima da média nacional, que é de 5,8%. Um passeio por Duisburgo deixa claro que não há nem vestígios do poderio econômico que se respira em cidades alemãs como Munique, Hamburgo ou a vizinha Düsseldorf.

Erich Staake, CEO do porto de Duisburgo, considera que muitos na Europa “têm medo dos investimentos chineses”, mas mesmo assim ele acredita que são bons para a cidade. No auge da pandemia, quando quase parecia que o mundo ia acabar, o principal responsável pelo porto de Duisburgo estava otimista, ciente da forte ligação comercial que os une às cidades asiáticas. Staake garante que a meta do porto é conseguir mais volume e mais contêineres de mercadorias procedentes da China. Em uma crise como a atual, o trem se torna mais atraente do que o transporte marítimo, que é menos previsível e mais lento. O grande centro de logística administrado pela Staake se beneficia, de fato, da interseção dos rios Reno e Ruhr; e a infraestrutura se assenta nas antigas siderúrgicas.

“Agora [o intercâmbio] funciona muito melhor do que há alguns anos. Pouco a pouco foram sendo eliminados gargalos como o da fronteira com a Belarus pela largura da via”, diz Daniel Thomas, da empresa Duisburg Intermodal Terminal (DIT), que trabalha no porto. “Os chineses se interessam pelos negócios e sabem que a Europa é um bom destino para seus produtos, e que a Alemanha é uma economia forte. São muito pragmáticos e querem ter uma base na Europa. Hamburgo e Roterdã [na Holanda] se concentram mais no navio e Duisburgo, no trem”, acrescenta. A Alemanha também é conhecida por ser um lugar seguro onde os trabalhadores têm a reputação de serem eficientes.

Pflug é um forte defensor da cooperação com a China e viu como as relações com o gigante asiático mudaram radicalmente nos últimos anos. “Eles também são um ímã para outras empresas, que pensam: ‘Se os chineses vierem, nós também iremos.” Pflug observa que a balança comercial pouco a pouco vai se equilibrando. E se antes 70% eram trens que chegavam carregados e apenas 30% os que partiam da Alemanha para a China, agora a relação está mais perto de 60% /40%. No porto afirmam, porém, que de cada dois trens que chegam, apenas um retorna, e nem todos voltam cheios.

Crescimento estratégico

Na Prefeitura, o entusiasmo não é menor. “Isso está crescendo muito rápido, e queremos construir outro porto. Acreditamos que nos próximos anos [a economia] crescerá muito mais. Não é tão grande quanto a produção de aço, mas está aumentando e estamos interessados em que [os chineses] se sintam à vontade. O mercado chinês ainda cresce muito em comparação com o europeu. Acima de tudo, há um crescimento estratégico em certos setores, como a inteligência artificial. E temos muito interesse em abrir o caminho para as empresas de Duisburgo. Eles, por sua vez, têm muito interesse em nossa transição energética e nas [energias] renováveis”, explica o número dois do Governo municipal.

Kai Yu é uma gestora cuja missão é trazer negócios chineses à cidade. Diz que conseguiu captar pelo menos 20 empresas no último ano, dedicadas sobretudo a importação/exportação. Nos últimos três anos, Yu recebeu muitos pedidos da China, inclusive para comprar escritórios, instalações industriais e casas. “Cada vez existe mais interesse [por Duisburgo]”, afirma. Ela fala também de uma crescente cooperação em setores como inteligência artificial —por exemplo, para carros autônomos.

A vontade política de atrair os investidores existe, mas o grande desafio da cidade é evitar que a potência asiática simplesmente passe direto e leve suas mercadorias a outra parte. Duisburgo explora seu próprio caminho para conseguir isso. Pflug explica que agora eles estão na chamada Fase III, na qual a ideia é que os investimentos chineses sejam revertidos para a cidade. E cita como exemplo a construção de dois hotéis e o projeto do Trade Center, iniciado há um ano perto do porto. É um caminho espinhoso, sobretudo em relação à sua colaboração com a Huawei, o polêmico gigante chinês das telecomunicações, inimigo declarado de Washington pelo desenvolvimento da rede 5G. Os temores de que Pequim utilize a tecnologia para espionar seus adversários políticos e comerciais também estão muito presente nos Parlamentos do Velho Continente, incluindo o Bundestag alemão.

