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“Odeio esse maldito Bond, gostaria de matá-lo”: o que o papel de 007 fez com seus seis atores

“Odeio esse maldito Bond, gostaria de matá-lo”: o que o papel de 007 fez com seus seis atores

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O documentário ‘Being James Bond: The Daniel Craig Story’, que serve de aperitivo para o aguardado ‘Sem Tempo Para Morrer’, revela a angústia física e emocional que levou Daniel Craig a dizer que preferiria cortar os pulsos a voltar ao personagem que marcou a vida dos atores que o interpretaram

  • Como chegou a Bond? Graças a Dana, mulher do produtor Albert R. Broccoli, o artífice da saga ao lado de Harry Saltzman. Ela viu em Connery as qualidades que o transformariam no Bond favorito dos espectadores: uma combinação de magnetismo sexual e elegância que não entusiasmou o criador do personagem, Ian Fleming. Ele havia concebido Bond à sua imagem e semelhança, o que significava um passado de escolas particulares, clubes exclusivos e muita sofisticação. Na imagem, Sean Connery e Shirley Eaton em ‘007 Contra Goldfinger’ (1964).
    1Sean Connery, o homem que definiu o espião Como chegou a Bond? Graças a Dana, mulher do produtor Albert R. Broccoli, o artífice da saga ao lado de Harry Saltzman. Ela viu em Connery as qualidades que o transformariam no Bond favorito dos espectadores: uma combinação de magnetismo sexual e elegância que não entusiasmou o criador do personagem, Ian Fleming. Ele havia concebido Bond à sua imagem e semelhança, o que significava um passado de escolas particulares, clubes exclusivos e muita sofisticação. Na imagem, Sean Connery e Shirley Eaton em ‘007 Contra Goldfinger’ (1964). Getty Images
  • “Pensei que me depararia com o comandante Bond, não com um dublê de cenas de ação”, disse Fleming na primeira vez que viu Connery, cuja juventude não poderia ter sido mais oposta à dele: era filho de operários, largou a escola aos 13 anos e tinha em seu currículo trabalhos tão variados como polir caixões e entregar leite. Até que seu físico corpulento se impôs e, depois de algum sucesso como fisiculturista, abriram-se para ele as portas da atuação. Aquele cara de ar arrogante, sotaque escocês e cabelo ralo − usou peruca em quase todos os filmes da saga − não era o comandante sonhado por Fleming, mas o criador acabou tendo de engolir suas palavras. Orientado pelo diretor Terence Young, Connery acabou personificando ainda melhor do que ele havia sonhado o agente secreto com licença para matar. Na imagem, Sean Connery durante a filmagem de ‘007 − Os Diamantes São Eternos’.
    2Ar arrogante, sotaque escocês e cabelo ralo “Pensei que me depararia com o comandante Bond, não com um dublê de cenas de ação”, disse Fleming na primeira vez que viu Connery, cuja juventude não poderia ter sido mais oposta à dele: era filho de operários, largou a escola aos 13 anos e tinha em seu currículo trabalhos tão variados como polir caixões e entregar leite. Até que seu físico corpulento se impôs e, depois de algum sucesso como fisiculturista, abriram-se para ele as portas da atuação. Aquele cara de ar arrogante, sotaque escocês e cabelo ralo − usou peruca em quase todos os filmes da saga − não era o comandante sonhado por Fleming, mas o criador acabou tendo de engolir suas palavras. Orientado pelo diretor Terence Young, Connery acabou personificando ainda melhor do que ele havia sonhado o agente secreto com licença para matar. Na imagem, Sean Connery durante a filmagem de ‘007 − Os Diamantes São Eternos’. Getty Images
  • O escocês estrelou seis filmes da saga (e um que não faz parte da série oficial, ‘007 − Nunca Mais Outra Vez’) e transformou Bond em um modelo de masculinidade e estilo graças ao seu físico, mas também contribuiu com uma camada sutil de ironia que livrou o personagem de descambar para a paródia. Todos esses filmes foram um sucesso porque todo mundo o adorava − ou quase todo mundo. Suas desavenças com Broccoli eram tão notórias que o ator se escondia em seu camarim quando o produtor chegava ao local de filmagem. Segundo o ‘The Guardian’, na época de ‘007 − Os Diamantes São Eternos’, sua despedida oficial do personagem, ele estava tão farto que doou seus honorários para obras de caridade. “Sempre odiei esse maldito James Bond. Gostaria de matá-lo””, chegou a declarar. Na imagem, Ursula Andress e Sean Connery.
    3A fase como Bond O escocês estrelou seis filmes da saga (e um que não faz parte da série oficial, ‘007 − Nunca Mais Outra Vez’) e transformou Bond em um modelo de masculinidade e estilo graças ao seu físico, mas também contribuiu com uma camada sutil de ironia que livrou o personagem de descambar para a paródia. Todos esses filmes foram um sucesso porque todo mundo o adorava − ou quase todo mundo. Suas desavenças com Broccoli eram tão notórias que o ator se escondia em seu camarim quando o produtor chegava ao local de filmagem. Segundo o ‘The Guardian’, na época de ‘007 − Os Diamantes São Eternos’, sua despedida oficial do personagem, ele estava tão farto que doou seus honorários para obras de caridade. “Sempre odiei esse maldito James Bond. Gostaria de matá-lo””, chegou a declarar. Na imagem, Ursula Andress e Sean Connery. Getty Images
  • Enquanto interpretava o espião, Connery filmou com Hitchcock ‘Marnie, Confissões de uma Ladra’. Depois viria um punhado de obras-primas, como ‘Até os Deuses Erram’, de Sidney Lumet, ’O Homem que Queria ser Rei’, de John Huston, e ‘Robin e Marian’, com Audrey Hepburn. Também um Oscar por ‘Os Intocáveis’, e personagens emblemáticos como Ramirez de ‘Highlander: O Guerreiro Imortal’, William von Baskerville de ‘O Nome da Rosa’ e o pai de Indiana Jones em ‘Indiana Jones e a Última Cruzada’. E ainda teve a oportunidade de participar de outra saga eterna, ‘O Senhor dos Anéis’, mas disse não a Gandalf por não entender o roteiro. No entanto, foi provavelmente a única pessoa que entendeu o de ‘A Liga Extraordinária’. Na imagem, Sean Connery com Kim Basinger e Barbara Carrera em ‘007 − Nunca Mais Outra Vez’.
