_
_
_
_
_

Sensores ‘contactless’ e controles de temperatura: assim será a volta às academias

Esqueça a ideia de ir a esses centros esportivos na hora em que der vontade. A capacidade será limitada a 30% ou 50% e terá que ser mantido o distanciamento físico. Aulas em grupos também terão que ser reduzidas

Funcionária faz limpeza dos equipamentos de uma academia.
Funcionária faz limpeza dos equipamentos de uma academia.NIKOLA MILJKOVIC (Getty Images)

Durante os meses de confinamento houve quem não tirasse o pijama nem para jogar fora o lixo da casa, quem estivesse sempre assando pão e quem suasse a camisa todos os dias com vídeos do YouTube. E mesmo depois do fim da quarentena na Espanha, o coronavírus pôs em xeque as academias, e não só porque muitas pessoas concluíram que fazer exercícios em casa é bom, agradável e gratuito. Ao que parece, o vírus se sente mais do que à vontade nesses espaços, cheios de superfícies em que as pessoas tocam e de gente transpirando por todos os poros. Por esse motivo, as academias e centros esportivos estão adotando medidas extremas de higiene para evitar surtos.

Mais informações
8-6-2020.Terrassa.Primer dia de clase de los alumnos del colegio publico El Valles.© Foto: Cristobal Castro
Colocar 20 crianças numa sala de aula implica em 808 contatos cruzados em dois dias, alerta universidade
<p>Tu relación hace aguas y ya andas tanteando el mercado. Pides los móviles o sigues de pronto en redes a posibles nuevos amores, das muchos <em>likes</em> a posibles candidatos para sustituir a tu pareja actual, haces un poco de sexting, pones comentarios con dobles intenciones… Incluso te permites escarceos de verdad en el mundo real. Todo sin haber cortado con tu pareja actual.</p> <p>Como su propio nombre indica, hablamos de amortiguación. Es decir, <strong>cubrirse las espaldas para volver al mundo de la soltería</strong>. Antes se hablaba de volver al mercado o solapar relaciones. Lo de la amortiguación, asumámoslo, suena mejor.</p>
Reinventando o sexo nos primeiros encontros: o que é seguro fazer além do ‘sexting’?
Paulistanos se exercitam na ciclovia da avenida Sumaré nesta Sexta-feira Santa.
Fazer exercícios físicos ao ar livre em meio à pandemia é seguro? Os riscos e cuidados necessários

Embora não pareça, os movimentos feitos nas academias são poucos e lentos, nada que impeça a adoção das necessárias rotinas de precaução. O maior risco está nas aulas em grupo. A solução: reduzir o número de pessoas e, portanto, a possibilidade de esbarrões, e encurtar as aulas para que haja tempo de desinfetar as salas entre uma e outra turma. A Les Mills já está preparando coreografias em que há menos chance de as pessoas se cruzarem e o trabalho de corpo fica mais concentrado em um lugar fixo. As que dispõem de amplos salões, quadras, terraços ou outras áreas externas (quadras de padel, golfe ...) os transformaram em salas de treinamento com pesos ou bicicletas. A própria evolução da pandemia determinará se os monitores podem ou não tocar nas pessoas para corrigir posturas.

Quanto à forma de implementar períodos de uso escalonados, algumas apelam ao bom senso para que se evitem horários de pico e outras recorrem à definição de turnos por sobrenome ou agendamento até mesmo para o uso de uma esteira. “Temos uma programação muito ampla, das 7h às 23h. Mas, se fosse necessário aumentá-la por causa da demanda dos clientes, ou para atender a mais pessoas, faríamos isso”, afirma Rafael Cecilio, diretor da rede Dreamfit.

Limpos, não. Limpíssimos

Na China, elas já retornaram à carga. Com restrições, é claro. Em um webinar para a IHRSA (a associação internacional de academias e centros esportivos), Colin Grant, diretor da Pure Fitness Hong Kong, explicou como estão lidando com isso: “Toda vez que uma máquina ou instrumento é usado, é limpado. Há vários pontos com álcool em gel à disposição e usamos muitos recursos para educar funcionários e clientes sobre o uso de máscara e desinfetante para as mãos”. Uma opção para simplificar a limpeza é eliminar os colchonetes ou então que cada um leve o seu (e desinfete depois), como nas aulas de ioga.

Se você já sair de casa com o tênis ou outro calçado da aula, terá que limpá-lo ao entrar, vaporizando a sola com alguma solução higiênica para eliminar vírus. Nas academias Brooklyn Fitboxing, além de colocar os sacos de boxe na distância adequada e encher o local de frascos de álcool em gel, cancelaram os exercícios de solo (entre os rounds, fazem alguns minutos de treinamento funcional de mobilidade e força) e eliminaram, por enquanto, o uso de elásticos, bolas e colchonetes. Todos, os da academia e os dos usuários, explica María Luisa Sánchez-Ocaña, diretora da academia da rua Costa Rica, em Madri.

