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Nobel de Medicina premia David Julius e Ardem Patapoutian pelos “receptores da temperatura e do tato”

Júri do Instituto Karolinska, de Estocolmo, destaca que as descobertas “permitiram entender como o calor, o frio e a força mecânica podem gerar impulsos nervosos que nos permitem perceber o mundo”

Thomas Perlmann, secretário dos prêmios Nobel (no púlpito), anuncia os premiados em Medicina. Na mesa: David Julius (à esquerda) e Ardem Patapoutian.
Thomas Perlmann, secretário dos prêmios Nobel (no púlpito), anuncia os premiados em Medicina. Na mesa: David Julius (à esquerda) e Ardem Patapoutian.JONATHAN NACKSTRAND (AFP)
Nuño Domínguez

O júri do Instituto Karolinska de Estocolmo concedeu nesta segunda-feira o Prêmio Nobel de Medicina a David Julius e Ardem Patapoutian por “sua descoberta dos receptores da temperatura e do tato”.

As descobertas dos dois premiados “nos permitiram entender como o calor, o frio e a força mecânica podem gerar impulsos nervosos que nos permitem perceber o mundo ao nosso redor e nos adaptar a ele”, afirma o comunicado da Academia de Ciências da Suécia.

O norte-americano David Julius, 66 anos, fisiologista da Universidade da Califórnia, usou a capsaicina, um composto das pimentas picantes, para identificar o sensor das terminações nervosas na pele que respondem ao calor.

Ardem Patapoutian, de 54 anos, é um biólogo e neurocientista armênio criado no Líbano e atualmente cidadão norte-americano. Ele descobriu os sensores celulares da pele e também dos órgãos internos que respondem à pressão.

Os pesquisadores já haviam ganhado a última edição do Prêmio Fronteiras do Conhecimento, da Fundação BBVA da Espanha, dotado de 400.000 euros (2,15 milhões de reais).

As descobertas destes dois cientistas foram fundamentais para entender como o calor, o frio e o tato geram sinais no sistema nervoso e têm importantes aplicações no tratamento da dor e de muitas doenças.

No ano passado, o prêmio foi concedido aos cientistas norte-americanos Harvey J. Alter e Charles M. Rice, assim como para o britânico Michael Houghton, pelo descobrimento do vírus da hepatite C. Antes dos avanços do Alter, Rice e Houghton, conheciam-se os vírus das hepatites A e B, mas a maioria dos casos originados por transfusões sanguíneas permaneciam sem explicação, conforme destacou o júri no ano passado. “O descobrimento do vírus da hepatite C revelou a causa dos casos de hepatite crônica restantes e possibilitou analisar o sangue e desenvolver novos medicamentos que salvaram milhões de vidas”, disseram os cientistas do Instituto Karolinska.

O prêmio está dotado de nove milhões de coroas suecas (5,52 milhões de reais). O anúncio abre a rodada de anúncios deste ano, que prossegue na terça-feira com o prêmio de Física, na quarta-feira com o de Química, na quinta-feira com o de Literatura, na sexta-feira com o da Paz e, finalmente, o de Economia, a ser anunciado na segunda-feira da semana que vem.

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