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Ludmilla, uma voz feminina na nova geração do pagode

Apaixonada, a funkeira lança o EP ‘Numanice’, em que canta sobre amor: “Fiz pagode para todo mundo que ama”

A cantora Ludmilla.
A cantora Ludmilla.Chico Cerchiaro

Ela prometeu e cumpriu. Depois de ganhar o título de melhor cantora brasileira no ano passado (desbancando Anitta), em votação popular no Prêmio Multishow, Ludmilla, funkeira e uma das divas do pop brasileiro, começou a preparar seu EP de pagode, Numanice, que foi lançado no dia do seu aniversário, 24 de abril, com direito a show nas redes sociais —e tombo na piscina—. “Eu tinha feito vídeos cantando pagode na minha piscina, que viralizaram, e a galera começou a pedir para eu cantar mais. Aí prometi que, se eu ganhasse a votação, gravaria um EP”, conta, por telefone, ao EL PAÍS. Dito e feito. Logo depois do resultado, a carioca de 25 anos começou a ser cobrada pelos fãs a cada foto que postava nas redes sociais e em todos os lugares aonde ia. Na entrevista, ela adianta que a próxima live já tem data: 16 de maio.

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“O samba e o pagode sempre estiverem muito presentes na minha infância, e em toda a minha vida. Sempre gostei muito, mas nunca tinha pensado em trabalhar com esse gênero”, diz ela. Algo que a motivou a gravar Numanice foi perceber que faltam vozes femininas interpretando essas canções. “Estão faltando muitas mulheres na nova geração do pagode”, diz. Não à toa, a única participação especial do EP de seis faixas é outra cantora, Marvvila, jovem que participou do The Voice Kids, reality show de música da Rede Globo. Ela divide os vocais da música Não é por maldade. “Eu a descobri na internet e vi muito talento nela. Queria muito que outra mulher também brilhasse cantando pagode. Mulheres sempre juntas, unidas, são muito mais fortes”, afirma Ludmilla, cujas referências musicais incluem Alcione, Beth Carvalho, Leci Brandão e Dona Ivone Lara.

Ludmilla gosta de cantar sobre o amor. As quatro faixas autorais e duas regravações que compõem o novo trabalho falam da felicidade no romance, de liberdade para amar e fim de preconceitos. Não são apenas paixões não correspondidas ou laços rompidos. Apaixonada, ela não esconde de onde vem sua inspiração. "A minha maior musa inspiradora é a Bruna, minha esposa, diz a cantora, referindo-se à bailarina Bruna Gonçalves, com quem vive há três anos. “Algumas daquelas músicas eu tinha escrito há bastante tempo e, com a promessa desse EP, vi a oportunidade de mostrar para o público esse meu lado. Foi algo muito bem recebido pelo público, ganho muito carinho nas redes sociais”, celebra Lud, como é chamada pelos fãs.

Teria ela inaugurado o sapagode (pagode sapatão), como algumas admiradoras brincaram nas redes? “Fiz pagode para todo mundo que ama”, responde, depois de uma sonora gargalhada. “Mas é verdade que a galera diz que está louca para acabar a quarentena e poder ir com as amigas no bar, porque nunca tinham ouvido um pagode que era uma mulher cantando sobre o amor por outra mulher. É representatividade”, acrescenta.

Sobre a quarentena imposta pela pandemia de coronavírus, Ludmilla afirma que “não tem sido nada fácil” e que tem aproveitado o momento para ficar perto da família. “Pelo menos estou descansando e dando atenção a coisas que antes não dava tanto, por conta da correria de trabalho. Mas não estou compondo, na rotina normal, acho que sou mais ativa. Meu hobby mesmo é ficar escutando e tocando pagode", diz a cantora, que já mudou até a agenda de shows. Quando a quarentena acabar, os domingos estarão reservados para shows de pagode. Nos outros dias da semana, continuará cantando pop.

Perguntada sobre a possibilidade de juntas os dois gêneros em um álbum futuro ou explorar outros tipos de música, ela não esquenta a cabeça: “Não quero misturar, não. Mas, sei lá, né, vai que... Eu sou cantora, sabe? Gosto de arte e de música, independente dos rótulos”. Como diz o título do seu novo EP, Ludmilla está bem de boa.

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