_
_
_
_
_

Martine Grael e Kahena Kunze conquistam o ouro na classe 49er FX da vela e são bicampeãs em Tóquio

Dupla, que já havia conquistado o ouro na Rio 2016 e é número 1 do mundo no ranking da categoria, manteve viva a tradição brasileira de subir ao pódio na vela. Elas também possuem um ouro e quatro pratas em campeonatos mundiais

A dupla brasileira Martine Grael e Kahena Kunze celebra a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio nesta terça-feira, 3 de agosto.
A dupla brasileira Martine Grael e Kahena Kunze celebra a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio nesta terça-feira, 3 de agosto.CARLOS BARRIA (Reuters)
Felipe Betim
Mais informações
Luisa Stefani, left, and Laura Pigossi, of Brazil, celebrate after defeating Veronika Kudermetova and Elena Vesnina, of the Russian Olympic Committee, in the women's doubles bronze medal tennis match at the 2020 Summer Olympics, Saturday, July 31, 2021, in Tokyo, Japan. (AP Photo/Patrick Semansky)
Laura Pigossi e Luisa Stefani conquistam a 1ª medalha olímpica da história do tênis brasileiro
Tokyo 2020 Olympics - Soccer Football - Women - Quarterfinal - Canada v Brazil - Miyagi Stadium, Miyagi, Japan - July 30, 2021. Marta of Brazil reacts. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
Brasil dá adeus ao sonho do ouro olímpico inédito: “O futebol feminino não acaba aqui”
Tokyo 2020 Olympics - Gymnastics - Artistic - Women's All-Around - Final - Ariake Gymnastics Centre, Tokyo, Japan - July 29, 2021. Rebeca Andrade of Brazil in action during the floor exercise. REUTERS/Mike Blake
Rebeca Andrade leva seu ‘Baile de favela’ ao pódio em Tóquio e dá ao Brasil medalha inédita na ginástica

Martine Grael e Kahena Kunze mantiveram viva a tradição brasileira de subir ao pódio na vela desde a Olimpíada de Atlanta, em 1996. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio não foi diferente. A dupla chegou em primeiro lugar na madrugada desta terça-feira na regata decisiva da classe 49er FX e ganhou medalha de ouro. Foi a segunda participação da dupla numa Olimpíada e a segunda vez que conquistam uma medalha, depois do ouro olímpico na Rio 2016. “Depois de uma semana tão dura, está difícil de processar”, disse Kahena logo após a vitória. Com o resultado, o Brasil passa a acumular 12 medalhas e deixa o país em 16° colocação no torneio.

Martine e Kahena ficaram em terceiro lugar na última regata, mas ainda assim terminaram o torneio em primeiro, à frente das rivais das holandesas Annemiek Bekkering e Anette Duetz das alemãs Tina Lutz e Susann Beucke, rivais diretas pelo título. “A gente foi pelo instinto. O truque foi manter a calma e velejar como a gente sabe, botar em prática todos esses anos que estamos velejando juntas”, afirmou ainda Kahena. A dupla brasileira é número um do mundo no ranking da classe 49er FX. Além das medalhas olímpicas, a dupla conquistou um ouro e quatro pratas em campeonatos mundiais, além de um ouro e uma prata em Jogos Pan-Americanos.

Filhas de velejadores experientes e campeões em suas categorias, as duas vêm de linhagens vencedoras no esporte. Kahena, de 30 anos, é filha de Claudio Kunze, campeão mundial júnior na classe Pinguim nos anos 1970. No caso de Martine, também 30 anos, a medalha em Tóquio 2020 é a nona da família Grael, símbolo de vitória em Jogos Olímpicos. Seu pai, Torben Grael, é o maior medalhista olímpico do Brasil ao lado do também velejador Robert Scheidt, ambos com cinco medalhas. Torben tem dois ouros, uma prata e dois bronzes olímpicos. Já o tio de Martine, Lars, tem duas medalhas de bronze em Jogos. Segundo ela conta, o tio, que sofreu um acidente em 1998 e perdeu a perna, foi sua maior inspiração.

O esporte entrou muito cedo na vida da dupla por influência da família. Foi aos quatro anos de idade que Martine começou a velejar, no Rio Yacht Club. Em 2004 e 2006 foi bicampeã brasileira da classe Optimist, a categoria de entrada da vela indicada para jovens de 16 anos. Nessa época era adversária de Kahena, que começou a velejar também muito cedo na Represa de Guarapiranga, em São Paulo, antes de se mudar para o Rio aos 10 anos. A amizade fora d’água foi levada para dentro do barco e, em 2009, as duas passaram a competir juntas na classe 420.

“Foi um ciclo de um ano a mais, foram cinco anos que a gente passou entre tristezas e alegrias”, explicou Martine após a regata final, sobre como a pandemia impactou no trabalho da dupla. Já Kahena disse esperar que o ouro traga outras mulheres para o esporte. “A gente tem meninas que já com a nossa última medalha abriram o horizonte, e é isso o que a gente quer. A gente quer inspirar e trazer a vela feminina como um legado.”


Apoie a produção de notícias como esta. Assine o EL PAÍS por 30 dias por 1 US$

Clique aqui

Inscreva-se aqui para receber a newsletter diária do EL PAÍS Brasil: reportagens, análises, entrevistas exclusivas e as principais informações do dia no seu e-mail, de segunda a sexta. Inscreva-se também para receber nossa newsletter semanal aos sábados, com os destaques da cobertura na semana.[

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_