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Superman será bissexual em nova HQ

Jon Kent, filho do super-herói, mantém uma relação amorosa com um colega. “Se é para termos um novo Superman, seria uma chance desperdiçada imaginá-lo como outro salvador branco e heterossexual’”, diz roteirista

Jon Kent DC
Jon Kent, filho de Clark Kent e Lois Lane, beija seu namorado, Jay Nakamura, na nova HQ. DC COMICSDC Comics
El País

Superman será bissexual na nova edição da série de HQs do estúdio DC, que sai em 9 de novembro, anunciou a editora em nota na segunda-feira. O protagonista da nova história é Jon Kent, filho de Clark Kent e Lois Lane, que adota a identidade do Superman. Segundo a DC Comics, o jovem é repórter, como seus pais, e estabelece amizade com um colega jornalista chamado Jay Nakamura, com quem posteriormente começará uma relação romântica.

Sob o título Superman: Son of Kal-El, a HQ é assinada pelo roteirista Tom Taylor e pelo desenhista John Timms, sendo parte da aposta da DC em um multiverso, um grande marco narrativo no qual coexistem heróis e vilões de mundos diferentes, com tramas e realidades temporárias. Jon Kent se preocupa também com a crise climática e os refugiados. “É tão poderoso como a esperança, mais rápido que o destino, e capaz de levantar a todos nós, e é um herói muito novo que encontra seu caminho, lutando contra coisas diferentes daquelas que seu pai enfrentou”, disse Taylor na segunda-feira.

A editora compartilhou uma imagem na internet em que Kent e Nakamura aparecem se beijando. “Não é um truque para chamar a atenção”, salientou Taylor. “Quando me ofereceram este trabalho, pensei: ‘Bom, se é para termos um novo Superman, seria uma chance desperdiçada imaginá-lo como outro salvador branco e heterossexual’. Sempre disse que todo mundo precisa de heróis, e que todo mundo precisa ver a si mesmo nos seus heróis. O símbolo do Superman sempre se levantou em defesa da esperança, da verdade e da justiça. Hoje este símbolo representa algo além. Hoje, mais pessoas podem se ver refletidas no super-herói mais poderoso das HQs”, acrescentou.

A editora quis que o anúncio da nova edição coincidisse com o Dia Nacional da Saída do Armário nos EUA, celebrado a cada 11 de outubro. “Não queremos que fosse algo na linha ‘DC Comics cria um novo Superman queer’. Queremos que seja: ‘Superman encontra a si mesmo, se transforma em Superman e então sai’, e acho que essa é uma distinção realmente importante”, observou o roteirista.

A concorrente Marvel tem recorrido a multiversos e linhas temporais ampliadas para fazer mudanças em alguns de seus heróis mais célebres, como Thor, que já teve sua versão feminina; o Capitão América, que foi um soldado negro; e o Iron Man, transformado em uma garota afro-americana de 15 anos. No tema da sexualidade, alguns dos personagens da Marvel e DC já tinham quebrado essa barreira, como o mutante Colosso, dos X-Men, e a Batwoman, que teve sua versão anti-heroína lésbica, mas nenhum deles com a dimensão e fama do Superman.

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