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Brasileiro é preso em Barcelona suspeito do assassinato de três sem-teto em um mês

A última vítima foi encontrada nesta segunda-feira, com marcas de golpes na cabeça

Rebeca Carranco
Joan Carles Granja, responsável pela Área de Investigação Criminal dos Mossos d'Esquadra (polícia catalã)
Joan Carles Granja, responsável pela Área de Investigação Criminal dos Mossos d'Esquadra (polícia catalã)

Os Mossos d’Esquadra (a polícia catalã) prenderam um brasileiro que seria o assassino de pessoas sem-teto em Barcelona depois de quatro homicídios na cidade em pouco mais de um mês. É um homem de 35 anos que morava em um trailer estacionado em um parque em Sant Cugat del Vallès, perto da capital catalã. A prisão ocorreu à 1h25 desta terça-feira, duas horas e meia após o quarto assassinato de um sem-teto em Barcelona. O homem foi encontrado morto às 23 horas, com marcas de golpes, bem perto da igreja da Sagrada Família, na rua Rosselló. Os Mossos suspeitam que o preso possa estar por trás de três dos quatro casos, nos quais a mesma maneira de agir se repete: dar golpes na cabeça de vítimas que dormem no bairro de Eixample, atacando-as sem aviso prévio, segundo fontes policiais.

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O assassino agia com “violência excessiva e gratuita”, explicou o chefe dos Mossos Joan Carles Granja, responsável pela prisão. Ele atacava as vítimas com objetos contundentes que encontrava na área, depois as deixava estiradas e fugia. A polícia catalã está procurando evidências na revista do trailer do detido, que tem um “discurso incoerente”, disse Granja em entrevista coletiva online. A polícia catalã tem imagens de alguns crimes porque foram cometidos em áreas com câmeras de vigilância, segundo fontes policiais. O homem tem um registro em Zaragoza por roubo de propriedade.

O calendário situa a primeira morte em 19 de março, na rua de Sardenya, muito perto de um supermercado. Neste caso, é o único em que a vítima, um homem que dorme na rua, foi assassinada com algum tipo de arma branca. Na ocasião a Guàrdia Urbana (polícia de Barcelona) prendeu um possível suspeito, que foi libertado porque as provas contra ele eram inconclusivas.

O segundo assassinato foi cometido em 16 de abril na rua de Lepanto. Um homem de 23 anos, que também dormia na rua, foi morto a golpes na cabeça. O assassinato seguinte, muito parecido, acontece apenas 36 horas depois, em 18 de abril, a menos de um quilômetro de distância. Um homem de cerca 60 anos foi morto enquanto dormia sobre pedações de papelão na rua de Casp. A vítima recebeu golpes na cabeça.

Às 23 horas desta segunda-feira ocorreu o quarto assassinato. Outro homem sem-teto foi morto com golpes na cabeça enquanto dormia na rua de Rosselló com Sardenya, bem perto da Sagrada Família, em Barcelona. Os Mossos fizeram uma batida na noite passada, segundo a rede SER, depois que algumas testemunhas afirmaram ter visto o criminoso fugir.

Os Mossos d’Esquadra percorreram nas últimas semanas os diferentes lugares por onde as vítimas se locomovem, tentando saber algo sobre elas, e descobrir a identidade do autor dos crimes. Mostraram para diversas pessoas uma imagem do suposto assassino, agora detido. A polícia está tentando reconstituir os fatos e o passado do preso para descobrir se poderia estar envolvido em outros eventos semelhantes.

A pandemia de coronavírus deixou as ruas da cidade desertas. Isso causa uma maior vulnerabilidade para as pessoas que dormem nelas. Não há gente passando pelas vias públicas nem estabelecimentos abertos. A Prefeitura de Barcelona abriu instalações de emergência, como dois pavilhões na Fira de Barcelona, ​​para protegê-los temporariamente, mas muitos não querem ir para lá por medo de pegar o vírus, apesar de não haver ali ninguém infectado, e porque não podem entrar e sair do local quando quiserem.

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