Estudantes

O curioso, no entanto, é que o fervor dos gabinetes oficiais pelas relações com a China quase não é sentido nas ruas de Duisburgo. Pflug conta que existem cerca de 2.000 estudantes chineses na região, muito orientados aos negócios. Susanne Löhr, diretora do Instituto Confucius da baía do Ruhr, onde ensinam chinês aos alemães, diz que a cidade já atraía estudantes chineses antes da Nova Rota da Seda e oferece muitos programas universitários de engenharia, que despertam interesse entre os chineses. “Eles preferem ir aos Estados Unidos, mas as universidades alemães têm muito boa reputação e fazem parcerias com universidades chinesas.”

Na lanchonete da Universidade de Duisburgo-Essen, os estudantes alemães mantêm um intercâmbio com linguístico com três jovens chinesas que chegaram ano passado da Universidade de Wuhan. Uma delas, Ruoheng Yuan, explica que poderia ter ido estudar na França, mas escolheu a Alemanha porque a economia é forte. “Há muitas empresas alemãs na China e têm boa reputação”, afirma. Ela conversa com David Missal, um jovem alemão que foi expulso de Hong Kong, onde trabalhava como bolsista numa fundação de direitos humanos. Às portas da biblioteca há um certo fluxo de rostos asiáticos, que entram e saem com os livros debaixo do braço.

A guerra para atrair os investidores chineses não é travada apenas contra outros países europeus, mas também contra cidades próximas como Düsseldorf, que conta com um grande aeroporto e uma pujante comunidade chinesa. E apresenta outra grande vantagem para os chineses: uma oferta gastronômica incomparável.

Há dois anos, Stefanie Meyer montou uma empresa de consultoria voltada à formação intercultural com a China, onde já morou e estudou ciências asiáticas. Quando a cidade decidiu que queria se tornar um polo logístico, Meyer criou uma rede de empresários interessados em entrar em contato com possíveis investidores chineses. “Duisburgo quer ser um lugar atrativo para os investidores chineses. A ideia é atrair mais empresas com suas famílias para que se instalem aqui. Pouco a pouco isso acontece, mas é preciso tempo. Os chineses tentam manter sua riqueza dentro do país”, diz ela.

Stefanie Meyer (esq.), diretora da empresa Chinnect, com uma funcionária chinesa, em Duisburgo.
Stefanie Meyer (esq.), diretora da empresa Chinnect, com uma funcionária chinesa, em Duisburgo.Jasper Bastian

Meyer também ajuda empresários da China a lidar com a sociedade alemã, o que nem sempre é fácil. “Os chineses se comunicam de forma muito indireta, mas nós, alemães, somos diretos e podemos parecer rudes e mal-educados”, conta. Segundo ela, também há muitas diferenças na hora de fazer negócio. Os chineses são hiperflexíveis, ao passo que os alemães precisam organizar tudo com tempo. “Objetivos, prazos, tarefas atribuídas... tudo tem que estar planejado”, explica. A cidade agora aposta suas fichas na nova lei de imigração alemã, que entrou em vigor na primavera e facilita a entrada de profissionais qualificados. Meyer trabalha com hospitais alemães, ensinando-os a reter os trabalhadores chineses e mostrando o que eles valorizam. “Os alemães precisam entender que, para muitos trabalhadores chineses, a fábrica também é a família”, afirma.

Huawei e a segurança nacional

Duisburgo trabalha com tecnologia chinesa num projeto de smart city (cidade inteligente). Mas reconhece que ainda não está claro em que medida os recursos poderão ser implementados, já que nem tudo o que funciona na China —como o reconhecimento facial— é aplicável na Alemanha. Outros projetos, como postes de luz inteligentes e sensores de estacionamentos, são mais compatíveis. Martin Murrack, diretor de Finanças da Prefeitura de Duisburgo, considera que o vento sopra a seu favor. Se algo aprendemos com a crise do coronavírus, diz ele, é que “a digitalização será ainda mais importante. Inclusive os mais céticos perceberam isso. Aumentou o teletrabalho, assim como a necessidade de se comunicar de forma digital”.

Pflug deixa claro que esta cidade é um caso à parte. “Cooperamos muito bem com a Huawei há anos. A União Europeia e a OTAN devem decidir o que é relevante do ponto de vista de segurança e estratégia. O que não pode acontecer é que Berlim se dedique a propagar as bondades da digitalização e depois os jornalistas venham nos perguntar como ficam os direitos humanos.”

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