    4Existe vida depois de Bond? Enquanto interpretava o espião, Connery filmou com Hitchcock ‘Marnie, Confissões de uma Ladra’. Depois viria um punhado de obras-primas, como ‘Até os Deuses Erram’, de Sidney Lumet, ’O Homem que Queria ser Rei’, de John Huston, e ‘Robin e Marian’, com Audrey Hepburn. Também um Oscar por ‘Os Intocáveis’, e personagens emblemáticos como Ramirez de ‘Highlander: O Guerreiro Imortal’, William von Baskerville de ‘O Nome da Rosa’ e o pai de Indiana Jones em ‘Indiana Jones e a Última Cruzada’. E ainda teve a oportunidade de participar de outra saga eterna, ‘O Senhor dos Anéis’, mas disse não a Gandalf por não entender o roteiro. No entanto, foi provavelmente a única pessoa que entendeu o de ‘A Liga Extraordinária’. Na imagem, Sean Connery com Kim Basinger e Barbara Carrera em ‘007 − Nunca Mais Outra Vez’. Getty Images
  • Como chegou a Bond? Na cara de pau. Lazenby, um modelo australiano sem experiência no cinema, conta no documentário ‘Becoming Bond’ que quando soube que estavam buscando um substituto para Bond foi ao barbeiro de Connery para pedir o mesmo corte de cabelo, foi também ao alfaiate do ator escocês para conseguir um de seus ternos, comprou um Rolex e entrou no escritório do produtor Harry Saltzman com um pretensioso “ouvi dizer que estavam procurando um James Bond”. Uma ousadia que, somada ao seu domínio das artes marciais e a um físico espetacular, ajudou-o a superar mais de 400 candidatos. Na imagem, George Lazenby em ‘007 − A Serviço Secreto de Sua Majestade’
    5George Lazenby, o Bond efêmero que enloqueceu Como chegou a Bond? Na cara de pau. Lazenby, um modelo australiano sem experiência no cinema, conta no documentário ‘Becoming Bond’ que quando soube que estavam buscando um substituto para Bond foi ao barbeiro de Connery para pedir o mesmo corte de cabelo, foi também ao alfaiate do ator escocês para conseguir um de seus ternos, comprou um Rolex e entrou no escritório do produtor Harry Saltzman com um pretensioso “ouvi dizer que estavam procurando um James Bond”. Uma ousadia que, somada ao seu domínio das artes marciais e a um físico espetacular, ajudou-o a superar mais de 400 candidatos. Na imagem, George Lazenby em ‘007 − A Serviço Secreto de Sua Majestade’ Getty Images
  • Embora na época a crítica e o público tenham desprezado o filme, o tempo instaurou ‘007 − A Serviço Secreto de Sua Majestade’ como um dos melhores da saga e o favorita de diretores como Christopher Nolan, que se inspirou nele para a espetacular cena na neve de ‘A Origem’. Lazenby deu ao personagem um humor e uma profundidade emocional − seu Bond se apaixona, casa-se e fica viúvo em apenas duas horas − que teriam sido impossíveis com um Connery que fez um Bond neutro que se mantinha impassível em qualquer situação. Apesar de a sucessão de Connery não ter começado com o pé direito, os produtores ofereceram a Lazenby um contrato de longa duração para que ele se firmasse no personagem, mas, contra toda a lógica, o ator recusou. Na imagem, George Lazenby em ‘007 − A Serviço Secreto de Sua Majestade”.
    6A fase como Bond Embora na época a crítica e o público tenham desprezado o filme, o tempo instaurou ‘007 − A Serviço Secreto de Sua Majestade’ como um dos melhores da saga e o favorita de diretores como Christopher Nolan, que se inspirou nele para a espetacular cena na neve de ‘A Origem’. Lazenby deu ao personagem um humor e uma profundidade emocional − seu Bond se apaixona, casa-se e fica viúvo em apenas duas horas − que teriam sido impossíveis com um Connery que fez um Bond neutro que se mantinha impassível em qualquer situação. Apesar de a sucessão de Connery não ter começado com o pé direito, os produtores ofereceram a Lazenby um contrato de longa duração para que ele se firmasse no personagem, mas, contra toda a lógica, o ator recusou. Na imagem, George Lazenby em ‘007 − A Serviço Secreto de Sua Majestade”. Getty Images
  • O papel subiu tão vertiginosamente à cabeça de Lazenby que ele ia para o set de helicóptero e com armas − que o ator disparava a esmo, para espanto da equipe técnica. Quando todo mundo considerava garantida sua permanência no papel, ele declarou: “Bond é um bruto. Já o deixei para trás. Nunca voltarei a interpretá-lo. Paz, essa é a mensagem agora”. Ele tinha aderido ao movimento contracultural que começava a surgir nas ruas de Londres e horrorizou Broccoli ao deixar barba e cabelo comprido e trocar o Martini pelo LSD. “Ele se sentia tão deslocado em seus ternos finamente confeccionados que doou três malas cheias deles ao Exército de Salvação com etiquetas que diziam: ‘Feito especialmente para George Lazenby para ‘A Serviço Secreto de Sua Majestade’”, contam Matthew Field e Ajay Chowdhury no livro ‘Some Kind of Hero: The Remarkable Story of James Bond Films’. Na imagem, George Lazenby em ‘007 − A Serviço Secreto de Sya Majestade’.
