_
_
_
_
_

Fernando Vannucci, que deu o tom no jornalismo esportivo por décadas na TV, morre aos 69 anos

A causa da morte do jornalista, que havia sofrido um infarto no ano passado, não foi divulgada pela família. Criador do bordão “Alô, você”, fez carreira na Globo e passou por Band, RedeTV e TV Record

Fernando Vannucci apresenta o Globo Esporte em novembro de 1988.
Fernando Vannucci apresenta o Globo Esporte em novembro de 1988.Reprodução/TV Globo (Reprodução)
Rodolfo Borges
Mais informações
MADRID, SPAIN - MARCH 17: Illustration of Wanda Metropolitano Stadium, of Atletico de Madrid, which has been closed since the coronavirus crisis broke out in Spain. The Spanish Football Federation has suspended La Liga for 15 days. Spanish Prime Minister Pedro Sanchez has declared state of emergency in Spain because of Covid-19 outbreak, after the raise of number of cases of people infected with Covid-19 in the country. On March 17, 2020 in Madrid, Spain.


17/03/2020 ONLY FOR USE IN SPAIN
A sociologia do vazio esportivo em tempos de coronavírus
Equipe do 45 minutos grava podcast em Recife.
A febre dos podcasts sobre futebol preenche lacunas e atrai pesos pesados
Juca Kfouri é o convidado do Voz Ativa desta semana.
Juca Kfouri: “Sofremos da ‘leifertização’ do jornalismo esportivo”

Entre as décadas de 1980 e 1990, o noticiário esportivo brasileiro foi introduzido por um bordão que sobreviverá ao falecimento de seu autor. “Alô, você”, dizia sorrindo o apresentador Fernando Vannucci ao receber o espectador na abertura de programas esportivos como Globo Esporte e Esporte Espetacular, entre outros informativos da TV Globo. Longe das telas há anos ―trabalhava como editor na Rede Brasil de televisão desde 2014, após passagens por Band, RedeTV e TV Record―, Vannucci faleceu aos 69 anos nesta terça-feira em Barueri (SP). A causa da morte não foi divulgada pela família, mas o jornalista, apresentador e locutor esportivo tinha a saúde debilitada desde o ano passado, quando sofreu um infarto e colocou um marcapasso.

Apoie nosso jornalismo. Assine o EL PAÍS clicando aqui

Protagonista da cobertura jornalística de seis Copas do Mundo de futebol e de seis Olimpíadas, Vannucci marcou o jornalismo esportivo brasileiro com um jeito descontraído de apresentar o noticiário ao lado da colega Mylena Ciribelli. A reverência de profissionais mais jovens, tocados pela notícia de sua morte, mostra que a lembrança de Vanucci vai além das gafes pelas quais os mais novos devem conhecê-lo ―no fim da década de 1990, foi para a geladeira na Globo por aparecer no ar engolindo comida, no episódio que desencadearia sua saída emissora; 2006, entrou no ar após a eliminação do Brasil na final da Copa aparentando embriaguez, e, anos depois, reconheceu ter bebido vinho e tomado calmantes antes do programa.

“Para um iniciante em TV como eu entre 1993-95, era até assustador, quase inacreditável esbarrar com Fernando Vannucci na redação da TV Globo. Uma referência, um privilégio. O cara que chamava a câmera de você. Alô, você! Descanse em paz”, escreveu o jornalista José Ilan, hoje no Fox Sports, em seu perfil no Twitter. “Um gigante, monstro de apresentador. Não o conheci pessoalmente, mas todo mundo da minha idade foi, de alguma forma, influenciado por ele. Descanse em paz, Vanucci, ‘Alô, você' eterno”, escreveu o apresentador do Sportv André Rizek. Para o narrador da ESPN Paulo Andrade, “certamente sua forma revolucionária de ‘comunicar o esporte’ deixa marcas importantes e inesquecíveis em cada um de nós”.

“Vannucci, que talvez os mais jovens não saibam, mas que foi um apresentador tão estrela quanto os narradores Luciano do Valle e Galvão Bueno”, escreveu o hiperbólico jornalista Milton Neves em seu blog. “Nos anos 1980 e 1990 só dava ele na tela da Globo quando o assunto era esporte. A fama era tanta que ele lançava grifes e namorava as modelos mais badaladas da época”, completou, lamentando que o colega tenha ficado marcado pelas gafes. “Vannucci não merecia esses comentários maldosos e, em muitas conversas que tivemos nos últimos anos, ele me confidenciou que isso o magoava muito. Na TV infelizmente é assim, você pode acertar por décadas. Mas basta um ou dois erros para que você fique marcado para sempre”.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_