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Brasil e Argentina praticamente se garantem no Catar. Veja as chances das outras seleções sul-americanas

Equador se aferra ao terceiro lugar, enquanto Uruguai cede espaço e se mantém na zona da repescagem

Neymar celebra su gol ante Uruguay por las eliminatorias sudamericanas al Mundial
Neymar celebra gol contra o Uruguai pelas eliminatórias da Copa do Mundo da América do Sul, na Arena Amazônia, em Manaus.NELSON ALMEIDA (AFP)

Os dois gigantes sul-americanos saboreiam a passagem para o Catar. Apesar de não manter mais o 100% de aproveitamento, o Brasil de Neymar ainda supera o rival maior rival do continente e está praticamente classificado. Junto com a Argentina de Messi, que segue invicta, eles disputam a liderança das eliminatórias para a Copa do Mundo —mesmo com um jogo a menos devido ao duelo suspenso em setembro. O suspense vem daí para baixo, onde a disputa é apertada. O Equador se apega com dificuldades ao terceiro lugar, a Colômbia de Reinaldo Rueda finalmente conseguiu unir-se à zona de classificação direta e, por enquanto, desloca o Uruguai, que ocupa a quinta colocação, que dá a opção de repescagem. Mas o bloco superior é incapaz de se distanciar das outras equipes a apenas seis rodadas do fim das eliminatória da Conmebol.

Com paciência e sem James Rodríguez, a Colômbia pode proclamar que deixou o divã. O treinador Rueda, que assumiu no início deste ano após o colapso do projeto de Carlos Queiroz, ainda não perdeu nas eliminatórias e conseguiu definir o rumo com sua lenta escalada para o quarto lugar. Mas ele não consegue desalojar seus concorrentes, que respiram em sua nuca. Neste rodada tripla, ele empatou sem gols na visita ao Uruguai, mas também em casa contra o Brasil —únicos pontos que a Seleção de Tite rendeu— e o Equador.

A partida de quinta-feira, em particular, teve um sabor inegável de vingança para os colombianos, que foram humilhados por 6 a 1 em Quito há quase um ano. Embora o Equador tenha perdido fôlego desde então, a abordagem de Gustavo Alfaro na quente Barranquilla conseguiu manter o placar em zero —apesar do fato de os torcedores no estádio Metropolitano terem celebrado furiosamente um gol de Yerry Mina no último suspiro, que o VAR anulou por um toque na mão do defensor do Everton. Não houve vingança, mas aquele ponto solitário foi suficiente para a Colômbia alcançar os mesmos 16 pontos do Uruguai e se colocar acima da celeste, que perdeu terreno com derrotas para Argentina (3x0) e Brasil (4x1).

O formato maratona das seletivas sul-americanas, com suas 18 rodadas muito disputadas, consolidou-as como uma das mais competitivas do mundo, com 10 países chegando com expectativa de classificação. Após 12 datas, em meio a todos os obstáculos e atrasos que a pandemia impôs, todos continuam somando pontos. Até times que em algum momento já ocuparam o porão, como a Bolívia, que depois de goleada no Paraguai (4x0) empatou os 12 pontos e provocou a demissão do técnico Eduardo Berizzo. O outro movimento importante foi liderado pelo Chile, que recuperou terreno após golear a Venezuela (3x0) e agora é o sexto com 13 pontos, apenas três atrás do Uruguai e da Colômbia.

Ainda há espaço para surpresas? A caminho da Copa do Mundo da Rússia, a maioria dos ingressos só foi resolvida no último minuto, com algumas trajetórias ilustrativas, para o bem e para o mal. O maior paradoxo foi a eliminação do Equador, que entrou em colapso após um início de sonho. Com distâncias tão curtas entre os rivais, a chegada daquela maratona deixou um peso enorme. Quatro anos atrás, o Equador neste momento tinha acumulado 20 pontos, que o mantinham em terceiro lugar, mas desperdiçou essa “economia” e somou seis derrotas consecutivas no leilão de qualificação —três delas na altitude de Quito-.

O Peru foi o exemplo oposto, com a moral em que muitos gostariam de se ver refletidos. No caminho para a Rússia 2018, ficou fora da zona de classificação por 15 das 18 datas, e neste momento estava em oitavo, com 14 pontos, mas terminou com três empates e três vitórias nesta reta final. Hoje, quando ocupa a nona posição, com apenas 11 pontos, parece improvável que os comandados por Ricardo Gareca repitam o feito.

Especulações sobre o “número mágico” de pontos que uma seleção sul-americana precisa para se classificar estão, mais uma vez, na ordem do dia. É difícil dizer com precisão, porque às quatro cotas diretas se acrescenta o coringa da repescagem. O Peru se classificou para a Rússia após acumular 26 pontos, e o Chile, que acabava de ganhar duas edições da Copa América com sua geração de ouro, ficou de fora com o mesmo número. A Colômbia foi eliminada do Japão e da Coreia em 2002 por saldo de gols, apesar de somar 27 pontos, enquanto o Uruguai alcançou 24 nas eliminatórias rumo à África do Sul 2010, onde chegou à semifinal. Embora a média de pontos do quarto classificado seja de 28,2, e do quinto, 25,5, a vantagem que Brasil e Argentina conquistaram pode significar que menos pontos são necessários para chegar às cobiçadas posições.

📈 Metodologia de projeção de trajetórias

Nas últimas seis Copas do Mundo, houve quatro eliminatórias da Conmebol com 10 times cada, sempre os mesmos. Em duas outras ocasiões, foram nove. Com base nas chances com essas 10 equipes, definimos uma série de intervalos de probabilidade de classificação aproximados com base em pontos possíveis, variando de zero (18 jogos perdidos) a 54 (18 jogos vencidos).

Entra com segurança: 43 pontos (a maior pontuação já alcançada por uma equipe na classificatória —Argentina, com 43 para a Copa do Mundo de 2002— ou mais). 42 também é a pontuação mais alta em um campeonato com quatro times empatados na liderança (12 vitórias, 6 empates).

Quase certo: 34 pontos (o líder com a menor pontuação já alcançada; o Brasil para a Copa do Mundo de 2006) ou mais; até 42.

Muito provável: 31 pontos (um ponto acima do melhor quarto colocado de todos os tempos) ou mais.

> 50%: 29 pontos (em três de cada quatro ocasiões essa pontuação significou classificação).

<50%: 27-28 pontos (classificado um em cada quatro e dois em cada quatro, respectivamente).

Muito improvável: entre 26 e 23 pontos; Nenhum time se classificou diretamente, mas é o número frequente para a repescagem (quinto colocado).

Fora quase seguramente: abaixo de 23 pontos; em nenhuma ocasião alguma seleção direta ou indiretamente foi classificada nesta faixa de pontuação.

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