    7Trocando o Martini pelo LSD O papel subiu tão vertiginosamente à cabeça de Lazenby que ele ia para o set de helicóptero e com armas − que o ator disparava a esmo, para espanto da equipe técnica. Quando todo mundo considerava garantida sua permanência no papel, ele declarou: “Bond é um bruto. Já o deixei para trás. Nunca voltarei a interpretá-lo. Paz, essa é a mensagem agora”. Ele tinha aderido ao movimento contracultural que começava a surgir nas ruas de Londres e horrorizou Broccoli ao deixar barba e cabelo comprido e trocar o Martini pelo LSD. “Ele se sentia tão deslocado em seus ternos finamente confeccionados que doou três malas cheias deles ao Exército de Salvação com etiquetas que diziam: ‘Feito especialmente para George Lazenby para ‘A Serviço Secreto de Sua Majestade’”, contam Matthew Field e Ajay Chowdhury no livro ‘Some Kind of Hero: The Remarkable Story of James Bond Films’. Na imagem, George Lazenby em ‘007 − A Serviço Secreto de Sya Majestade’. Getty Images
  • Embora, em sua fase 'hippie', manifestasse admiração por Dennis Hopper e vontade de trabalhar com diretores como Arthur Penn e John Schlesinger, o que Lazenby fez de maior destaque depois de Bond foram aparições discretas em séries de televisão como ‘S.O.S. Malibu’ e ‘Diagnosis Murder’ e telefilmes de ‘Emmanuelle’ com Sylvia Kristel, outro brinquedo quebrado da indústria que foi devorado por sua personagem. O ator que, graças a Bond, tinha conseguido uma indicação ao Globo de Ouro como revelação (concorrendo com Michael Douglas e Jon Voight) viu como, apenas uma década depois, todas as portas se fecharam. Por isso, fez uma declaração pública: “Admito que me comportei de forma estúpida. Tudo o que estava acontecendo comigo me subiu à cabeça. Mas foi meu primeiro filme. O que tenho de fazer é convencer as pessoas de que não sou a mesma pessoa que agiu de forma ridícula há tantos anos. Sei que posso fazer isso. Preciso apenas da oportunidade”. O único Bond para quem não houve mais personagens acabou investindo com sucesso em imóveis, algo bem pouco contracultural, e hoje é um dos embaixadores mais felizes da saga que odiava, como deixa claro em suas redes sociais. Na imagem, George Lazenby em ‘007 − A Serviço Secreto de Sua Majestade’.
    8Existe vida depois de Bond? Embora, em sua fase 'hippie', manifestasse admiração por Dennis Hopper e vontade de trabalhar com diretores como Arthur Penn e John Schlesinger, o que Lazenby fez de maior destaque depois de Bond foram aparições discretas em séries de televisão como ‘S.O.S. Malibu’ e ‘Diagnosis Murder’ e telefilmes de ‘Emmanuelle’ com Sylvia Kristel, outro brinquedo quebrado da indústria que foi devorado por sua personagem. O ator que, graças a Bond, tinha conseguido uma indicação ao Globo de Ouro como revelação (concorrendo com Michael Douglas e Jon Voight) viu como, apenas uma década depois, todas as portas se fecharam. Por isso, fez uma declaração pública: “Admito que me comportei de forma estúpida. Tudo o que estava acontecendo comigo me subiu à cabeça. Mas foi meu primeiro filme. O que tenho de fazer é convencer as pessoas de que não sou a mesma pessoa que agiu de forma ridícula há tantos anos. Sei que posso fazer isso. Preciso apenas da oportunidade”. O único Bond para quem não houve mais personagens acabou investindo com sucesso em imóveis, algo bem pouco contracultural, e hoje é um dos embaixadores mais felizes da saga que odiava, como deixa claro em suas redes sociais. Na imagem, George Lazenby em ‘007 − A Serviço Secreto de Sua Majestade’. Getty Images
  • Como chegou a Bond? Depois do susto com Lazenby, Broccoli optou por um velho anseio: Roger Moore, que ele já havia sondado antes mesmo de Connery. Desta vez não se tratava de um novato nem de um escocês arrogante, mas sim de um cavalheiro britânico que já era um astro graças à série ‘O Santo’. Um astro talvez veterano demais. Moore estreou como Bond aos 46 anos (e seduzindo uma Jane Seymour de apenas 22, uma das marcas registradas da franquia). Mas a idade não foi obstáculo para que aceitasse o papel. Quando lhe perguntaram se havia hesitado, respondeu com o mesmo senso de humor que caracterizava seu personagem: “O dramaturgo Noël Coward me disse certa vez: ‘Jovem, com sua atratividade e sua desastrosa falta de talento, você deveria agarrar qualquer trabalho que lhe ofereçam. E se lhe oferecem dois ao mesmo tempo, aceite o que der mais dinheiro’. E aqui estou”. Na imagem, Roger Moore saboreando um Martini em 1968.
