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Com dobro de mortes em 2021 em relação a 2020, grávidas entram no grupo prioritário de vacinação contra covid-19 no Brasil

Ministério da Saúde prevê que primeira dose para público, que envolve todas as gestantes e puérperas, ocorrerá até o final de maio, mas pondera que cronograma pode atrasar ”a depender da entrega efetiva das vacinas”

Courtney Hale/Getty

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O Ministério da Saúde decidiu incluir as grávidas e puérperas (mulheres no período pós-parto, entre 45 e 60 dias após o nascimento) no grupo prioritário para receber a vacina contra a covid-19. A pasta enviou, nesta segunda-feira, uma nota técnica detalhando algumas orientações. Apesar da mudança, em um primeiro momento, devem ser priorizadas as grávidas com doenças pré-existentes. Em 15 de março, o Governo já tinha incluído as gestantes com comorbidades na fila prioritária. Na nota, o ministério prevê que os novos grupos serão vacinados até o fim de maio, mas pondera que esta programação está “sujeita a alterações a depender da entrega efetiva de vacinas”. Estados e municípios podem alterar a ordem de vacinação, mas o Governo alerta que é importante destinar doses aos grupos determinados no plano nacional.

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A pasta afirma também que, ainda que a segurança e eficácia das vacinas contra o novo coronavírus não tenham sido testadas e avaliadas em gestantes, vacinas de vírus inativado (como é o caso da Coronavac) já são utilizadas por esse grupo de mulheres. Ressalta ainda que levantamento realizado com as recomendações nacionais e internacionais apontou parecer favorável à imunização. “Neste momento, é altamente provável que o perfil de risco versus benefício na vacinação das gestantes seja favorável. Portanto, o Programa Nacional de Imunizações [...] decidiu por recomendar a vacinação contra a covid-19 de todas as gestantes e puérperas e incluí-las nos grupos prioritários para vacinação”, diz a nota.

Em audiência na Câmara dos Deputados para debater a situação das vacinas no país, a coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) do ministério, Franciele Francinato, afirmou, nesta terça-feira, que a medida foi tomada em razão da situação preocupante da pandemia no Brasil e visto que grávidas e puérperas têm risco maior de hospitalização pelo novo coronavírus. Dados do Observatório Covid-19, com base em estatísticas oficiais, indicam que as mortes de gestantes e puérperas dobraram até agora em 2021, em relação ao ano passado. Passou de 10,4 óbitos (449 mortes em 43 semanas de pandemia de 2020) para 22,2 nas primeiras semanas deste ano, com 289 mortes. “A vacinação deve começar a partir do dia 13 de maio”, disse Fancinato.

“Nossa indicação é que, nesse momento, vamos alterar um pouco a recomendação da OMS [Organização Mundial de Saúde] que hoje indica a vacinação, de acordo com o custo x benefício. Mas, hoje, o risco de não vacinar gestantes no país já justifica a inclusão desse grupo para se tornar um grupo de vacinação nesse momento”, afirmou. De acordo com a coordenadora, serão utilizadas as vacinas Coronavac, AstraZeneca e da Pfizer. Neste caso, o primeiro lote de entregas do imunizante deve chegar na próxima quinta-feira (29) e 1,3 milhão de doses serão distribuídos para utilização nas capitais.

Cronograma

O Ministério da Saúde afirma que atualmente a estratégia da campanha de vacinação do país está focada em pessoas com comorbidades e pessoas com deficiência permanente. Por isso, o Governo apresentou os seguintes critérios e fases para priorizar a imunização que agora inclui todas as gestantes e puérperas:

Fase 1 - Vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizado:

Fase 2 - Vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizado, segundo as faixas de idade de 50 a 54 anos, 45 a 49 anos, 40 a 44 anos, 30 a 39 anos e 18 a 29 anos:

O ministério orienta que gestantes devem comprovar a condição de risco por doenças pré-existentes (comorbidades) por meio de “exames, receitas, relatório médico, prescrição médica, etc”. Ressalta também que a vacinação deve ocorrer independentemente da idade gestacional e o teste de gravidez não é um pré-requisito. No caso da puérpera, não é preciso interromper o aleitamento materno para receber o imunizante. Gestantes e puérperas estão autorizadas a receber vacinas de vírus inativado, vetor viral ou mRNA, ou seja, não há restrição sobre as vacinas já aprovadas no Brasil: Coronavac, Oxford/AstraZeneca, Pfizer e Janssen. (Com informações da Agência Brasil)

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