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Estados Unidos oferecem cinco milhões de dólares pelo presidente do Tribunal Supremo da Venezuela

Washington acusa Maikel Moreno de receber subornos “para influenciar o resultado de casos criminais” no país sul-americano

Sonia Corona
Maikel Moreno e Nicolás Maduro durante uma cerimônia na Corte Suprema.
Maikel Moreno e Nicolás Maduro durante uma cerimônia na Corte Suprema.CARLOS GARCIA RAWLINS (REUTERS)

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, fixou nesta terça-feira uma recompensa de cinco milhões de dólares (cerca de 25,85 milhões de reais) por informações que levem à prisão do presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ), Maikel Moreno. A Administração de Donald Trump quer que ele responda perante um juiz por diferentes casos de corrupção. Moreno também é considerado uma das figuras-chave do chavismo.

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“Usou sua posição de autoridade para obter ganhos pessoais, aceitou subornos para influenciar os resultados de alguns casos criminais na Venezuela. Com o anúncio de hoje, estamos enviando uma mensagem clara: os Estados Unidos são contra a corrupção”, escreveu Pompeo em sua conta no Twitter. O secretário de Estado também o chamou de “comparsa” do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Não é a primeira vez que Washington inclui Moreno em uma lista dos líderes chavistas mais procurados. No final de março, o Departamento de Justiça o acusou de fazer parte de uma rede internacional de narcotráfico e ofereceu 10 milhões de dólares por sua prisão depois que um tribunal da Flórida o acusou de lavagem de dinheiro e de estar relacionado com crimes nos quais houve suborno na Venezuela.

Nessa ordem de captura, seu nome aparecia ao lado da cúpula do regime, encabeçada pelo próprio Maduro, pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello; Vladimir Padrino, ministro da Defesa, e Tareck El Aissami, ministro do Petróleo. Nesta ocasião, as acusações dos Estados Unidos apontam que Moreno influiu diretamente para que os magistrados venezuelanos libertassem os acusados e rejeitassem casos em pelo menos 20 processos.

O Tribunal Supremo é, juntamente com a Procuradoria, uma engrenagem decisiva para a estratégia política de Maduro. Controlado em sua maioria pelo regime, a mais alta instância do sistema judiciário venezuelano inabilitou semanas atrás as direções de três dos quatro principais partidos da oposição, colocando-os nas mãos de gestores mais afinados com os interesses do Governo. Além das últimas sentenças que desarticularam os partidos Vontade Popular, Primeiro Justiça e Ação Democrática, o Supremo também anulou a presidência de Juan Guaidó na Assembleia Nacional depois que o chavismo ter manobrado para também despojá-lo dessa representação política.

Essa medida é a enésima ação da Administração norte-americana contra o aparato chavista. Embora o interesse de Trump por Guaidó tenha dado sinais de esgotamento nos últimos meses depois de um ano e meio de queda de braço que não produziu resultados concretos, Washington tenta demonstrar que a saída de Maduro do poder continua sendo uma prioridade. Além das sanções econômicas adotadas contra Caracas, a Casa Branca não desiste de tentar redobrar a pressão contra os principais cargos do regime.

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