    9Roger Moore, o Bond que não sabia correr Como chegou a Bond? Depois do susto com Lazenby, Broccoli optou por um velho anseio: Roger Moore, que ele já havia sondado antes mesmo de Connery. Desta vez não se tratava de um novato nem de um escocês arrogante, mas sim de um cavalheiro britânico que já era um astro graças à série ‘O Santo’. Um astro talvez veterano demais. Moore estreou como Bond aos 46 anos (e seduzindo uma Jane Seymour de apenas 22, uma das marcas registradas da franquia). Mas a idade não foi obstáculo para que aceitasse o papel. Quando lhe perguntaram se havia hesitado, respondeu com o mesmo senso de humor que caracterizava seu personagem: “O dramaturgo Noël Coward me disse certa vez: ‘Jovem, com sua atratividade e sua desastrosa falta de talento, você deveria agarrar qualquer trabalho que lhe ofereçam. E se lhe oferecem dois ao mesmo tempo, aceite o que der mais dinheiro’. E aqui estou”. Na imagem, Roger Moore saboreando um Martini em 1968. Getty Images
  • “Moore foi, ao mesmo tempo, Bond e sua paródia, a encarnação mais lúdica e dionisíaca do personagem e, acima de tudo, o ator carismático que acabou transformando aquela fera com licença para matar em um puro vetor de aventura para todos os públicos”, escreveu Jordi Costa no EL PAÍS sobre as mudanças que o britânico trouxe para o personagem. Com Moore, Bond se tornou um cara mais relaxado e menos complexo e, ao contrário de Connery, não precisou que ninguém lhe ensinasse como ser um cavalheiro, ele já era um. E se apropriou tanto do personagem que usou seu próprio vestuário, que incluía calças boca-de-sino, jaqueta saariana, roupas justas de esqui e smokings cor de marfim. A moda lhe interessava muito mais que a parte física. Na imagem, Roger Moore em ‘007 − Somente para Seus Olhos’.
    10A fase como Bond “Moore foi, ao mesmo tempo, Bond e sua paródia, a encarnação mais lúdica e dionisíaca do personagem e, acima de tudo, o ator carismático que acabou transformando aquela fera com licença para matar em um puro vetor de aventura para todos os públicos”, escreveu Jordi Costa no EL PAÍS sobre as mudanças que o britânico trouxe para o personagem. Com Moore, Bond se tornou um cara mais relaxado e menos complexo e, ao contrário de Connery, não precisou que ninguém lhe ensinasse como ser um cavalheiro, ele já era um. E se apropriou tanto do personagem que usou seu próprio vestuário, que incluía calças boca-de-sino, jaqueta saariana, roupas justas de esqui e smokings cor de marfim. A moda lhe interessava muito mais que a parte física. Na imagem, Roger Moore em ‘007 − Somente para Seus Olhos’. Getty Images
  • Ao contrário de Lazenby, Moore não filmou nenhuma cena de ação e se recusava até a correr na frente das câmeras, por isso quase tudo que ele aparece fazendo na tela, exceto beber um Dry Martini, é feito por um dublê. Paradoxalmente, também tentava não atirar porque sofria de um trauma de infância relacionado com as armas. Ele sim foi o Bond pacifista, não Lazenby. Apesar disso, seu legado não é nada enfadonho, porque coube a ele a fase mais delirante do espião, com disparates como ‘007 Contra Octopussy’ e ‘007 Contra o Foguete da Morte’, a aventura espacial de Bond depois de que o sucesso de ‘Guerra nas Estrelas’ enlouqueceu a indústria. Na imagem, Roger Moore em ‘007 − Na Mira dos assassinos’.
    11Pacifismo, mas de verdade Ao contrário de Lazenby, Moore não filmou nenhuma cena de ação e se recusava até a correr na frente das câmeras, por isso quase tudo que ele aparece fazendo na tela, exceto beber um Dry Martini, é feito por um dublê. Paradoxalmente, também tentava não atirar porque sofria de um trauma de infância relacionado com as armas. Ele sim foi o Bond pacifista, não Lazenby. Apesar disso, seu legado não é nada enfadonho, porque coube a ele a fase mais delirante do espião, com disparates como ‘007 Contra Octopussy’ e ‘007 Contra o Foguete da Morte’, a aventura espacial de Bond depois de que o sucesso de ‘Guerra nas Estrelas’ enlouqueceu a indústria. Na imagem, Roger Moore em ‘007 − Na Mira dos assassinos’. Getty Images
  • Sim, a vida em que Moore estava interessado, que consistia em passar os invernos esquiando e os verões jogando tênis. Um cara esperto. Apesar disso, encontrou espaço, entre as pistas e os sets, para continuar participando de projetos onde pudesse mostrar seu senso de humor, como ‘O Mundo das Spice Girls’. Na imagem, Roger Moore em ‘Com 007 Viva e Deixe Morrer’.
    12Há vida após Bond? Sim, a vida em que Moore estava interessado, que consistia em passar os invernos esquiando e os verões jogando tênis. Um cara esperto. Apesar disso, encontrou espaço, entre as pistas e os sets, para continuar participando de projetos onde pudesse mostrar seu senso de humor, como ‘O Mundo das Spice Girls’. Na imagem, Roger Moore em ‘Com 007 Viva e Deixe Morrer’. Getty Images
  • Como chegou a Bond? Quando Moore se sentiu velho demais para que seus dublês corressem atrás dos vilões, era hora de reinicializar a saga. Mais uma vez, Broccoli revisou sua agenda para resgatar outro ator que não tinha podido ser Bond em sua primeira oportunidade: Timothy Dalton. O galês, que havia feito quase toda sua carreira no teatro e na televisão, tinha sido o primeiro escolhido para substituir Connery, mas, com apenas 25 anos na época, parecia muito jovem para o papel. Seis anos depois, vestiu o traje de espião, superando o favorito de todos, exceto de Broccoli: Sam Neill. Na imagem, Timothy Dalton em uma imagem promocional de ‘007 Marcado para a Morte’.
