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Avianca recorre à lei de falência nos EUA devido ao impacto econômico do coronavírus

Companhia aérea colombiana busca reestruturar seu balanço nos Estados Unidos depois de uma perda de faturamento de 80% devido à crise sanitária

Catalina Oquendo
Avião da Avianca no aeroporto El Dorado, em Bogotá.
Avião da Avianca no aeroporto El Dorado, em Bogotá.JUAN BARRETO (AFP)
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People wearing protective face masks walk past streetart in Shoreditch following the outbreak of the coronavirus disease (COVID-19), London, Britain, May 10, 2020. REUTERS/Henry Nicholls
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A companhia aérea colombiana Avianca anunciou neste domingo que aceita voluntariamente a lei de falências dos Estados Unidos “para preservar e reorganizar os negócios” da empresa. A notícia, que é uma das consequências diretas da crise provocada pelo coronavírus, atinge vários países onde a companhia aérea está presente e gera milhares de empregos. “Aderir a esse processo foi necessário devido ao impacto imprevisível da pandemia da covid-19, que provocou uma redução de 90% no tráfego mundial de passageiros e se espera que reduza o faturamento da indústria em todo o mundo em 314 bilhões de dólares (1,72 trilhão de reais), de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA)”, informou a empresa em um comunicado.

Minutos depois, seu presidente e CEO, Anko van der Werff, disse no Twitter que a empresa voltará a voar quando lhe for permitido. “Hoje anunciamos oficialmente nossa intenção voluntária de reorganização nos Estados Unidos”, escreveu na rede social. A decisão implica que a Avianca Holding e suas subsidiárias e afiliadas, exceto a LifeMiles, se submetem ao resgate econômico contemplado no capítulo 11 do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York. A empresa avaliou seu passivo entre um bilhão e 10 bilhões de dólares em uma declaração perante esse tribunal. O processo busca “reestruturar o balanço e as obrigações da empresa para enfrentar os efeitos da pandemia da covid-19, assim como gerenciar suas responsabilidades, arrendamentos, pedidos de aeronaves e outros compromissos”.

A Avianca Holding tem cerca de 30 milhões de usuários anuais e emprega 21.000 pessoas entre empregos diretos e indiretos na América Latina, dos quais 14.000 na Colômbia. E nos últimos dias agitou um debate no país andino sobre se o Governo colombiano deve ou não salvar a companhia aérea em meio às críticas de seus usuários pelo alto preço das passagens e pelo que consideram um serviço de má qualidade. A empresa esclareceu que apesar da solicitação de resgate econômico dos Estados Unidos “continua suas conversações com os governos em relação ao apoio financeiro para o sucesso do processo”.

Além do anúncio do pedido para usar a lei de falências, a empresa iniciará uma redução de suas operações no Peru e se concentrará em seus principais mercados quando for concluída a “reorganização supervisionada pelos tribunais”. “A Avianca operou durante mais de 100 anos, sendo a segunda companhia aérea do mundo a alcançar essa marca. Estamos certos de que, por meio desse processo, podemos continuar executando nosso plano Avianca 2021, otimizar nossa estrutura de capital e nossa frota de aeronaves e ―com apoio governamental― emergir como uma companhia aérea melhor e mais eficiente”, insistiu o presidente. Em agosto de 2019, um áudio vazado para a imprensa revelou que Roberto Kriete, presidente do Conselho de Administração da Avianca Holdings, havia afirmado a funcionários em El Salvador que a companhia aérea estava falida e que não estava pagando seus credores. A empresa negou as informações pouco depois.

Na Colômbia as ações da Avianca caíram praticamente 80% desde fevereiro, sendo negociadas atualmente a 1,03 dólar por ação. Nos próximos dias, o tribunal de Nova York deverá decidir sobre os pedidos da empresa.

Errata: o título desta reportagem foi alterado pois a Avianca não declarou falência, mas sim, acionou à lei de falências dos Estados Unidos

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