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‘Mank’ é o favorito ao Oscar 2021, com 10 indicações

‘Nomadland’, de Chloé Zhao, um drama que constata a dura realidade social causada pela nova economia da internet, concorre em seis candidaturas. O chileno ‘Agente Duplo’ recebe a indicação a melhor documentário

Nominaciones óscar.
Gary Oldman e David Fincher durante a filmagem de ‘Mank’.Miles Crist (AP)
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Mank, a visão de David Fincher sobre a filmagem de Cidadão Kane, recebeu 10 indicações Oscar, apesar de não ter entrado na disputa por melhor roteiro. Nomadland, de Chloé Zhao, um drama que constata a dura realidade social causada pela nova economia da internet, concorrerá em apenas seis categorias, embora continue sendo vista como favorita nas bolsas de aposta depois de receber o Globo de Ouro de melhor filme e o Leão de Ouro em Veneza. Nomadland acompanha a rotina de Fern (Frances McDormand), uma ex-professora que passa a morar num trailer de forma nômade e trabalha para a Amazon na época de Natal, quando o número de encomendas aumenta. Também receberam seis indicações os filmes Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Sound of metal e Minari. A 93ª cerimônia do Oscar está marcada para 25 de abril em Los Angeles. Para que as entregas pudessem ser presenciais, a cerimônia deste ano foi adiada em relação à sua data habitual, devido à pandemia. Oito longas disputam a estatueta de melhor filme: Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Minari, Os 7 de Chicago, Nomadland, Bela Vingança e Sound of Metal.

Curiosamente, Mank não disputará o prêmio de melhor roteiro – que foi escrito originalmente por Jack Fincher, falecido em 2003, e retocado por seu filho, David –, de modo que não poderá vencer na única categoria em que Cidadão Kane levou o Oscar. O filme de Fincher se centra na figura de Herman J. Mankiewicz, roteirista de Kane ao lado de Orson Welles. Cidadão Kane disputava nove estatuetas em 1942, mas a Academia não escondeu o desdém com que tratava o gênio Welles, recém-chegado da Costa Leste, e só lhe deu a estatueta de melhor roteiro (pois Mank era muito estimado em Hollywood). Aliás, nenhum dos dois roteiristas creditados no filme (havia outros) estava presente na cerimônia realizada nos salões do hotel Baltimore.

Em outra das categorias fortes, a de filme internacional, a instituição já havia divulgado uma pré-seleção entre os 93 países que se inscreveram, reduzindo a disputa a 15 filmes (nenhum deles latino-americano). O favoritismo fica com o dinamarquês Druk, de Thomas Vinterberg, que enfrenta o romeno Collective (candidato também a melhor documentário), o bósnio Quo vadis, Aida?, o hongkonguense Shao Nian De Ni, e o tunisiano O Homem que Vendeu sua Pele. Dos cinco, dois são dirigidos por mulheres: os representantes da Bósnia, de autoria de Jasmila Zbanic, e da Tunísia, de Kaouther Ben Hania.

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Pela primeira vez, também, duas mulheres disputam ao prêmio de melhor direção: Chloé Zhao (Nomadland) e Emerald Fennell (Bela Vingança). Até agora, apenas cinco mulheres haviam sido indicadas a melhor direção: Lina Wertmüller, por Pasqualino Sete Belezas (1976); Jane Campion, por O Piano (1993); Sofia Coppola, por Encontros e Desencontros (2003); Kathryn Bigelow, por Guerra ao Terror (2009); e Greta Gerwig, por Lady Bird (2017). Delas, só Bigelow levou o prêmio.

O chileno O Agente Duplo, de Maite Alberdi, não conseguiu confirmar a indicação a melhor filme internacional, mas disputa na categoria de documentário. Pedro Almodóvar não emplacou a indicação ao Oscar de melhor curta ficcional para A Voz Humana, atualização do monólogo de Jean Cocteau interpretado por Tilda Swinton. Seria a quinta indicação do diretor espanhol, que tem dois Oscars na carreira.

No ano passado, a 92ª edição do Oscar acabou se tornando histórica por entregar pela primeira vez o prêmio de melhor filme a uma obra não falada em inglês, o sul-coreano Parasita, de Bong Joon-ho, que recebeu também as estatuetas de filme internacional, direção e roteiro original. Nos últimos anos, a Academia de Hollywood tem feito um esforço para globalizar e diversificar seus membros, e isso levou a um aumento de eleitores radicados fora dos EUA, resultando por sua vez em uma tendência de que os prêmios se afastarem pouco a pouco do cinema feito em Hollywood.

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