    13Timothy Dalton, o Bond shakesperiano Como chegou a Bond? Quando Moore se sentiu velho demais para que seus dublês corressem atrás dos vilões, era hora de reinicializar a saga. Mais uma vez, Broccoli revisou sua agenda para resgatar outro ator que não tinha podido ser Bond em sua primeira oportunidade: Timothy Dalton. O galês, que havia feito quase toda sua carreira no teatro e na televisão, tinha sido o primeiro escolhido para substituir Connery, mas, com apenas 25 anos na época, parecia muito jovem para o papel. Seis anos depois, vestiu o traje de espião, superando o favorito de todos, exceto de Broccoli: Sam Neill. Na imagem, Timothy Dalton em uma imagem promocional de ‘007 Marcado para a Morte’. Getty Images
  • Além de rejuvenescer a saga, com o novo Bond os produtores procuravam deixar o personagem mais mundano e mais parecido com o que Fleming havia escrito, inclusive fisicamente. Dalton fez primeiro tudo pelo que Craig é aplaudido hoje. Era taciturno e violento, mas vulnerável, com uma vida interior que era puro tormento e uma exterior muito mais realista. Na imagem, Timothy Dalton na filmagem de ‘007 Marcado para a Morte’.
    14A fase como Bond Além de rejuvenescer a saga, com o novo Bond os produtores procuravam deixar o personagem mais mundano e mais parecido com o que Fleming havia escrito, inclusive fisicamente. Dalton fez primeiro tudo pelo que Craig é aplaudido hoje. Era taciturno e violento, mas vulnerável, com uma vida interior que era puro tormento e uma exterior muito mais realista. Na imagem, Timothy Dalton na filmagem de ‘007 Marcado para a Morte’. Getty Images
  • Diante do imaculado Moore, Dalton parecia ter saído de uma lata de lixo. Algo que confundiu aqueles que tinham ficado fãs da saga com as propostas familiares de Moore e não entendiam uma fórmula mais sombria e próxima da série de TV ‘Miami Vice’. Depois de um hiato que se estendeu por seis anos devido a disputas por direitos, Dalton, que sempre se sentiu mais confortável no palco do que em um smoking, considerou que seu tempo como 007 tinha acabado. Na imagem, Maryam d’Abo, Timothy Dalton e Caroline Bliss em uma imagem promocional de ‘007 Marcado para a Morte’.
    15Mais palco, menos Bond Diante do imaculado Moore, Dalton parecia ter saído de uma lata de lixo. Algo que confundiu aqueles que tinham ficado fãs da saga com as propostas familiares de Moore e não entendiam uma fórmula mais sombria e próxima da série de TV ‘Miami Vice’. Depois de um hiato que se estendeu por seis anos devido a disputas por direitos, Dalton, que sempre se sentiu mais confortável no palco do que em um smoking, considerou que seu tempo como 007 tinha acabado. Na imagem, Maryam d’Abo, Timothy Dalton e Caroline Bliss em uma imagem promocional de ‘007 Marcado para a Morte’. Getty Images
  • Depois de sair da saga, Dalton embarcou em uma das produções que mais deram o que falar, negativamente, nos anos noventa, ‘Scarlett’, a segunda parte de ‘...E o Vento Levou’ em forma de minissérie, algo que jamais deveria ter sido realizado. Se era complicado ser um novo Bond, mais ainda seria substituir Clark Gable como Rhett Butler. Felizmente, hoje o mundo o esqueceu. É muito melhor lembrá-lo como protagonista de ‘Penny Dreadful’ e ‘Patrulha do Destino’ e como a voz do teatral Espeto nos últimos filmes da saga ‘Toy Story’. Na imagem, Timothy Dalton, como James Bond, rodeado de mulheres na filmagem de ‘007 Marcado para a Morte’.
    16Há vida após Bond? Depois de sair da saga, Dalton embarcou em uma das produções que mais deram o que falar, negativamente, nos anos noventa, ‘Scarlett’, a segunda parte de ‘...E o Vento Levou’ em forma de minissérie, algo que jamais deveria ter sido realizado. Se era complicado ser um novo Bond, mais ainda seria substituir Clark Gable como Rhett Butler. Felizmente, hoje o mundo o esqueceu. É muito melhor lembrá-lo como protagonista de ‘Penny Dreadful’ e ‘Patrulha do Destino’ e como a voz do teatral Espeto nos últimos filmes da saga ‘Toy Story’. Na imagem, Timothy Dalton, como James Bond, rodeado de mulheres na filmagem de ‘007 Marcado para a Morte’. Getty Images
  • Como chegou a Bond? Estava predestinado. Durante uma visita à filmagem de ‘007 − Somente para Seus Olhos’', no qual sua mulher, Cassandra Harris, interpretava a Bond girl, a inefável esposa de Broccoli reparou nele. Na ocasião, Brosnan era muito jovem e o papel estava preenchido, mas entrou na lista de candidatos futuros e, depois do sucesso de ‘Jogo Duplo’, tornou-se o único da lista. No entanto, a NBC fez valer seu contrato para obstruir sua contratação para a saga (como a CBS fez com Tom Selleck e ‘Indiana Jones’). Ainda assim, ao contrário do que aconteceu com o protagonista de ‘Magnum’, os produtores esperaram por ele e em 1994, terminado aquele contrato, Brosnan foi anunciado como o novo 007. O ator ficava tão bem de smoking que os produtores o proibiram de usá-lo fora da saga. Por isso, para não violar seu contrato, em ‘Thomas Crown, a Arte do Crime’ ele o usa com a camisa desabotoada e a gravata-borboleta desamarrada. Na imagem, Pierce Brosnan na filmagem de ‘007 − O Mundo Não é o Bastante’.
