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Com dezenas de mortos no Irã, Coreia do Sul e Itália, coronavírus mantém mundo em sobressalto

Já são 50 mortos na cidade iraniana de Qom, outros seis em território italiano e 833 coreanos infectados

Autoridades com máscaras caminham ao lado de um ônibus da cidade italiana de Milão que ficou em quarentena após a detecção de um caso suspeito de coronavírus.
Autoridades com máscaras caminham ao lado de um ônibus da cidade italiana de Milão que ficou em quarentena após a detecção de um caso suspeito de coronavírus.ALEX MARTIN (EFE)

O novo coronavírus não tem dado respiro. A doença parecia manter-se localizada na China, com casos pontuais fora dali. Mas depois de um mês, ela aparece com força em alguns países, como a Coreia do Sul, ao leste do território chinês, onde sua rápida propagação elevou para 833 o total de infectados pelo vírus, o maior número em um país fora da China. Foram 231 novos casos só nesta segunda. Trata-se também do maior aumento diário até agora na Coreia do Sul, segundo os dados divulgados no site dos Centros Coreanos para o Controle de Doenças (KCDC, na sigla em inglês). O país asiático também confirmou a morte de um sétimo paciente pelo Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus CoV-19. Cerca de 60% dos pacientes têm vínculos com uma igreja da denominação cristã Shincheonji de Jesus na cidade de Daegu (sudeste), epicentro dos contágios na Coreia do Sul. Na China, 2.522 pessoas morreram e 79.354 foram contaminadas desde que o início do surto.

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CORRECTION - The Diamond Princess cruise ship (back) in quarantine due to fears of the new COVID-19 coronavirus, is seen at the Daikoku Pier Cruise Terminal in Yokohama on February 20, 2020. - Two former passengers of the coronavirus-wracked Diamond Princess have died, local media reported, as fears mount about those who have left the ship after testing negative for the virus. (Photo by Kazuhiro NOGI / AFP) / �The erroneous mention[s] appearing in the metadata of this photo by Kazuhiro NOGI has been modified in AFP systems in the following manner: changes country in object name slug in metadata [JAPAN] instead of [HONG KONG]. Please immediately remove the erroneous mention[s] from all your online services and delete it (them) from your servers. If you have been authorized by AFP to distribute it (them) to third parties, please ensure that the same actions are carried out by them. Failure to promptly comply with these instructions will entail liability on your part for any continued or post notification usage. Therefore we thank you very much for all your attention and prompt action. We are sorry for the inconvenience this notification may cause and remain at your disposal for any further information you may require.�
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O coronavírus já se espalha para outras regiões fora da Ásia, chegando forte na Europa pela Itália, e no Oriente Médio pelo Irã. Cinquenta pessoas morreram desde o começo do mês por causa do coronavírus na cidade iraniana de Qom, informou a agência semioficial ILNA nesta segunda-feira, citada pela Associated Press. A cifra é significativamente mais alta que o último balanço oficial das autoridades, com 12 mortes de um total de 61 contágios, o que foi negado “categoricamente” pelo vice-ministro da Saúde, Iraj Harirshi.

Mais de 250 pessoas estão em quarentena em Qom, segundo o deputado ultraconservador Ahmad Amiriabadi Farahani, que falou à imprensa após uma sessão parlamentar a portas fechadas sobre o vírus. Farahani acusou o Governo de “não dizer a verdade” sobre o alcance da epidemia no país, segundo a ILNA.

A cidade, 120 quilômetros ao sul de Teerã, é um popular centro teológico, visitado por milhares de peregrinos e estudantes xiitas procedentes de todo o Irã e de outros países. As mortes, segundo essa fonte, começaram no dia 13, embora o Irã só tenha anunciado os primeiros casos nos dia 19.

“Os outros meios não publicaram esta cifra, mas nós preferimos não censurar o que diz respeito ao coronavírus, já que a vida das pessoas está em perigo”, declarou Fatemeh Madiani, chefa de redação da agência ILNA, à France Presse.

Kuwait, Bahrein e Iraque relataram seus primeiros casos nesta segunda-feira, todos envolvendo pessoas procedentes do Irã. No Iraque, trata-se de um estudante iraniano de Teologia na cidade de Najaf, que entrou no país antes que o Governo proibisse o acesso de não nacionais procedentes da República Islâmica. O Kuwait detectou o vírus em três das 700 pessoas retiradas no sábado da cidade iraniana de Mashhad. No Bahrein, o indivíduo contagiado é um cidadão do país que tinha estado no Irã.

Na Itália, as autoridades sanitárias confirmaram três novas mortes pelo coronavírus na região da Lombardia, o que eleva a seis os falecidos no país. Um deles é um homem de 84 anos que estava internado em um hospital de Bérgamo por outras doenças, e outro, também do sexo masculino, de 88 anos, residente em Caselle Lanne. Quatro das mortes ocorreram nesta região do norte do país. A Itália está reforçando as medidas de segurança para conter a expansão do coronavírus, enquanto os resultados positivos de exames específicos em cinco regiões (Lombardia, Vêneto, Emilia Romana, Piemonte e Lácio) ascendem a 219, informou à imprensa nesta segunda-feira o chefe da Defesa Civil, Angelo Borrelli.

A Lombardia soma 167 casos (sendo 5 mortos), o Vêneto, 27 (1 morto), Emilia Romana, 18, Piamonte, 4 (depois de dois outros casos serem descartados após vários exames), e Lácio, 3 (um casal chinês atualmente internado e um paciente curado).

Contágio por voluntários na Coreia do Sul

A Coreia do Sul decretou no domingo alerta máximo pela acelerada propagação do coronavírus em menos de uma semana: de 30 casos em 17 de fevereiro para 833 nesta segunda-feira, com sete mortes. Desde sexta-feira passada, Daegu, a quarta cidade maior do país, com 2,5 milhões de habitantes, e o vizinho condado de Cheongdo foram declarados “zonas de cuidado especial”. As autoridades submeterão a exames específicos 28.000 pessoas com sintomas de gripe em Daegu, informa a agência Yonhap.

Enquanto isso, cresce a preocupação com a situação do hospital Daenam, no condado de Cheongdo. Cinco dos sete mortos – o último dos quais, um homem de 62 anos – estavam internados nesse centro, que se tornou outro foco importante de infecção, com pelo menos 111 afetados. A origem das transmissões poderia provir de visitas de membros da igreja Shincheonji como parte de suas atividades de voluntariado, segundo a Efe. A maioria de contagiados estava no pavilhão psiquiátrico, uma unidade fechada, com visitas controladas.

A expansão da doença provocou também a suspensão do campeonato nacional de futebol, conforme anunciou a K-League em um comunicado nesta segunda-feira. O torneio, com 12 times, deveria ter começado neste fim de semana.

Vários países proibiram ou restringiram a entrada de viajantes procedentes da Coreia do Sul. Israel foi o primeiro a impor uma proibição total, seguido por Jordânia e Bahrein. Outros Governos, como os do Reino Unido e Singapura, intensificaram os controles sobre passageiros procedentes da Coreia do Sul, recomendando restringir as viagens para lá.

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