_
_
_
_
_

Estados Unidos iniciam sua retirada formal da OMS

Governo Trump enviou carta ao secretário-geral da ONU oficializando a saída em 6 de julho de 2021

Amanda Mars
O presidente dos EUA, Donald Trump, durante reunião com seus assessores para a covid-19, em 26 de junho.
O presidente dos EUA, Donald Trump, durante reunião com seus assessores para a covid-19, em 26 de junho.Carlos Barria (Reuters)

Donald Trump já começou a retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS). A saída da principal potência mundial, em meio à maior pandemia em um século, já foi comunicada formalmente, conforme informou nesta terça-feira o senador democrata Bob Menéndez em sua conta do Twitter e confirmaram fontes da Administração federal. O desligamento só se tornará efetivo em 6 de julho de 2021, de modo que está à mercê do resultado das eleições presidenciais de novembro. O republicano anunciou em maio passado o rompimento de relações com essa agência das Nações Unidas, acusando-a de reagir à covid-19 de forma negligente e conivente com os interesses do regime chinês, que foi opaco no início da pandemia. O rival de Trump nas urnas, o democrata Joe Biden, já disse que reverá a decisão ser for eleito.

“O Congresso recebeu a notificação de que o presidente retirou formalmente os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde no meio de uma pandemia. Qualificar de caótica e incoerente a resposta do Trump à covid-19 não faz justiça. Isto não protegerá as vidas ou interesses norte-americanos, deixa os norte-americanos doentes, e os Estados Unidos sozinhos”, escreveu Menéndez na rede social. A retirada, segundo fontes do Governo, já foi comunicada por carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres.

Mais informações
-FOTODELDÍA- BRA111. BRASÍLIA (BRASIL), 07/07/2020.- El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro (i), se pone una mascarilla durante una ceremonia oficial, el 9 de junio de 2020, en el Palacio do Alvorada, en Brasilia (Brasil). Durante los últimos meses, Bolsonaro ha desafiado casi a diario al virus, al que llegó a calificar de "gripecita", circulando por las calles en plena cuarentena, al asistir a actos públicos sin la máscara preceptiva, abrazando y besando a partidarios sin cuidado alguno y con un desdeño constante frente a la enfermedad. Este martes, el mandatario ha informado de que ha dado positivo de COVID-19 y ha comenzado a ser tratado con cloroquina. EFE/ Joédson Alves
A triste sorte dos presidentes negacionistas da covid-19
Trump se prepara para firmar aranceles de propiedad intelectual sobre bienes de alta tecnología de China.
A dupla ofensiva de Trump com a histórica decisão de tirar os Estados Unidos da OMS
Trump acusa a OMS de “encobrir” expansão do coronavírus e congela repasse de recursos

Trump confirmou o rompimento com a OMS em 30 de maio, depois de semanas ameaçando cortar seu financiamento. Em plena assembleia da instituição, alguns dias antes, enviou uma carta ao seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em que lhe anunciava um prazo de 30 dias para que a organização multilateral promovesse “melhora substantivas” e demonstrasse “independência em relação à China”. “O silêncio da OMS sobre o desaparecimento de pesquisadores e médicos e sobre as novas restrições a informações relativas à pesquisa das origens da covid-19 [por parte da China] é profundamente preocupante”, havia apontado anteriormente o republicano, acrescentando que “perdeu-se um tempo muito valioso”.

Os Estados Unidos são o principal financiador da OMS, contribuindo com quase 900 milhões de dólares no orçamento de 2018-2019, cerca de um quinto do total de 4,4 bilhões de dólares desse período, segundo os dados citados pela agência Associated Press. Nos dados da OMS, a Fundação Bill e Melinda Gates figura como segundo principal financiador. A decisão se enquadra, além disso, numa atitude de rechaço que Trump manifestou em relação às organizações multilaterais ao longo de toda a sua presidência. Também tirou os EUA da Unesco (agência da ONU para cultura e educação) e do Acordo de Paris contra a mudança climática.

A pandemia custou a vida de mais de 131.000 pessoas nos Estados Unidos, segundo a contabilidade até a manhã desta quarta-feira, e causou quase três milhões de contágios confirmados. O ritmo de casos disparou na segunda quinzena de junho, obrigando pelo menos uma dúzia de Estados a frearem seus planos de reabertura.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_