    17Pierce Bronan, o homem que nasceu para ser Bond Como chegou a Bond? Estava predestinado. Durante uma visita à filmagem de ‘007 − Somente para Seus Olhos’', no qual sua mulher, Cassandra Harris, interpretava a Bond girl, a inefável esposa de Broccoli reparou nele. Na ocasião, Brosnan era muito jovem e o papel estava preenchido, mas entrou na lista de candidatos futuros e, depois do sucesso de ‘Jogo Duplo’, tornou-se o único da lista. No entanto, a NBC fez valer seu contrato para obstruir sua contratação para a saga (como a CBS fez com Tom Selleck e ‘Indiana Jones’). Ainda assim, ao contrário do que aconteceu com o protagonista de ‘Magnum’, os produtores esperaram por ele e em 1994, terminado aquele contrato, Brosnan foi anunciado como o novo 007. O ator ficava tão bem de smoking que os produtores o proibiram de usá-lo fora da saga. Por isso, para não violar seu contrato, em ‘Thomas Crown, a Arte do Crime’ ele o usa com a camisa desabotoada e a gravata-borboleta desamarrada. Na imagem, Pierce Brosnan na filmagem de ‘007 − O Mundo Não é o Bastante’.
  • Depois de seis anos, era preciso mostrar ao público por que tinha valido a pena esperar, e o veículo escolhido foi ‘007 Contra GoldenEye’. O cartão de visita do novo Bond possuía todos os elementos que tinham dado glória à saga e acrescentava, como cartas vencedoras, Judi Dench no papel de M e Tina Turner na trilha sonora. A crítica se rendeu à nova fórmula e confirmou que Brosnan era perfeito: uma conjunção das virtudes de cada um dos Bond anteriores, como escreveu o crítico Doug Thomas. Só havia um problema: seus filmes são, provavelmente, os piores da saga. Não têm nem mesmo o charme cafona dos desatinos da era Moore, são apenas complicados e repletos de efeitos especiais. Na imagem, Izabella Scorupco e Pierce Brosnan em ‘007 Contra GoldenEye’.
    18A etapa Bond Depois de seis anos, era preciso mostrar ao público por que tinha valido a pena esperar, e o veículo escolhido foi ‘007 Contra GoldenEye’. O cartão de visita do novo Bond possuía todos os elementos que tinham dado glória à saga e acrescentava, como cartas vencedoras, Judi Dench no papel de M e Tina Turner na trilha sonora. A crítica se rendeu à nova fórmula e confirmou que Brosnan era perfeito: uma conjunção das virtudes de cada um dos Bond anteriores, como escreveu o crítico Doug Thomas. Só havia um problema: seus filmes são, provavelmente, os piores da saga. Não têm nem mesmo o charme cafona dos desatinos da era Moore, são apenas complicados e repletos de efeitos especiais. Na imagem, Izabella Scorupco e Pierce Brosnan em ‘007 Contra GoldenEye’. Getty Images
  • Logo após ‘007 − Um Novo Dia para Morrer’, do qual o mundo só se lembra de Halle Berry de biquíni, a crítica Christy Lemire escreveu: “Talvez seja hora de dizer adeus a Bond”. Brosnan teve a duvidosa honra de ser o único Bond que não abandonou voluntariamente a franquia. “Eu estava nas Bahamas, trabalhando em um filme chamado ‘Ladrão de Diamantes’, e meus agentes me chamaram e disseram: ‘As negociações pararam. Barbara Broccoli e Michael Wilson [os filhos e herdeiros de Broccoli] não têm certeza sobre o que querem fazer. Vão ligar para você na próxima quinta-feira”, contou ele ao ‘The Guardian’ em 2015. “Naquele dia, sentei-me na casa de Richard Harris enquanto Barbara e Michael diziam: ‘Sentimos muito’. Ela estava chorando. Michael disse: ‘Você foi um grande James Bond. Muito obrigado’. Eu respondi: ‘Muito obrigado, adeus’. Isso foi tudo. Fiquei completamente chocado e me senti como se tivesse sido chutado na calçada.” Apesar das críticas, ‘007 − Um Novo Dia para Morrer’ tinha conseguido a maior bilheteria de um Bond em duas décadas, mas o mundo tinha mudado depois do 11 de Setembro e era hora de voltar a dar uma guinada no personagem. Na imagem, Pierce Brosnan e Teri Hatcher em ‘007 − O Amanhã Nunca Morre’.