Os responsáveis pela Netsport, empresa especializada em limpeza de centros esportivos, estimam que o vírus SARS-CoV-2 possa viver até dois dias em superfícies de madeira, como a sauna; uma semana em superfícies plásticas, como colchonetes e os assentos de aparelhos de musculação, e mais de sete dias sobre o aço, como halteres e barras de peso. Pano e esfregão com água sanitária são seus principais inimigos, mas a tecnologia acelera e simplifica o processo: máquinas de luz ultravioleta do tipo C já funcionam em salas de cirurgia, eliminando a capacidade genética dos microorganismos patogênicos de se replicarem em menos de 15 minutos. Mas podem causar queimaduras graves na pele e nos olhos, por isso só são usadas por controle remoto e em salas fechadas, e é difícil que a luz chegue a todos os cantos. As academias da Studio Boutique Veevo já as encomendaram.

Nas áreas de treinamento cardiovascular, a estratégia para manter os dois metros de distância é separar os aparelhos, sempre que há espaço. Caso contrário, alternar seu uso. O que está praticamente descartado são os biombos de acrílico vistos em Hong Kong. “Seria uma sujeira encher uma academia ou restaurante com essas telas de proteção. Quem vai esfregá-las constantemente para garantir que estejam limpas e desinfetadas?”, diz, de modo taxativo, o diretor da Dreamfit.

Quanto menos você tocar, melhor

Pôr o pé em uma academia de ginástica será como entrar na Matrix. Adeus às catracas e ao reconhecimento por impressões digitais. É a vez dos sensores contactless, portas que se abrem ao reconhecer um dispositivo ... E nada de treinar com décimos de febre: será necessário passar por controles que confirmem que não há Covid. "A ThermoHuman usa termografia por infravermelho para avaliar o calor corporal de maneira fácil e automática. Desenvolvemos um software que detecta se há uma pessoa com a temperatura elevada, em um sistema de contínuo de vídeo", explica Adrián Carrió, chefe de tecnologia deste projeto que já está sendo aplicado para identificar possíveis problemas de saúde em atletas de elite. Mais complexo é o Healthcare Station, um tipo de arco projetado pela empresa espanhola Crambo, que em questão de segundos analisa oxigênio no sangue, a frequência cardíaca e a febre.

Se você estiver saudável, passará. Mas esqueça a ideia de ir à academia na hora em que der vontade. A capacidade será limitada a 30% ou 50% e terá que ser mantido o distanciamento físico. Sistemas como o Soocial Distance, da Nothingbutnet, registram em tempo real o movimento e a posição de cada usuário (mas não a imagem, para preservar a privacidade). Na recepção, seria entregue aos clientes um tipo de cartão de identificação, como os usados pelos trabalhadores nas empresas, e o software informará o gerente da unidade se em determinado momento há um fluxo excessivo de pessoas na sala de carregamento de peso ou se não está sendo respeitada a distância na dos aparelhos para exercícios de pernas. Essa tecnologia também permite controlar a capacidade e gerenciar o tempo de espera para entrar em uma determinada área ou usar um aparelho.

Todas essas informações também interessam ao cliente para decidir a que horas ir à academia ou se em um certo momento a fila é tanta que é melhor treinar em casa. A Trainingym monitora a capacidade de cada unidade em tempo real nos ambientes de exercícios em grupo, na piscina e na sala de fitness. Permite agendar aulas e oferece a alternativa de treinamentos online, com rotinas personalizadas para cada cliente, caso prefira se exercitar por conta própria. Surge como uma alternativa econômica para pequenas academias sem a capacidade de desenvolver os próprios aplicativos, gravar treinamentos e manter a fidelidade do usuário.

Se você for sem uma reserva, esteja preparado: pode haver filas. A administração vai demandar ―nas palavras de Paul Foster, diretor da One Plan, empresa dedicada ao controle e distribuição de pessoas em grandes aglomerações― “tempo, espaço e informação. Não será mais possível chegar e já ir entrando. É preciso lembrar que o acesso ao interior da academia pode demorar”. Respeitar os dois metros de distância social na fila implica haver espaço ao redor das instalações, o que é fácil para academias com estacionamento ou as de shopping centers, mas se torna um complicador se os clientes têm que ficar à espera na rua.

“As informações serão um serviço complementar para tornar a espera mais agradável por meio de tutoriais, dicas em vídeo ou postagens exclusivas para os clientes por meio de um aplicativo”. Quando tiver entrado, não se surpreenda se a aula de Sh’bam for ministrada por um professor virtual. A Telegim, até agora especializada em spinning virtual para espaços de bem-estar dos hotéis, já oferece caminhadas, abdominais, alongamentos, exercícios para glúteos, abdômen e pernas, musculação, pilates, ioga, step, combat (luta sem contato), aeróbica e boxe.

Informações sobre o coronavírus:

- Clique para seguir a cobertura em tempo real, minuto a minuto, da crise da Covid-19;

- O mapa do coronavírus no Brasil e no mundo: assim crescem os casos dia a dia, país por país;

- O que fazer para se proteger? Perguntas e respostas sobre o coronavírus;

- Guia para viver com uma pessoa infectada pelo coronavírus;

- Clique para assinar a newsletter e seguir a cobertura diária.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_