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Oposição a Maduro oficializa sua decisão de não participar das eleições legislativas na Venezuela

Partidos que apoiam Guaidó defendem realização de uma votação com garantias

Juan Guaidó, líder da oposição a Nicolás Maduro.
Juan Guaidó, líder da oposição a Nicolás Maduro.Ariana Cubillos (AP)

A oposição venezuelana oficializou em um comunicado neste domingo sua decisão de não participar das eleições legislativas convocadas pelo Governo de Nicolás Maduro para dezembro deste ano, por considerá-las um “processo fraudulento”. As forças críticas ao chavismo se pronunciaram a favor de “um pacto nacional para a salvação da Venezuela”. A decisão, já apoiada publicamente em diversas ocasiões por Juan Guaidó, foi assinada por 27 organizações encabeçadas pelos partidos Ação Democrática, Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo, os principais da oposição.

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Outras formações que aderiram incluem Causa Radical, Encontro Cidadão, Esquerda Democrática, Projeto Venezuela e Contas Claras, que respaldam Guaidó, chefe da Assembleia Nacional e reconhecido como presidente interino por quase 60 países. As forças da oposição radical, organizadas na plataforma Sou Venezuela, embora compartilhem esta postura, não assinaram o documento.

“Depois de esgotar todos os esforços nacionais e internacionais para conseguir um processo eleitoral justo, tomamos a decisão unânime de não participar da fraude do regime de Maduro”, afirma o manifesto. A declaração baseia sua postura fazendo uma lista de todos os empecilhos impostos pelo chavismo à Assembleia Nacional, e exige a revogação da cassação dos candidatos, a participação plena de todos os partidos, uma campanha equitativa, igual acesso aos recursos públicos, um cronograma eleitoral razoável e um comportamento profissional e equidistante dos membros das Forças Armadas. Estas eleições foram convocadas com um Conselho Nacional Eleitoral (CNE) designado unilateralmente pelo Tribunal Supremo de Justiça, controlado pelo chavismo. Esse organismo desarticulou também as direções dos partidos Ação Democrática, Primeiro Justiça e Vontade Popular e entregou seu controle a dirigentes mais afins ao Governo.

Os partidos opositores reiteram sua vocação eleitoral e democrática e reivindicam seu interesse em participar de eleições limpas e decentes. Fizeram também um apelo à comunidade internacional para que “rejeite esta nova tentativa de fraude”. O pronunciamento termina sendo o resultado de um prolongado debate que teve lugar entre os dirigentes destas forças em torno do pleito, no qual quis esgotar todas as possibilidades de participar. Alguns dirigentes importantes da oposição, como Henrique Capriles Radonski, há tempos vêm questionando a ausência de resultados da estratégia de Guaidó no atual momento, propondo uma mudança de rumo e deixando entrever a possibilidade de debater a presença eleitoral da oposição na votação chavista.

Até o momento, unicamente se mostraram dispostos a participar da eleição os membros da chamada Mesa de Diálogo Nacional, plataforma de partidos minoritários que pactuou com o chavismo a data do pleito e os mecanismos para nomear um novo CNE, em detrimento da autoridade constitucional da Assembleia Nacional.

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