    19"Você foi um grande Bond" Logo após ‘007 − Um Novo Dia para Morrer’, do qual o mundo só se lembra de Halle Berry de biquíni, a crítica Christy Lemire escreveu: “Talvez seja hora de dizer adeus a Bond”. Brosnan teve a duvidosa honra de ser o único Bond que não abandonou voluntariamente a franquia. “Eu estava nas Bahamas, trabalhando em um filme chamado ‘Ladrão de Diamantes’, e meus agentes me chamaram e disseram: ‘As negociações pararam. Barbara Broccoli e Michael Wilson [os filhos e herdeiros de Broccoli] não têm certeza sobre o que querem fazer. Vão ligar para você na próxima quinta-feira”, contou ele ao ‘The Guardian’ em 2015. “Naquele dia, sentei-me na casa de Richard Harris enquanto Barbara e Michael diziam: ‘Sentimos muito’. Ela estava chorando. Michael disse: ‘Você foi um grande James Bond. Muito obrigado’. Eu respondi: ‘Muito obrigado, adeus’. Isso foi tudo. Fiquei completamente chocado e me senti como se tivesse sido chutado na calçada.” Apesar das críticas, ‘007 − Um Novo Dia para Morrer’ tinha conseguido a maior bilheteria de um Bond em duas décadas, mas o mundo tinha mudado depois do 11 de Setembro e era hora de voltar a dar uma guinada no personagem. Na imagem, Pierce Brosnan e Teri Hatcher em ‘007 − O Amanhã Nunca Morre’. Getty Images
  • A pergunta é se existe vida depois das tragédias pessoais que Brosnan teve de superar. Sua mulher, Cassandra Harris, faleceu devido a um câncer de ovário em 1991 e, em 2013, sua filha morreu da mesma doença. Brosnan, que se define como “ator, produtor e pintor”, refugiou-se na pintura sem descuidar de seu trabalho no cinema. Assim como Connery, fez tantos papéis que é fácil esquecer que ele foi Bond um dia. ‘Mamma Mia!’, ‘O Escritor Fantasma’, ‘Uma Babá Quase Perfeita’, ‘Marte Ataca!’. Nada resiste. Só 007, provavelmente. Na imagem, Pierce Brosnan na filmagem de ‘007 Contra GoldenEye’.
    20Há vida após Bond? A pergunta é se existe vida depois das tragédias pessoais que Brosnan teve de superar. Sua mulher, Cassandra Harris, faleceu devido a um câncer de ovário em 1991 e, em 2013, sua filha morreu da mesma doença. Brosnan, que se define como “ator, produtor e pintor”, refugiou-se na pintura sem descuidar de seu trabalho no cinema. Assim como Connery, fez tantos papéis que é fácil esquecer que ele foi Bond um dia. ‘Mamma Mia!’, ‘O Escritor Fantasma’, ‘Uma Babá Quase Perfeita’, ‘Marte Ataca!’. Nada resiste. Só 007, provavelmente. Na imagem, Pierce Brosnan na filmagem de ‘007 Contra GoldenEye’. Getty Images
  • Como chegou a Bond? Como revela Barbara Broccoli no documentário ‘Being James Bond: The Daniel Craig Story’, da Apple TV+, tudo começou quando ela o viu em 'Elizabeth' e pensou: “Essa é a pessoa mais carismática que já vi nas telas”. A filha do homem que iniciou a saga demonstrou ter a mesma sagacidade que sua mãe com Connery e Brosnan, porque era uma decisão arriscada. Craig não se ajustava ao padrão que os fãs da saga tinham em mente: era loiro, baixo, de uma beleza discreta e com um passado de papéis mais complexos que o habitual. Havia interpretado o amante de Francis Bacon em ‘Love Is the Devil: Study for a Portrait of Francis Bacon’ e o objeto de desejo de Truman Capote em ‘Confidencial’. E tinha entre seus papéis mais conhecidos suas participações em ‘Lara Croft: Tomb Raider’ e ‘Munique’, de Spielberg. Era um ótimo coadjuvante, mas não tinha em sua carreira um papel principal que avalizasse sua capacidade de enfrentar o circo que é uma produção de Bond. Seu perfil não parecia o mais adequado e ele sabia disso, embora talvez não esperasse que fosse por algo tão mundano como o tom do seu cabelo. “Estamos preparados para um James Bond loiro?”, perguntava a BBC. Enquanto isso, nas redes sociais, anônimos furiosos escreviam pérolas como “é muito feio” e lamentavam seu fracasso antes mesmo do início da produção. Esse burburinho parou assim que foram divulgadas imagens em que ele emergia da água de sunga. Seus peitorais apagaram todos os preconceitos de forma mais eficaz que o neutralizador de ‘MIB: Homens de Preto’. Na imagem, Daniel Craig em um foto promocional de ‘007: Cassino Royale’.
    21Daniel Craig, o Bond loiro Como chegou a Bond? Como revela Barbara Broccoli no documentário ‘Being James Bond: The Daniel Craig Story’, da Apple TV+, tudo começou quando ela o viu em 'Elizabeth' e pensou: “Essa é a pessoa mais carismática que já vi nas telas”. A filha do homem que iniciou a saga demonstrou ter a mesma sagacidade que sua mãe com Connery e Brosnan, porque era uma decisão arriscada. Craig não se ajustava ao padrão que os fãs da saga tinham em mente: era loiro, baixo, de uma beleza discreta e com um passado de papéis mais complexos que o habitual. Havia interpretado o amante de Francis Bacon em ‘Love Is the Devil: Study for a Portrait of Francis Bacon’ e o objeto de desejo de Truman Capote em ‘Confidencial’. E tinha entre seus papéis mais conhecidos suas participações em ‘Lara Croft: Tomb Raider’ e ‘Munique’, de Spielberg. Era um ótimo coadjuvante, mas não tinha em sua carreira um papel principal que avalizasse sua capacidade de enfrentar o circo que é uma produção de Bond. Seu perfil não parecia o mais adequado e ele sabia disso, embora talvez não esperasse que fosse por algo tão mundano como o tom do seu cabelo. “Estamos preparados para um James Bond loiro?”, perguntava a BBC. Enquanto isso, nas redes sociais, anônimos furiosos escreviam pérolas como “é muito feio” e lamentavam seu fracasso antes mesmo do início da produção. Esse burburinho parou assim que foram divulgadas imagens em que ele emergia da água de sunga. Seus peitorais apagaram todos os preconceitos de forma mais eficaz que o neutralizador de ‘MIB: Homens de Preto’. Na imagem, Daniel Craig em um foto promocional de ‘007: Cassino Royale’. Getty Images
  • “Contrariando as expectativas, e principalmente graças a Craig e Eva Green, ‘007: Cassino Royale’ é o melhor filme de Bond em décadas”, proclamou o ‘The Telegraph’. Tinha passado no teste. Depois do golaço inicial, cada filme do espião voltou a ser um evento, apesar da derrapagem de ‘007 − Quantum of Solace’, filmada em meio à greve de roteiristas − um desastre, apesar de tudo, lucrativo, que foi seguido por ‘007 − Operação Skyfall’ com a majestosa canção de Adele e com Javier Bardem como Silva, um vilão que se atreve a fazer insinuações sexuais a Bond enquanto o tortura. Quando Bond respondeu às suas investidas dizendo “O que o faz pensar que seria minha primeira vez?”, o público da estreia uivou de alegria. Uma frase que, como conta Broccoli no documentário, os roteiristas tiveram de brigar para manter no filme. Os tempos mudaram muito desde aquele Bond de ‘007 Contra Goldfinger’ que ‘deslesbianizava’ Pussy Galore estuprando-a em um estábulo. Na imagem, Daniel Craig na estreia de ‘007 Contra Spectre’ em Berlim.
    22A etapa Bond “Contrariando as expectativas, e principalmente graças a Craig e Eva Green, ‘007: Cassino Royale’ é o melhor filme de Bond em décadas”, proclamou o ‘The Telegraph’. Tinha passado no teste. Depois do golaço inicial, cada filme do espião voltou a ser um evento, apesar da derrapagem de ‘007 − Quantum of Solace’, filmada em meio à greve de roteiristas − um desastre, apesar de tudo, lucrativo, que foi seguido por ‘007 − Operação Skyfall’ com a majestosa canção de Adele e com Javier Bardem como Silva, um vilão que se atreve a fazer insinuações sexuais a Bond enquanto o tortura. Quando Bond respondeu às suas investidas dizendo “O que o faz pensar que seria minha primeira vez?”, o público da estreia uivou de alegria. Uma frase que, como conta Broccoli no documentário, os roteiristas tiveram de brigar para manter no filme. Os tempos mudaram muito desde aquele Bond de ‘007 Contra Goldfinger’ que ‘deslesbianizava’ Pussy Galore estuprando-a em um estábulo. Na imagem, Daniel Craig na estreia de ‘007 Contra Spectre’ em Berlim. Getty Images
  • Broccoli também conta que as exigências da filmagem e as que Craig impunha a si mesmo o levaram a filmar ‘007 Contra Spectre’ com o joelho quebrado. O que explica por que, quando o filme estreou, ele fez a declaração que justifica o documentário: “Prefiro cortar os pulsos a voltar a ser James Bond”. No documentário, o próprio ator diz como teve de lidar com um nível de fama inimaginável: “Minha vida pessoal foi afetada por ficar tão famoso de repente. Eu me trancava e fechava as cortinas. Sentia-me assediado física e mentalmente”. Também conta que seu amigo Hugh Jackman lhe deu dicas de como administrar sua recém-obtida popularidade. Na imagem, Daniel Craig na estreia de ‘007 − Quantum of Solace’.
    23Correr com o joelho rompido Broccoli também conta que as exigências da filmagem e as que Craig impunha a si mesmo o levaram a filmar ‘007 Contra Spectre’ com o joelho quebrado. O que explica por que, quando o filme estreou, ele fez a declaração que justifica o documentário: “Prefiro cortar os pulsos a voltar a ser James Bond”. No documentário, o próprio ator diz como teve de lidar com um nível de fama inimaginável: “Minha vida pessoal foi afetada por ficar tão famoso de repente. Eu me trancava e fechava as cortinas. Sentia-me assediado física e mentalmente”. Também conta que seu amigo Hugh Jackman lhe deu dicas de como administrar sua recém-obtida popularidade. Na imagem, Daniel Craig na estreia de ‘007 − Quantum of Solace’. Getty Images
  • Craig já tem na agenda a terceira parte de ‘Entre Facas e Segredos’, um sucesso não alcançado por outros filmes dele que haviam gerado grandes expectativas, como ‘Cowboys & Aliens’, ‘A Bússola de Ouro’ e ‘Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres’, dirigido por David Fincher. Sua escolha para interpretar Mikael Blomkvist, um senhor míope e um pouco gordo, reflexo do escritor Stieg Larsson, assim como Bond era um reflexo de Ian Fleming, foi totalmente descabida, mas aparentemente ninguém se importou com isso. Os dois eram loiros. Na imagem, o príncipe Charles da Inglaterra com Daniel Craig na filmagem de ‘Sem Tempo Para Morrer’.
    24Há vida após Bond? Craig já tem na agenda a terceira parte de ‘Entre Facas e Segredos’, um sucesso não alcançado por outros filmes dele que haviam gerado grandes expectativas, como ‘Cowboys & Aliens’, ‘A Bússola de Ouro’ e ‘Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres’, dirigido por David Fincher. Sua escolha para interpretar Mikael Blomkvist, um senhor míope e um pouco gordo, reflexo do escritor Stieg Larsson, assim como Bond era um reflexo de Ian Fleming, foi totalmente descabida, mas aparentemente ninguém se importou com isso. Os dois eram loiros. Na imagem, o príncipe Charles da Inglaterra com Daniel Craig na filmagem de ‘Sem Tempo Para Morrer’. Getty Images